Jacaré: uma promessa que veio do Brasil

Em entrevista ao Jornal O Benfica, Jean Gomes da Conceição – Jacaré no mundo do futsal – conta como chegou a Portugal e elogiou os adeptos encarnados.

Antes de mais, qual a origem da alcunha Jacaré?

Foi no começo da minha carreira de futsal. Há um humorista no Brasil com esse nome e os meus companheiros de equipa começaram a dizer que eu era muito parecido com ele. A partir daí começaram a chamar-me Jacaré.

Também originou um festejo de golos muito próprio.

Sim, depois eu e os meus colegas tivemos a ideia de começar a festejar assim os golos.

Como se deu a mudança para o Benfica?

Foi um impacto. Foi de um momento para outro. Estava há pouco tempo no futsal e estava a viver um momento maravilhoso no Brasil. Tinha acabado de ser campeão sul-americano pela seleção Sub-17 e apareceu a oportunidade de vir para o Benfica. O treinador da seleção entrou em contacto comigo e perguntou-se se estava interessado em ir para a Europa. Foi uma felicidade imensa.

Como avalia a experiência até ao momento aqui em Portugal?

Ótima. Tanto dentro do campo como fora, está sendo uma experiência muito boa. Já imaginava como poderia ser, mas quando cheguei vi que era mais do que aquilo que eu pensava.

Primeira época a tempo inteiro no plantel principal. Está a correr bem?

É um momento muito bom, estou a aprender muito com os companheiros mais experientes. Jogadores Campeões Europeus, Campeões do Mundo, da América… Estou a tentar aproveitar o máximo para aprender cada detalhe com eles.

Como foi a integração no grupo?

Foi boa, tenho um relacionamento bom com todos. Através de conversa, da ajuda dentro da quadra, do companheirismo, vamos melhorando ainda mais as nossas relações pessoais.

Olhando para o futuro, quais são os seus objetivos pessoais e coletivos?

Pessoalmente, quero manter-me no Benfica por muito tempo e ganhar muitos títulos. Coletivamente, espero que continuemos a fazer o trabalho que temos vindo a fazer e vencer as provas que ainda temos pela frente. 

Teve uma importância muito grande para o título de Sub-20 na temporada passada. Como foi essa conquista?

Foi uma felicidade enorme. Ter uma importância assim no plantel de Juniores do Benfica e ter vencido esse título… Fazia 10 anos que não vencíamos o título. Foi maravilhoso para a minha carreira.

Também foi referenciado como um dos jovens futsalistas mais promissores do mundo. O que sentiu quando leu essa notícia?

Foi uma ótima notícia, fiquei muito feliz. Acredito que foi fruto do meu trabalho na temporada passada e que procuro manter agora.

O que gosta de fazer nos seus tempos livres aqui em Lisboa?

Estar com os amigos, com a namorada, passear. Lisboa é uma cidade linda, gosto de aproveitar o tempo livre que tenho para conhecer sítios novos.

Acompanha outras modalidades aqui do Benfica?

Claro. Acompanho o hóquei, que esteve perto de vencer a Taça Europeia feminina, o voleibol, o futebol… Além do futsal e do futebol, gosto muito do hóquei porque no Brasil é raríssimo ver uma equipa dessa modalidade.

Tem quatro colegas campeões europeus. Como viu essa conquista e de que forma isso pode influenciar o grupo?

É um grande orgulho, partilhar balneário, treinar… Aprendo imenso com eles. Não só com eles, mas com toda a equipa e staff. Só aumentou a confiança e disponibilidade para alcançarmos os nossos objetivos.

A força dos adeptos em todos os jogos, constantemente a gritar “Benfica”, faz deste clube um clube singular?

É como costumo dizer, não há adeptos iguais aos do Benfica. Eu já imaginava a grandeza do Benfica quando estava no Brasil mas não tinha a noção da força e do apoio que os adeptos dão. Quando entramos no campo e vemos os adeptos a puxar por nós dá um arrepio.

Texto: Luís Afonso Guerreiro

Fotos: João Paulo Trindade / SL Benfica