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Andebol
Em entrevista ao Site Oficial, o andebolista fala da nova vida nas águias e também da sua paixão pelo desporto, pela medicina e da forma como esses caminhos paralelos o formaram enquanto homem e atleta.
31 dezembro 2017, 10h44
Pedro Seabra
“Tenho consciência de que consigo e que vou fazer melhor”, salienta, em entrevista ao Site Oficial, Pedro Seabra, o atleta que compatibiliza andebol e medicina.
Que balanço faz dos resultados e das exibições da equipa de andebol do Benfica na primeira metade da temporada?
Esta época está a correr bem, dentro daquilo que são os nossos grandes objetivos finais, que é a conquista do Campeonato e da Taça de Portugal. Não estamos no lugar que queremos no Campeonato, que é o primeiro lugar, mas continuamos claramente na luta e a parte melhor é que começamos já a ultrapassar a parte da integração que houve com a entrada de novos jogadores e do treinador. Crescemos imenso e temos todas as condições para conseguir esses grandes objetivos. Para mim, a única pedra no sapato desta primeira metade da época foi a eliminação precoce das competições europeias, porque tínhamos aspirações de fazer muito melhor.
Integrou o plantel em junho. Está satisfeito com o seu percurso? Foi fácil encaixar-se no grupo?
Cheguei a um clube novo, que é grande, que de facto tem condições extraordinárias, proporciona aos atletas todas as condições para podermos ser atletas profissionais e para podermos atingir o nosso melhor enquanto desportistas. Passei por essa fase de adaptação, até porque agora tenho uma vida realmente diferente daquela que tinha em Braga. Decidi tornar-me profissional de andebol e deixar de parte a medicina, que era a minha outra ocupação. Passado esse tempo de adaptação - sobretudo ao Clube, porque o treinador eu já conhecia -, estou satisfeito com a forma como tem corrido. Estou muito feliz por estar aqui, identifico-me imenso com o grupo de trabalho e com toda a estrutura do Clube, mas tenho consciência de que consigo e que vou fazer melhor.
O que é que encontrou de diferente no Benfica?
Eu trazia uma expectativa alta. Sabia aquilo que era o Benfica, mas posso dizer que correspondeu a todas essas expectativas e até as superou, porque me identifico bastante com o todo o grupo de trabalho, com toda a estrutura do andebol e com toda a estrutura. Estou muito otimista em relação ao que podemos fazer no futuro. Infelizmente para o desporto português, são poucos os clubes que proporcionam aos atletas as condições para sermos profissionais e para procurarmos dar o nosso melhor. Aqui, no Benfica, temos infraestruturas, equipa de trabalho, estrutura evolvente, fisiologista, nutricionista, gabinete médico - que é incrível; todos esses pormenores ajudam-nos a atingir o nosso máximo e a sentirmos que realmente ser desportista é uma forma de vida.
Em 2016/17 foi considerado o melhor jogador de andebol português, ainda a jogar no ABC. Agora, no Benfica, que objetivos e metas pretende alcançar?
Obviamente que sinto orgulho pela distinção de melhor jogador português, mas tenho perfeita consciência de que ela só foi possível através de todos os títulos coletivos que conquistei nesse ano e isso define-me enquanto pessoa e enquanto atleta, colocando o coletivo sempre em primeiro lugar. Cheguei ao Benfica com muita ambição, com muitos sonhos para realizar, mas sobretudo em termos coletivos. Queremos muito devolver ao Benfica o título de Campeão Nacional, que foge há algum tempo. Essa é a nossa principal prioridade. Depois da experiência que tive na Liga dos Campeões, quero muito voltar a essa competição e poder usufruir da melhor competição do mundo de andebol num clube como o Benfica.
Pela grandeza do clube, a camisola do Benfica pesa mais do que as outras que envergou?
A camisola do Benfica não pesa mais, simplesmente, por tudo aquilo que o Clube nos dá, traz-nos ainda mais responsabilidade. Se temos todas as condições e possibilidades de atingir o nosso melhor, também temos de ter a responsabilidade de estar 100% concentrados e focados em retribuir com aquilo que são as nossas capacidades. Obviamente que os atletas não são máquinas, existem picos de forma, e existirão sempre porque até os melhores jogadores do mundo fazem más exibições. O compromisso, a concentração e a responsabilidade têm de ser sempre máximos.
Além de andebolista, também é médico. Como é que concilia essas duas paixões na sua vida? É fácil equilibrar as coisas?
Neste momento fiz uma pausa na medicina, mas não passa disso mesmo, porque quando decidi fazer essa carreira dual foi por ter noção de que, infelizmente, à exceção do futebol – e refiro-me mais aos atletas de topo –, nós, enquanto desportistas, não conseguimos criar as condições para ter família e vivermos o resto da nossa vida. Por isso decidi ter uma profissão paralela. A escolha recaiu na medicina por gosto pessoal e porque é aquilo com que mais me identifico a seguir ao desporto. Costumo dizer que em primeiro lugar sinto-me claramente um desportista, mas como tinha essa consciência de ter outra profissão, acabei por seguir medicina.
Nem sempre foi fácil conciliar as duas coisas, houve momentos em que tinha de gerir as minhas próprias emoções, porque sentia que podia dar mais tanto num lado como no outro. Olhando para trás, é um percurso do qual me orgulho e que voltaria a fazer igual, até porque acabou por não me roubar tantos sonhos desportivos que eu tinha. Penso que consegui atingir as melhores metas no desporto e espero conseguir o mesmo aqui no Benfica.
Em que medida é que a sua vida académica contribuiu para ser quem é, como pessoa e como atleta?
Nós, enquanto pessoas, formamo-nos através de todas as experiências que temos e a verdade é que, até aqui, eu costumava brincar que tinha duas vidas paralelas, que realmente nada têm a ver uma com a outra. O desporto é uma excelente escola de vida, transmite valores incríveis, ensina-nos a estar em grupo, a lidar com diferentes personalidades, a capacidade de superação, o espírito competitivo. Sinto-me privilegiado por ter tido essa formação através do desporto. Paralelamente tinha a medicina, cujos valores acabam por se misturar com os do desporto. Ter vivido estas duas experiências faz de mim uma pessoa mais capaz e sem dúvida uma melhor pessoa.
Diz aos mais novos que nunca deixem de estudar e nunca virem a cara aos livros e ao saber?
Aquilo que eu aconselho é que não deixem de lutar pelas suas paixões e os seus sonhos. Se for o desporto, que não deixem de o ter como prioridade, mas sempre conscientes de que, sobretudo nas modalidades, também é importante garantirem um futuro de forma a que depois consigam viver e olhar para trás e ficarem felizes com aquilo que fizeram. Nem todos temos a obrigação de seguir os estudos ou sermos licenciados, doutorados, o quer que seja, mas todos temos a obrigação de ter um plano para nós.
Quando vai a algum restaurante ou quando anda na rua, os adeptos reconhecem-no e abordam-no?
Sim, isso vai acontecendo, mas não numa escala como no futebol, como é obvio. No outro dia até estava a brincar, porque ia haver um jogo de futebol e estava muita gente à volta do Estádio da Luz; passou o melhor jogador de hóquei do mundo, que joga pelo Benfica, o Nicolía, e a verdade é que pouca gente o estava a reconhecer. Ou seja, estas situações vão acontecendo e nós encaramos de forma natural, mas a verdade é que, dada à cultura desportiva em Portugal, isso é uma situação que acontece muitíssimo mais no futebol e acho que este exemplo que eu dei acaba por ilustrar isso mesmo. Cabe-nos lutar para que as modalidades sejam cada vez mais reconhecidas, não só as coletivas, mas também as individuais.
Acompanha o futebol? Vai ao Estádio da Luz ver os jogos?
Sim. Sem nunca prejudicar aquilo que tem de ser o meu rendimento enquanto atleta, sempre que possível tento acompanhar o futebol e também as outras modalidades, porque podemos aprender muito com elas, não só pelo paralelismo que pode haver entre os desportos, mas também pelo espírito e interação que as equipas têm. No Benfica somos privilegiados nesse aspeto. Para quem é apaixonado pelo desporto - e no meu caso sou mesmo apaixonado pelo desporto e não só pelo andebol, todo o tipo de modalidades coletivas -, somos privilegiados porque podemos ver jogos de alta qualidade.
Entrevistas: gosta de dar?
Gosto de passar aquilo que são as nossas experiências, também acho importante que as pessoas nos conheçam melhor. Muitas vezes, e isso também acontece comigo, olhamos para os nossos ídolos e sabe-nos bem perceber que também são pessoas como nós. Acho que dar entrevistas faz parte daquilo que é o nosso trabalho, porque temos também essa oportunidade, uma vez que muita gente olha para nós como um bom exemplo.
Se estivesse no papel de jornalista, que pergunta faria ao Pedro Seabra, andebolista do Benfica?
Hum… essa é difícil. Acho que acabamos de descobrir por que não fui para jornalista [risos].
Que mensagem quer deixar aos Benfiquistas nesta quadra e viragem de ano?
É importante estarmos em família, e no fundo o Benfica também é uma família, porque é uma paixão para muitas pessoas e, portanto, aquilo que eu desejo aos nossos adeptos é que entrem bem no novo ano e que regressem também com força, porque de certeza que iremos festejar muitas coisas juntos em 2018.
Texto: Márcia Dores
Fotos: Isabel Cutileiro, João Paulo Trindade e Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 21 de março de 2024