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Fuga para a frente
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O maior escândalo, farsa ou mancha negra deste
campeonato é chegar-se a esta fase decisiva e o FC
Porto ainda estar na luta pelo título.
Seja na Liga Real, na Liga da Verdade ou em qualquer
painel de análise, a conclusão é a mesma: sem os 10
pontos a mais que resultaram de erros de arbitragem
a favor do FC Porto, a única coisa que estaria em
jogo no próximo sábado seria a luta para se saber
quem ficaria em 2.º e 3.º lugar. No fundo, para se
saber quem ainda poderia ter acesso à Liga dos
Campeões.
Por isso, chega a ser penoso assistir à nuvem de
fumo e areia para os olhos que representa a espécie
de entrevista/monólogo do presidente do FC Porto,
que ensaia uma desculpa que só surgiu precisamente a
partir do momento em que o Benfica foi ganhar ao
Dragão: a criação de uma ficção que passa por
responsabilizar a arbitragem caso venha a perder
este campeonato.
Na realidade, já nem ele acredita nas suas próprias
palavras.
Mas o mais incrível é o novo sinal que dá de
desespero e sobretudo de desrespeito pelos seus
próprios profissionais (equipa técnica e jogadores).
Ou seja, na semana em que verdadeiramente tudo se
decide, o suposto líder do clube, para salvar a pele
de mais um previsível desaire, prepara uma inédita
fuga para a frente, dando como garantida a derrota
no campeonato e inventando a mais ridícula das
desculpas para uma época como esta – as arbitragens.
Percebe-se melhor agora o estado de desorientação
que levou a equipa a ter de sujeitar-se a
humilhações públicas perante as claques.
No ciclo dos últimos seis anos (mesmo ainda com o
campeonato e a Taça de Portugal desta época por
decidir), o FC Porto só ganhou uma Liga e uma
Supertaça, encontra-se sob intervenção da UEFA, tem
mais de metade da equipa principal em debandada sem
terem sido devidamente acauteladas as renovações de
forma atempada e, pelo meio, apostou tudo num
regresso ao passado de ameaças, coações, pressões, a
que ainda se acrescenta o crime do acesso e
divulgação indevida de informação interna de um seu
concorrente.
Perante o risco de mais um insucesso (apesar das
muitas ajudas) e sem resposta para justificar o
trabalho que não foi feito, ensaia-se agora este
penoso exercício de invenção de desculpas que nem o
mais fanático dos adeptos convence.
Da nossa parte, o rumo há muito está traçado.
Prioridade total à Reconquista!
Para isso, o foco só pode estar no jogo de sábado.
Nada está ganho e sabemos bem que a qualidade da
equipa do Santa Clara exige máxima concentração de
todos.
Continuamos a contar, obviamente, com o apoio dos
“Incansáveis” – os nossos milhões de adeptos que,
por todo o mundo, estarão ao nosso lado nesta
derradeira final. Só faltam 90 minutos!
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