Benfica fecha primeiro terço da Liga NOS com mais golos marcados

A goleada de 6-0 ao V. Setúbal encerrou o primeiro terço da Liga NOS. Chegada a 12.ª jornada vemos um Benfica com 29 golos apontados, mais dois que no período homólogo das duas épocas anteriores (27). A diferença entre marcados e sofridos é, igualmente, maior (21 contra 20).

Noutro ângulo de análise, a equipa de Rui Vitória avança para o segundo terço do campeonato com 29 pontos conquistados, os mesmos que somou nas primeiras 12 rondas da época passada e mais quatro do que os alcançados em idêntica fase em 2015/16, temporada em que os encarnados festejaram o tricampeonato e fixaram um novo máximo pontual (88) numa Liga com 34 jornadas. 

A obtenção dos 29 golos do Benfica na corrente edição da Liga NOS subdivide-se em diferentes períodos de jogo, com o Benfica a mostrar predileção pelas partes iniciais e finais dos desafios. É nos primeiros e nos últimos 15 minutos dos encontros que marca mais (6). Foram, ainda, marcados cinco tentos entre os 16’ e os 30’; quatro entre os 46’ e os 60’ e entre os 61’ e os 75’; dois no período 31’-45’ e nos descontos.

NOVO CICLO COM TRIUNFOS E ALTERNÂNCIA TÁTICA 

Anunciado pelo treinador Rui Vitória, o ciclo de triunfos nas provas nacionais teve o seu início a 14 de outubro. No Estádio Algarve, o Benfica bateu o Olhanense para a Taça de Portugal (0-1) e arrancou para a melhor sequência da temporada, com seis vitórias consecutivas nas competições internas.

No Espaço Rui Vitória da BTV, no pós-jogo com o V. Setúbal, o timoneiro contextualizou: “Quando tivemos a paragem e falámos no novo ciclo, prevíamos que houvesse estes resultados a nível nacional, porque íamos introduzir algumas nuances no nosso jogo, chegariam jogadores que trariam alguma variabilidade importante para nós. Fomos somando vitórias com muito mérito e evoluindo para um novo sistema tático, primeiro em 4x4x2 e agora neste [4x3x3] que temos vindo a utilizar.”

Seguiram-se triunfos fora de portas com Aves (1-3) e V. Guimarães (1-3) e no Estádio da Luz perante Feirense (1-0) e V. Setúbal (2-1, para a Taça, e 6-0). O modelo tático foi alternando entre o 4x4x2 mais vertical e vertiginoso e o 4x3x3 mais amplo, a jogar no campo todo. Jonas passou a referência ofensiva e Krovinovic apareceu no miolo.

"O que mais me interessa é perceber que podemos jogar em qualquer um dos sistemas, porque os jogadores têm esse conhecimento sobre o nosso jogo. Esta forma de jogar permite uma dinâmica diferente do sistema anterior; permite uma qualidade no jogo que salta à vista, ganha-se outra amplitude no jogo, com a equipa a jogar mais à largura e à profundidade", sublinhou Rui Vitória.

Os números são importantes, a nova tática parece estar a dar frutos, mas Rui Vitória colocou alguma água na fervura. Para o técnico, o “sistema só por si não resolve nada”, pois “há uma série de conceitos a implementar”.

O 6-0 representa a maior goleada da equipa no Campeonato Nacional, mas há que ter os pés assentes no chão. “O campeonato é longo”, lembrou Rui Vitória, apontando para o duelo que se segue com o FC Porto, na 13.ª jornada da Liga NOS: “Vamos ter uma partida interessante, um clássico. Vamos ao Dragão com a máxima ambição e para ganhar.”

Texto: Marco Rebelo

Fotos: SL Benfica