Conteúdo Exclusivo para Contas SL Benfica
Para continuares a ler este conteúdo, inicia sessão ou cria uma Conta SL Benfica.
Para continuares a ler este conteúdo, inicia sessão ou cria uma Conta SL Benfica.
Futebol
14 janeiro 2018, 00h24
Rui Vitória a dar indicações
“Foi um belíssimo jogo, com duas equipas que se respeitaram muito uma à outra, que entendiam muito o que cada uma queria fazer do jogo. É um jogo que já tem uma história no futebol português, muito por mérito daquilo que tem sido a evolução do Braga. Fomos uma equipa muito forte, entrámos muito personalizados, a condicionar muito aquilo que são as virtudes que o Braga tem. Tivemos bola, soubemos o que fazer com ela, fizemos um golo… Na segunda parte, sabíamos que o segundo golo teria um impacto muito grande no adversário e fomos à procura dele, sendo criteriosos nas saídas para o ataque. Depois há a reação do Braga, uma boa equipa, a jogar no seu reduto. Houve um período de dez minutos em que o adversário reagiu, mas com as substituições feitas reequilibrámos a partida e ganhámos por 3-1. Um triunfo justo contra um belíssimo adversário, que valoriza muito a nossa vitória”, observou.
Na segunda parte, a formação da casa foi mais perigosa, algo que se deveu ao desgaste do Benfica e à reação minhota.
“O Braga, a perder, arrisca e perde as noções mais defensivas que teria no seu plano de jogo, porque tem de ir à procura do golo, mas na primeira parte tivemos um desgaste grande, conseguimos bloquear a saída de bola do Braga, bloqueando muito o passe que um dos centrais faria para os seus médios-centro. Aí começámos a bloquear muito o jogo, mas isso deu desgaste aos nossos jogadores, porque tiveram de estar sempre a saltar de posições, mas é assim, era esse o nosso plano e os jogadores cumpriram na íntegra. É evidente que quando se chega à entrada da área, como nós chegámos, e não se materializa, acaba por se pagar de certa forma. O Raúl podia ter feito o terceiro golo mais cedo, acabou por fazer um golo muito bonito. Estou muito satisfeito com os meus jogadores, que executaram o plano quase na perfeição”, analisou.
Samaris entrou a 10 minutos do fim. Rui Vitória explicou por que razão isso aconteceu, mas recordou que antes foi feita uma troca de cariz ofensivo.
“Trancar com o Samaris? Antes disso jogámos uma cartada atacante que foi a substituição do Jonas pelo Raúl, um jogador que a qualquer momento ganha a profundidade e está na cara do golo com facilidade. O Braga iria povoar mais a sua zona central quer com jogadores para o jogo interior quer depois com lançamentos para o Dyego Sousa, e nós tínhamos de ter um meio-campo mais poderoso do ponto de vista físico e que estancasse o jogo. Essas duas substituições foram importantes. Mérito para os jogadores que entraram, porque o Benfica é mesmo isto: onze que jogam, mas depois um conjunto de jogadores ávidos de entrar e que acrescentam. O coletivo foi muito forte. Mostrámos que estamos cá para a luta”, destacou.
Em 4.º lugar na Liga NOS, o conjunto orientado por Abel Ferreira mereceu, uma vez mais, o reconhecimento por parte de Rui Vitória.
“Dar os parabéns ao SC Braga pela campanha que tem vindo a fazer. Nos últimos anos temos vencido em Braga, mas não são jogos fáceis. O adversário fez uma primeira volta muito boa, cria dificuldades aos adversários. Viemos com o propósito de dar continuidade ao que temos vindo a fazer e mostrar qualidade. O sumo de tudo isto é uma vitória muito saborosa”, referiu.
Instado a revelar a sua opinião sobre o lance de Jonas na área bracarense, o técnico das águias foi cauteloso: “Não vi o lance em concreto. No campo fiquei com a sensação que é penálti, mas ainda não vi na televisão, por isso não vale a pena especular.”
Rui Vitória não gosta de individualizar exibições, mas não deixou de reconhecer que Rúben Dias foi um dos melhores no relvado do Municipal de Braga.
“O Rúben Dias fez uma belíssima exibição como outros, mas o que interessa é o desempenho coletivo. Fomos uma equipa muito bem organizada e bem disposta no campo, que soube como anular as virtudes do SC Braga, equipa que tem nuances interessantes na construção do jogo. Fomos muito pressionantes, a não deixar o SC Braga organizar-se para entrar no nosso último reduto. Foi uma exibição coletiva que me agradou. Num coletivo muito bom há sempre jogadores que sobressaem. O Rúben foi um deles, mas não quero individualizar”, considerou.
Uma vez mais, o treinador do Benfica reforçou a ideia de que as águias não jogam para responder a quem quer que seja.
“Não jogamos contra ninguém, nem para dar respostas. Jogamos por nós. Sente-se a determinação e o acreditar nesta equipa, os jogadores sentem prazer no que estão a fazer e isto é meio caminho andado para o sucesso. A nossa gasolina não é o acessório, é o prazer de representar este Clube, é querer ganhar, é estar no topo da tabela”, sublinhou.
Raúl Jiménez entrou bem no jogo, marcou o terceiro e poderia ter feito o gosto ao pé mais cedo.
“A apreciação é positiva. O que gostamos é que os jogadores que entram num contexto difícil consigam bons desempenhos. Mais vale bons 20 minutos do que 90 minutos em que não estamos com toda a dedicação. O Raúl entrou bem, mas para falar do Raúl Jiménez tenho de falar do Seferovic, jogador internacional e com uma entrega muito boa; o Jonas está a marcar golos de forma regular… Se pudesse jogava com os três, mas só lá está um. O Jonas tem dado conta do recado. A vida é mesmo assim: esperar os momentos, trabalhar e acreditar que a sua hora há de chegar. É assim com todos os jogadores da equipa”, disse.
Principalmente na primeira parte, o Benfica conseguiu bloquear as saídas para o ataque do SC Braga. Rui Vitória analisou o que aconteceu no retângulo de jogo, e que ajuda a perceber como é que as águias taparam os caminhos dos minhotos.
“O SC Braga joga com duas linhas de quatro e dois homens mais à frente e que, na sua fase de organização, roda a equipa com três elementos no corredor central, e, neste caso, foi o Esgaio e os dois centrais. Tínhamos de condicionar esse jogo, e como é que o fazíamos? Cada vez que os centrais tinham a bola e tivessem de dar a bola ao Danilo ou ao Vukcevic, nós éramos agressivos nessa pressão. Depois não era fácil bloquear a entrada da bola nos corredores, porque o Jefferson e o Esgaio têm muita capacidade de cruzamento, seja na linha de fundo, seja em zonas mais recuadas. Conseguimos anular isso e o SC Braga opta por outra estratégia para a qual estávamos preparados, que passava por tentar ganhar a bola nas nossas costas. Os nossos jogadores estão muito bem trabalhados no sentido de tirar a profundidade e fizemos isso muito bem na primeira parte. Depois tivemos posse de bola e criámos desequilíbrios com triângulos constantes, e não deixámos o SC Braga ter referências de pressão. O que é isto nos dá? Dá-nos noção de poder. Na segunda parte sabíamos que bastava uma saída para o ataque para matar o jogo. Tínhamos um jogador que é muito perspicaz na área, que é o Jonas, e que bastava uma bola. Foi isso que aconteceu”, enfatizou.
Depois do triunfo em Braga segue-se a receção ao GD Chaves no Estádio da Luz. O foco já está nessa batalha.
Texto: Marco Rebelo
Fotos: João Paulo Trindade / SL Benfica