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Futebol
O Benfica foi mandão no primeiro tempo e marcou dois golos sem resposta, mas os segundos 45 minutos ditaram um empate (2-2) na 26.ª jornada da Liga NOS.
10 junho 2020, 22h43
André Almeida num ataque no Benfica
O velho cliché das "partes distintas" aplica-se a este desafio. Na primeira metade do encontro no Algarve, com bancadas vazias pelos motivos sanitários que são conhecidos, os adeptos observaram um Benfica controlador, autoritário, mandão e dominador!
Ambicioso com bola e agressivo (sem ela) nos movimentos de pressão dos médios e dos avançados no processo de recuperação, o coletivo benfiquista gerou diversas aproximações à baliza defendida por Gonda e criou a primeira oportunidade de golo mais descarada, descrevamos assim, quando se atingiu o minuto 15. Pizzi libertou André Almeida no corredor direito, o lateral cruzou tenso, Gonda sacudiu para diante e Rafa, no papel de segundo avançado, foi rápido na recarga, mas errou o alvo.
O golo inaugural estava "anunciado" e tornou-se real aos 18'. Com o Benfica a circular a bola e a construir ofensivas bem dentro da intermediária do Portimonense, Rúben viu o espaço que Rafa procurava explorar entre o lateral-esquerdo e os centrais e colocou a bola de forma perfeita para a aceleração cortante do camisola 27. Já no interior da grande área, Rafa fez um passe atrasado que permitiu a Pizzi encher o pé esquerdo, na passada, e assinar o 0-1. Foi o 15.º golo do internacional português na Liga NOS 2019/20.
A lesão de Jardel, que teve de ser substituído por Ferro aos 24', foi a única notícia negativa para as águias neste período do encontro. Ultrapassada a meia hora, o Benfica, seguro e compacto, com Weigl e Taarabt em alta rotação no coração do meio-campo, reforçou a vantagem. Pizzi, com um toque de classe, procurou servir André Almeida em zona de ataque. Lucas Possignolo tentou o corte, mas não acertou no esférico, que ficou à mercê do lateral-direito dos encarnados. Só com Gonda pela frente, André Almeida disparou de pé esquerdo para o 0-2 aos 31'. Foi o terceiro golo do defesa neste Campeonato e a nona assistência de Pizzi.
Antes de se fechar a etapa inicial – onde Odysseas foi espectador... – ainda houve espaço para novas tentativas de golo por parte do Benfica, uma delas conduzida por Cervi (titular sobre a ala esquerda), mas a conclusão dos lances não foi colorida.
FILME DO JOGO
O Portimonense trocou duas peças no reatamento (Aylton Boa Morte e Fali Candé renderam Henrique e Pedro Sá), procurou dar largura ao seu jogo e, porque o Benfica não conseguiu controlar com bola, foi desenhando ataques e transformando o cariz do encontro.
Num lance aparatoso e fortuito, Cervi, Hackman e Grimaldo chocaram na luta pela posse de bola, resultando daqui um infortúnio para o lateral-esquerdo do Benfica. Em dificuldades físicas, Grimaldo foi rendido por Nuno Tavares aos 64'. Nova má notícia bateu à porta do Campeão aos 66': na sequência de um livre cobrado no lado esquerdo, Dener foi mais forte no duelo aéreo e reduziu para 1-2.
Com um rendimento muito diferente daquele que evidenciou no primeiro tempo, o Benfica viu-se com mais problemas na sua zona defensiva e sofreu o golo do empate (2-2) num remate exterior de Júnior Tavares ao minuto 76.
Aprovada há dias a alteração temporária à Lei 3, Bruno Lage fez as cinco substituições agora permitidas pelos regulamentos. Se as primeiras duas foram forçadas por razões físicas (saídas de Jardel e Grimaldo), as últimas três, no terceiro momento para o efeito, foram estratégicas e para ir atrás do triunfo. Seferovic, Dyego Sousa e Gabriel renderam Vinícius, Taarabt e Cervi ao minuto 80. O Benfica teve querer, mas não revelou a assertividade da primeira metade da partida para criar ocasiões claras de golo e arrecadar os três pontos.
Com oito finais pela frente na discussão do título, o Benfica visita o Rio Ave às 21h15 no próximo dia 17 de junho (quarta-feira), na 27.ª jornada do Campeonato.
Texto: João Sanches
Fotos: Isabel Cutileiro / SL Benfica
Última atualização: 6 de março de 2023