O campeão criou e carregou tanto, mas não foi eficaz!

RESUMO DO JOGO

Benfica e Farense dividiram pontos (1-1) no Estádio da Luz, no desafio da 13.ª jornada da Liga Betclic. As águias remataram 36 vezes à baliza, dispuseram de 14 oportunidades de golo... só faltou eficácia na hora H. Foi, mesmo, daqueles jogos...

A quatro dias de viajar até à Áustria para decidir o futuro na Europa em 2023/24 frente ao Salzburgo, o Benfica entrou em campo ao início da noite desta sexta-feira, 8 de dezembro.

Num Estádio da Luz com 56 766 adeptos nas bancadas, Trubin, Aursnes, António Silva, Otamendi, Morato, João Neves, Kökcü, Di María, João Mário, Rafa e Tengstedt foram as escolhas iniciais de Roger Schmidt.

Apito inicial, minuto 1 e entrada com tudo do Benfica! Passe espetacular de Di María, Morato, de cabeça, amorteceu para remate de João Mário, e grande defesa de Ricardo Velho, a primeira de uma dúzia nesta noite, o que lhe valeria o prémio de Homem do Jogo.

Começava aqui a avalancha ofensiva das águias e uma torrente de oportunidades de golo desperdiçadas!

João Mário testou novamente o guardião da formação algarvia... e Rafa iniciou de seguida uma noite em que tentou de tudo para marcar, teve diversas ocasiões e só mais tarde o conseguiria. Minuto 11, cruzamento de Di María, com o número 27 rematar ao lado do poste.

O primeiro sinal de vida da formação comandada por José Mota chegou aos 13'. Na sequência de um canto, cabeceamento de Marco Matias para intervenção segura de Trubin.

E, com o Benfica de volta ao ataque, lance tirado a papel químico: Di María a cruzar para nova entrada de Rafa... ao lado do alvo.

Com os encarnados a carregarem, mas sem conseguirem marcar, o Farense acreditou e começou a mostrar-se na sua zona ofensiva. De livre direto, aos 16', Mattheus Oliveira rematou para defesa de Trubin; o mesmo jogador, aos 19', após uma boa jogada do coletivo, rematou com muito perigo.

O Benfica reagiu, impôs-se definitivamente no terreno, encostando o adversário às cordas. Aos 21', Aursnes disparou sobre a barra e, aos 24', ainda se gritou golo na Luz. Di María lançou Tengstedt, o avançado rematou para o fundo das redes, mas o lance foi anulado por posição irregular.

O Benfica em construção, a toda a largura, e o Farense em contragolpe, sempre perigoso, a jogar simples e ao primeiro toque. As águias continuavam a desaproveitar chances de golo...

Minuto 26, Aursnes, solicitado por Di María, tirou o cruzamento, e Rafa, oportuno, rematou à baliza, contudo, Ricardo Velho disse "não", e tornou a repeti-lo na recarga. No minuto seguinte, enorme oportunidade. Mais um passe sensacional de Di María, e Rafa, de primeira, serviu Tengstedt, que, na hora H, permitiu a interceção. Na sequência, canto... e Otamendi viu o poste devolver-lhe o esférico.

Em cima do apito para o descanso, mais uma oportunidade! Espetacular remate de Di María à entrada da área, com Ricardo Velho a estirar-se e a explicar por que motivo seria o vencedor do Homem do Jogo.

Ao intervalo, nulo no marcador, um resultado ingrato e que penalizava já, e muito, um Benfica que colecionou oportunidades de golo, mas a pecar na eficácia.

Reatar e a toada a manter-se, com Rafa, em dois lances consecutivos, a rematar vindo de trás, ambos a serem defendidos in extremis por Ricardo Velho.

E lá tornou a entrar o velhinho ditado popular em campo: "Quem não marca, sofre!" Minuto 51, pontapé de canto para o Farense e Cláudio Falcão, com um cabeceamento certeiro, inaugurou o marcador na Catedral (0-1).

O Benfica rapidamente reagiu, com Kökcü, Di María e João Neves a tentarem a sorte, mas a redondinha teimava em não entrar. Que o diga também Guedes (lançado na segunda parte), ao vê-la rasar a trave.

Já com o camisola n.º 17 e Musa em campo, entrados aos 64' para os lugares de João Neves e Tengstedt, finalmente o Benfica encontrou o caminho do golo.

Aursnes galgou terreno pela direita, cruzou com fio de prumo e, vindo de trás, de primeira, Rafa rematou para o fundo das redes. Empate a 1-1, aos 71', e emoção até ao apito final, com a repetição do filme da primeira parte, com as muitas, e para todos os gostos e feitios, oportunidades de golo a não terem a sequência desejada.

Rafa, aos 75', rematou rente ao poste; aos 77', Ricardo Velho evitou o desvio de Guedes para golo; aos 84', Morato cabeceou sobre a trave; aos 88', Guedes disparou à malha lateral; aos 89', Rafa rematou forte, mas o guarda-redes tornou a mostrar serviço... Incrível!

O Benfica carregou até ao fim e nunca deitou a toalha ao chão e, já em tempo de compensação, poderia ter marcado em mais duas ocasiões. Primeiro, Musa, solto, em plena área, rematou por cima, após passe cantado de Otamendi; depois, aos 90'+8', Arthur Cabral (entrou aos 89' para a saída de Kökcü), num remate acrobático, permitiu a defesa de Ricardo Velho, uma intervenção que selou o empate final (1-1).

A equipa correu, trabalhou muito, construiu, criou, teve garra, ambição e nunca desistiu. A equipa lutou de início ao fim! Rematou 36 vezes à baliza, batendo o recorde de disparos num jogo desta edição da Liga Betclic, dispôs de 14 oportunidades de golo... O que se pode apontar ao campeão nacional? Só faltou eficácia!

Na próxima jornada, a 14.ª da prova, o Benfica viaja até ao Minho para enfrentar o SC Braga, um desafio agendado para as 20h30 de domingo, 17 de dezembro.

Antes, dia 12 de dezembro, terça-feira, as águias decidem a sua continuidade nas contas europeias em 2023/24. Frente ao Salzburgo, na Áustria, em encontro da 6.ª e derradeira ronda da fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica tem de vencer por dois golos de diferença para garantir um lugar na Liga Europa.