Futebol

16 outubro 2017, 08h44

Geovanni

Em 2005, o Benfica recebeu e vergou o Manchester United na 6.ª e última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões (2-1). Os encarnados seguiram para os oitavos de final, os ingleses ficaram a ver o resto da prova pela televisão.

Geovanni, autor do primeiro golo das águias no desafio de há 12 anos, fala de um triunfo histórico e único sobre os red devils, em entrevista ao Site Oficial, confiante de que a equipa de Rui Vitória “tem chances” de repetir a façanha na quarta-feira.

Temos pela frente mais um Benfica-Manchester United, no Estádio da Luz. Ainda se lembra de todos os pormenores da grande vitória alcançada perante este adversário, também na Champions League, a 7 de dezembro de 2005?

Tenho grandes memórias desse jogo, tão especial na história do Benfica, porque nos classificámos frente ao Manchester United. Estávamos obrigados a ganhar.

Num Estádio da Luz cheio, com os adeptos confiantes e a nossa equipa muito centrada naquilo que deveria fazer, jogámos bem, ganhámos e convencemos.

Foi um jogão e nesse dia o Manchester United sentiu realmente a força do Benfica.

O Benfica ganhou por 2-1, mas a noite até começou mal, com um golo de Scholes logo aos seis minutos…

Saímos perdendo, era muito difícil jogar contra o Manchester United, que anos antes tinha sido campeão europeu anos. Era complicado… O United tinha Giggs, Paul Scholes, o próprio Cristiano Ronaldo e outros craques, como Rio Ferdinand. E o seu treinador era Alex Ferguson, um dos melhores de todos os tempos do futebol mundial. Para nós foi muito marcante encarar uma equipa daquelas e poder decidir um resultado que valia o apuramento na fase de grupos.

A reviravolta teve início na cabeça de Geovanni. É impossível esquecer aquela movimentação no lance do 1-1?

É verdade, pude empatar o jogo. Foi um cruzamento do Nélson, eu mergulhei de peixinho e pude fazer esse golo. Depois o Beto fez o 2-1. Nessa noite o Benfica mostrou todo o seu poder, porque tinha grandes jogadores, de decisão, e eu fiquei feliz por ter podido contribuir nesse jogo tão importante.

Nessa noite sentiram os adeptos a jogar convosco?

Os adeptos do Benfica sempre vão ficar no meu coração por tudo: eles incentivam, eles jogam com a equipa… O Benfica é uma paixão. E o adepto, quando é apaixonado, sempre empurra a equipa, é o 12.º jogador. Os adeptos merecem e esse dia em que ganhámos ao Manchester United foi muito marcante também para eles. Para nós, sim, mas especialmente para o adepto, que paga o ingresso e vai ao estádio para assistir a um bom espetáculo e ver a sua equipa ganhar. Foi um dia muito especial na minha vida em Portugal.

Como perspetiva o reencontro do Benfica com o Manchester United?

O Benfica tem chances de ganhar este jogo. O Manchester United este ano está melhor, é uma equipa mais compacta, não sofre muitos golos e tem Lukaku, um atacante muito forte e tecnicamente muito bom, que tem feito golos. É uma equipa perigosa, alta, muito boa na bola área e que sai com velocidade no contragolpe. O Benfica não começou a época tão bem, mas é uma equipa muito perigosa, que a qualquer momento pode marcar um golo pela qualidade dos seus jogadores. Uma vitória neste jogo pode dar moral para os jogos da Liga dos Campeões e para o Campeonato Nacional.

Que importância poderá ter o Inferno da Luz, que Geovanni bem conhece?

“O Benfica também é uma equipa perigosa”

O adepto sabe da responsabilidade de amar o Clube, de poder buscar o melhor, lotando o Estádio da Luz e jogando com a equipa. Joguei aí quatro anos, sei bem a paixão que existe entre os adeptos e o Clube. E com isso tudo quem ganha é o espetáculo: uma casa cheia, o voo da águia e um bom futebol que com certeza vai ser apresentado tanto pelo Benfica como pelo Manchester. Espero que o Benfica saia com uma boa vitória.

O novo Estádio da Luz vai celebrar o seu 14.º aniversário no dia 25 de outubro. Quais são as principais memórias do tempo em que ali jogou?

Fico muito feliz por fazer parte da história do Benfica. Eu estive no último jogo no velho Estádio da Luz, antes da demolição – foi contra o Santa Clara. E também estive presente na estreia da nova Luz. Foi marcante poder fazer parte da história vitoriosa do Benfica. O clube revelou e tem revelado talentos para o mundo inteiro. Falando de mim, aquele jogo com o Manchester United foi muito especial, mas houve outro, para a Taça de Portugal, com o Sporting, que foi importante. O jogo ficou 3-3 após prolongamento e eu pude fazer dois golos. A minha história no Benfica foi muito bonita. Sei que dei uma grande contribuição – eu e os meus companheiros – para que o Clube chegasse ao ponto em que está hoje, com uma estrutura fenomenal.

Texto e entrevista: João Sanches

Última atualização: 21 de março de 2024

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