Presidente da MAG: entrevista

ENTREVISTA BTV

José Pereira da Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, falou à BTV sobre todos os preparativos que estão a ser efetuados tendo em vista a 2.ª volta da Assembleia Geral Eleitoral, marcada para 8 de novembro.

Após uma participação histórica na 1.ª volta do ato eleitoral, ocorrida em 25 de outubro, os sócios do Benfica voltam a ser chamados às urnas. Em entrevista, José Pereira da Costa explicou, ao detalhe, algumas alterações que vão ser implementadas nas operações de seleção e de escrutínio.

Antes de mais, dar-lhe as boas-vindas e perguntar-lhe quais são as correções e que processos vão ser implementados para esta 2.ª volta?

Mais uma vez, muito obrigado pelo convite, que é absolutamente fundamental para esclarecer os sócios, com aquilo que também têm vindo a questionar a Mesa. Sócios e também as Casas Benfica têm-nos vindo a questionar, uma vez que parte delas colabora na organização do processo eleitoral, cedendo instalações ou sendo parte ativa também durante o dia de voto. São diversas as alterações. Nós olhámos, começámos, como lhe disse, a trabalhar logo de início. No próprio domingo [26 de outubro] começámos a olhar para o processo eleitoral e, na segunda-feira [27 de outubro], às 7h00, sobretudo os serviços Benfica, os extraordinários serviços Benfica, começaram a trabalhar e a atualizar procedimentos, a verificar, a auditar o que correu bem e o que correu menos bem, para implementar melhorias em todos os âmbitos. Desde logo, quer no Estádio da Luz, quer fora, nos acessos prioritários. Observando ao meio da prioridade, aplicamos ao meio da prioridade pública, vamos dedicar especial atenção aos canais prioritários, aqui no Estádio da Luz e fora do Estádio da Luz. Aumentámos o número de check-ins, aumentámos significativamente o número de cabinas de voto e, para já, alterámos dois locais, criando muito melhores condições de acessibilidade e de mobilidade para que a votação decorra da melhor maneira. Posso depois dar-lhe os números, tenho de os ver, porque são números de facto impressionantes e que não os consegui declarar.

Para que os sócios tenham acesso mais rápido e possam votar o mais breve possível, também se duplicou, triplicou o número de pessoas por mesa de acreditação?

A ideia é olharmos para Lisboa, onde correu bem, muito bem, e a ideia é que ainda corra melhor, que seja mais rápido. Olhámos para as secções em que o fluxo correu bem e muito bem, que corra ainda mais rápido. E naquelas em que correu menos bem, em que houve longas filas, olhámos para elas com especial atenção e, em algumas delas, pensamos reduzir em 4 ou 5 vezes o tempo de espera. Ou seja, a ideia é nenhum sócio demorar mais do que 20 a 40 minutos para votar, no pior dos casos. É uma meta ambiciosa, porque contamos, como sabe, com um reforço de votação. Contamos, esperamos e sabemos que vamos ter um reforço de votação, eventualmente. Já me disseram que os 100 mil são uma meta. Não são uma meta. Os 100 mil são mais que uma meta, são um objetivo, porque a nossa ideia é ultrapassar os 100 mil. O que nós queremos é que todos os sócios com capacidade eleitoral votem, e, portanto, vamos criar condições para que isso seja uma realidade. E que, aumentando o número de votos, aumentando o número de sócios a votar, as filas diminuam, é um duplo desafio.

Mas que medidas são essas, em concreto?

Eu digo-lhe. Desde já, introduzimos melhorias em 44 secções de voto, além das 2 de Lisboa, onde identificámos melhorias que têm mesmo de ser aplicadas. Aumentámos 72 cabinas de voto, porque foi onde houve mais queixas, de falta de cabinas de voto, e, então, correspondem a mais 144 pontos de votação. Aumentámos 8 pontos de check-in. Quando começámos a olhar para esse processo, pensámos que tinha havido mais problemas ao nível dos check-ins, mas não. O check-in correu-nos muito bem, o que correu menos bem foi nos postos de votação, cabinas de voto. E, portanto, nas 176 secções de voto, passaremos a ter 576 pontos de voto. Poderão votar, ao mesmo tempo, 576 sócios numa operação que demorará 3 a 5 segundos. Agora, há só 2 listas de votação que mantêm, aliás, as mesmas letras, a lista F e a lista G. Só há 2 listas em 4 órgãos, portanto há maior facilidade na leitura do documento, do boletim de voto, e, portanto, calculamos que será mais rápido. E teremos 301 pós-check-in a funcionar ao mesmo tempo, e 472 urnas, no mínimo, para contar no fim do dia, porque depois há redundância, à medida que as urnas vão enchendo, têm de ser substituídas. Portanto, os números são sempre na ordem das centenas e a aproximarem-se quase todos dos 500, além de que os trabalhadores adstritos a esta função andarão, certamente, perto das 5 centenas.

Quanto à localização das secções de voto, quais são essas alterações previstas? Já consegue adiantar?

Há duas muito importantes. A primeira pergunta que nos fizeram: pode-se alterar as localidades? Não se pode alterar a constituição do edital. Nós ainda vamos publicar estas alterações dentro das localidades. As localidades estão definidas, aquelas são as secções de voto, são as localidades. Depois, detetámos duas questões em Loures e na Amadora, que são limítrofes do concelho de Lisboa. E o concelho de Lisboa, à parte do Estádio, não tem secções de voto. Tem as duas principais e grandes que vamos manter, não vamos reduzir para um pavilhão. Vão ser dois pavilhões [no Estádio da Luz] tratados de forma autónoma. E conseguimos, através de contactos que desenvolvemos junto das Câmaras – e, aqui, aproveitamos para agradecer a todas as Câmaras que colaboraram com isto –, uma escola secundária em Loures e uma escola secundária na Amadora: a Escola Dr. António Carvalho Figueiredo, na Avenida 25 de Abril, em Loures, e a Roque Gameiro, na Avenida da Aviação Portuguesa, na Amadora. São duas escolas que terão uma secção de voto em tudo parecida com aquelas secções de voto em que votamos nas eleições nacionais. Portanto, lá está, o Benfica continua a aproximar-se dos métodos, continua a aproximar-se da diversidade de voto, olhando também para aquilo que de melhor se passa no país. E vão ser duas secções que permitirão – face à comodidade, à mobilidade e ao conforto que haverá nessas secções de voto, que são amplas – que as outras secções tenham menos fluxo e, eventualmente, também aqui no Estádio. Embora eu não acredite, pois penso que vai haver reforço de fluxo no Estádio, porque a operação aqui correu muito bem.

No último ato eleitoral, como disse, algumas secções de voto registaram um fluxo acima do esperado, o tempo de espera também foi grande nesse sentido. Vai ser por isso implementado um novo sistema, ou pelo menos um novo esquema de informação também para ajudar os sócios?

Sim, com o tempo isso estaria preparado no dia das eleições. Aumentar a comunicação da Mesa com os sócios, através dos canais de informação do Clube, isso vai ser reforçado. Pelo menos para os sócios terem informação de quais são as secções de voto da sua região que têm menos filas. Sim, isso aí será um fator decisivo para ajudar o processo eleitoral.

Mas como será feita essa comunicação?

Essa comunicação ainda está a ser estudada. Será garantidamente através dos canais oficiais do Sport Lisboa e Benfica. E, também, uma melhor comunicação da Mesa com os sócios do Sport Lisboa e Benfica ou da organização, informando, eventualmente, hora a hora, de quais são as condições de voto no país. Repare, é muito difícil termos ao minuto e ao detalhe a visão sobre as 108 secções. O melhoramento começa logo na informação que precisamos de ter de como está a decorrer o processo globalmente, para que, depois, possamos concretizar, junto dos sócios do Sport Lisboa e Benfica, de saberem ao detalhe onde é que podem ir votar. Imagine, no seu caso, por volta da hora do almoço decide ir votar e mora na região de Lisboa ou mora numa região em que há 4/5 secções de voto. A nosso ver, é fundamental que possa escolher aquela secção que tem menos tempo de espera. O ideal é não haver tempo de espera em nenhuma e a decisão ser: "Olha, eu sei que vou votar e que não vou ter tempo de espera." Eu espero ser essa a informação que vou transmitir aos sócios durante o dia, com um objetivo muito ambicioso, mas real, de atingirmos os 100 mil sócios a votar. Ultrapassando, eventualmente, e cabe-nos a nós, se lançamos esse desafio aos sócios, cumprir no local e na geografia do voto, e temos de criar condições para que votem. Senão não podemos dizer que a operação foi um sucesso e que correu tudo bem. Eu sei que o ótimo é inimigo do bom, mas vamos tentar aqui criar condições para que, no final do dia, possamos dizer que foi ótimo. E, aqui, as candidaturas envolvidas já foram chamadas, já estiveram reunidas connosco, numa atitude bastante proativa na definição, porque também têm aqui um papel a desempenhar, que é a indicação dos delegados. Deixe-me só dizer outra coisa, que eu sei que é uma pergunta que não tem sido feita pelos sócios. A operação divide-se em dois: a operação de votação e a operação de escrutínio, e também implementámos medidas para que o escrutínio seja mais rápido.

E qual é a previsão para a divulgação dos resultados. Será durante a madrugada, ou apenas de manhã, para que os sócios também tenham acesso a essa informação?

Isto é uma resposta que, como quase todas, se divide em duas partes, mas eu vou-lhe dar as duas. Primeiro objetivo, que durante o dia o processo de seleção corra muitíssimo bem e de forma muito rápida e célere. Segundo objetivo, que o processo de escrutínio, portanto de contagem de votos, corra muitíssimo bem e de preferência de forma célere. Não é obrigatório que assim seja, mas vou-lhe já dizer que, nas secções de Lisboa, duplicámos as mesas de contagem e, portanto, isso pelo menos permite-nos perspetivar que vamos reduzir para metade o tempo de contagem. E, aliás, convidámos as candidaturas a apresentarem mais quatro delegados escrutinadores para entrarem fresquinhos às 22h00, que não tenham estado durante o dia na contagem, para participarem no processo de escrutínio e para que tudo seja mais rápido.