Taça de Portugal segue para o Museu Cosme Damião!

RESUMO DO JOGO

Emoção até ao último lance! Foi assim a final da Taça de Portugal de basquetebol entre Imortal e Benfica, que os encarnados venceram, por 74-75, num duelo disputado no Pavilhão Multiusos de Sines, neste domingo, 30 de abril.

O triunfo selou a conquista do 23.º troféu por parte da formação encarnada, recordista nesta competição, mas que não erguia a Taça desde 2017.

Na primeira ocasião em que as duas equipas se defrontaram no jogo decisivo da prova-rainha, a toada inicial foi de equilíbrio. Lançamentos convertidos de parte a parte, com os processos ofensivos a superiorizaram-se aos defensivos.

Do lado do Benfica, Terrell Carter destacou-se no jogo interior, inclusive com um afundanço, que valeu o 11-11.

No entanto, ao chegarem à final com índices motivacionais elevados, os algarvios passaram a dominar a luta das tabelas, em contraste com o Benfica, que acumulou precipitações no ataque e passividade na defesa. 

Num ápice, o Imortal disparou e deixou os encarnados a 14 pontos (27-13). Com mudança na forma como defendia, o Benfica, que chegou ao final do 1.º quarto a perder por 27-18, beneficiou ainda da inspiração de Makram Ben Romdhane. O tunisino liderou a equipa para uma sensacional recuperação!

A lançar, a assistir e nos ressaltos, o camisola 12 esteve brilhante. Assim, os campeões nacionais alcançaram um parcial de 0-20, de 32-23 para 32-43! Impressionante!

Com uma vantagem de oito pontos ao intervalo (35-43), o Benfica entrou na segunda parte determinado em alargar a vantagem. Com um triplo de Betinho Gomes, o resultado foi dilatado para 41-50. O time out pedido pelo treinador adversário não surtiu efeitos práticos.

Dominadores, os comandados por Norberto Alves evidenciaram maior segurança e experiência no Pavilhão Multiusos de Sines. Com recurso ao tiro exterior, a diferença foi ampliada por José Barbosa e Toney Douglas (47-60).

Com o Presidente Rui Costa entre os presentes, o coletivo encarnado deu cartas, e não consentiu que o Imortal se aproximasse. O 3.º quarto terminou com uma igualdade (21-21), o que manteve a vantagem trazida ao intervalo.

No derradeiro quarto, a menor capacidade nos ressaltos e sucessivas falhas no ataque deram moral ao adversário. Com o acerto de Jaques Conceição, eficiente nos triplos, o Imortal igualou (66-66), a seis minutos do fim. A maior qualidade do plantel do Benfica, que na véspera vencera o Sporting na meia-final, poderia ditar maiores diferenças, o que não se verificou. 

Sem Terrell Carter, excluído a 4m36s do fim, ditou a perda de uma unidade na fase decisiva. Cada posse de bola ganhou uma importância tremenda, até porque Marquise Moore voltou a empatar a partida, a 1m10s do som da buzina (74-74).

Tudo em suspense, em Sines... e um turnover de Terry Nolan Jr. possibilitou ao Benfica partir para o cesto. Toney Douglas ganhou uma falta, e, da linha de lances livres, só converteu uma tentativa (74-75). O jogo foi parado, os dois técnicos gizaram a tática para os derradeiros seis segundos, sendo que o Imortal não concretizou. Triunfo encarnado consumado! Muita festa em quadra e nas bancadas!

A nível individual, Makram Ben Romdhane, que não escondeu a emoção, ganhou o troféu de MVP! O internacional tunisino totalizou 17 pontos, 10 ressaltos, três assistências e um roubo de bola.

No sábado, 6 de maio, às 15h00, no Pavilhão Fidelidade, o Benfica vira agulhas para a Liga Betclic. Pela frente, os campeões nacionais terão o Lusitânia, em jogo referente à 10.ª jornada da 2.ª fase do grupo A.

DECLARAÇÕES

Norberto Alves (treinador do Benfica): "Parabéns ao Imortal, que jogou muito bem. Ontem [sábado, 29 de abril, com o Sporting], foi um jogo muito difícil para nós, e hoje [domingo, 30 de abril] sentimos a equipa muito cansada. Tivemos de ir buscar o jogo com uma defesa alternativa, à zona, e melhorámos, mas depois, quando tivemos alguma vantagem, na parte final, não fomos sólidos a mantê-la. Tem muito a ver com estratégia, mas o jogo é dos jogadores. Merecíamos muito ganhar esta Taça. O Clube merecia voltar a conquistar a Taça de Portugal. Sabíamos que ia ser sofrido." 

Tomás Barroso (capitão do Benfica): "Não há palavras que expliquem este sentimento, nem há coração que aguente estes jogos. Não foi só superar o Sporting, superámos o FC Porto, a Ovarense, fora. Isso prova que esta equipa queria ganhar esta Taça. Estamos contentes, mas não satisfeitos, agora é importante garantir o primeiro lugar na Liga, para abordar os play-offs."

José Barbosa (base do Benfica): "O adversário esteve bem. Há que dar mérito ao Imortal pelas dificuldades que nos causou. Mas, ainda assim, salientar a resiliência desta equipa, que, mesmo nos momentos menos bons, mesmo com o Imortal a recuperar a desvantagem que tinha, soube dar o passo em frente, soube assumir quando tinha de assumir, e levamos esta Taça para casa, que é o mais importante."

Makram Ben Romdhane (extremo/poste do Benfica): "Jogámos contra as melhores equipas do Campeonato. Ganhámos à Ovarense, ao FC Porto e ao Sporting. Este último jogo foi muito duro. Estou muito contente por vencer esta Taça. Trabalhámos muito juntos."

James Ellisor (extremo do Benfica): "Foi um jogo difícil, mas estivemos coesos como equipa. Estamos felizes com a vitória. Batemos as melhores equipas da Liga e merecemos vencer. Reajustámos depois do 1.º quarto e estivemos unidos, independentemente dos obstáculos. Há que continuar assim e melhorar." 

Toney Douglas (base do Benfica): "O Imortal joga bem. Sabíamos que seria difícil, porque despendemos muita energia na meia-final com o Sporting. Enfrentámos as adversidades, sendo que estivemos com uma desvantagem de 14 pontos. Recuperámos e foi bom."