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Clube
O administrador executivo da SAD do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, aprofundou a visão do Clube em entrevista ao jornal "A Bola".
31 janeiro 2019, 13h43
Domingos Soares de Oliveira
"A nossa preocupação é, acima de tudo, que quem tenha os direitos televisivos de Benfica, Sporting, FC Porto, SC Braga, V. Guimarães ou V. Setúbal tenha um retorno disso. Preocupa-nos que os detentores desses direitos possam ter dificuldade em rentabilizar esses direitos. Não é preocupação exclusiva do Benfica, mas da indústria no seu todo. (…) O problema é que a nível nacional esta preocupação devia ser de todos os clubes."
"Será que os direitos televisivos estarão a atingir um estado de maturidade financeiro que obrigue os clubes a repensar os modelos tradicionais? A concorrência em Portugal é menor, o mesmo acontece agora em Inglaterra e o valor dos direitos televisivos caiu. Os clubes portugueses dependem muito deles, sobretudo os mais pequenos, e com ausência de concorrência a renegociação de direitos televisivos futura será provavelmente mais complicada. A alternativa é tirar partido das tendências atuais do digital, redes sociais e outras plataformas. Existe combate entre operadoras e pirataria, parece-me que a lógica será diferente: se não estiverem disponíveis para pagar pelo conteúdo, pelo menos poderão estar disponíveis para suportar publicidade. Se tirar partido da componente digital, as pessoas a verem de graça, mas disponíveis para aceitar publicidade, pode haver uma primeira situação em que os valores baixem, porque estamos a sair do modelo tradicional, mas depois disparem."
"Interessa-nos subir no ranking [da UEFA] e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, lançou a determinada altura esse desafio. Mas subir no ranking significa ultrapassar a Rússia, o que nos permitiria ter mais uma equipa na Champions, como acontecia há pouco anos. Para isso, e houve alguém que mo disse, confiar numa máquina de pura sorte para que o calendário seja definido de forma aberta é capaz de não ser a melhor maneira de encarar as coisas. Os clubes que disputam competições europeias poderiam ter determinados privilégios, não de ponto de vista desportivo, mas, por exemplo, jogar em casa antes ou depois de uma prova europeia. Quantos jogos faz uma equipa alemã internamente? Um máximo de 43 jogos. Quantos faz uma equipa portuguesa? Se for à final das Taças de Portugal e Liga e ainda jogar a Supertaça ultrapassa os 50. Confiar num sorteio puro e duro que não protege a competição... Não é interesse de Benfica, FC Porto ou Sporting, mas de Portugal. Seria bom que houvesse essa reflexão, nos outros países vai acontecendo."
"Entre competições nacionais e internacionais dos clubes e competições de seleções e torneios que se vão organizando oficiais e não oficiais começamos a ter uma preocupação, que é o facto de o jogador, peça fundamental da indústria, acabar por ter cada vez menos tempo de descanso e recuperação. Quanto mais competições existirem, maior dificuldade teremos para ter estes jogadores disponíveis, com os riscos inerentes."
"O mundo gira e o tempo vai passando. Em breve outros países vão tendo outra capacidade financeira, Turquia, Polónia, Ucrânia... E se não mudarmos, em vez de estarmos em 7.º a lutar pelo 6.º lugar no ranking, seremos o 10.º a lutar para não descermos para 11.º. Não quero fazer críticas. Há 70 ou 80 por cento de temas que nos unem e divergências de 20 /30 por cento."
"Factualmente, é verdade, mas acredito que todos seremos capazes de dar um passo ao lado, para que a competição se mantenha no relvado, a nível comercial, captação de patrocínios, de melhoria dos resultados, até na disputa de um jogador, mas que naquilo que sejam os interesses da indústria que as pessoas sejam capazes de se por de acordo. Tivemos mais de dez anos em que os clubes se entenderam nestas matérias, havia reuniões com FC Porto e Sporting, com SC Braga, V. Guimarães, no âmbito da Liga até com os mais pequenos. Foi sempre possível chegar a consensos. Não é por dois anos ou dois anos e meio de costas voltadas que devemos deixar de ter esperança. Mas é importante que os presidentes da Liga e da FPF também desempenhem papel ativo nessa matéria. É importante que o Sindicato dos Jogadores faça o mesmo, porque no final do dia o que queremos é proteger os jogadores, o nosso principal ativo."
"Ouvi um presidente que está no ativo dizer que uma coisa é o entendimento entre os clubes, outra é falar para os nossos adeptos. É um posicionamento interessante, mas seria mais fácil se os discursos fossem diferentes. Na ECA tenho o presidente do Barcelona e n.º 2 do Real Madrid a discutir questões de interesse da Liga espanhola. Se não formos capazes de dar esse passo, vamos perder. Não estamos a defender os interesses do nosso futebol."
"A UEFA, em conjunto com a ECA, aceitou mudar o formato das competições no ciclo 2021/ 2024. Tínhamos 80 clubes na Liga dos Campeões e na Liga Europa e a partir de 2021 passaremos para os 96 clubes, mas em três competições, cujo nome ainda não conhecemos. Este acréscimo de clubes vem responder a uma necessidade de clubes de ligas mais pequenas que diziam que não conseguiam ter acesso às competições europeias. Poderá haver também alguma limitação em relação a número de clubes por país."
"Hoje temos no Benfica um exemplo das apostas que fizemos na formação. Ou já está a jogar na equipa principal ou já está a jogar a um nível muito alto em termos internacionais. Ou, não estando em nenhum dos dois casos, em breve estará a jogar ao mais alto nível. Mas existem condições para que esse investimento feito na formação possa em determinada altura ser retirado por valores muito baixos. Estou a lembrar-me de um exemplo que vivi com Ronny Lopes, que acabou por ser uma cedência quase obrigatória e o valor que nos pagaram foi simbólico. O Benfica não estava protegido, o que pretendemos é que haja maior proteção a quem investe em formação."
"Parte das questões têm sido abordadas pelo Benfica ao longo dos últimos anos, desde que fizemos uma coisa chamada a casa estratégica, uma reflexão sobre o que será a tendência dos próximos dez anos. Por exemplo, futebol feminino: há dois anos decidimos avançar e entrámos no modelo certo, respeitando quem está um nível acima, na I Divisão. Esperamos no próximo ano estar a um nível mais alto e isso permitirá ter maior pujança e atrair mais gente para esse futebol. Há dois anos iniciámos um processo complexo de transformação, introduzindo cada vez mais digital e hoje temos a nossa plataforma digital com pujança cada vez maior."
"Acreditamos que não tem o peso comercial do futebol masculino, mas a intenção é caminhar nessa direção. Nos EUA, de quatro milhões de federados, dois milhões são mulheres, a procura existe e temos de ser capazes de assumi-lo em termos europeus."
Fotos: Cátia Luís e Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 22 de março de 2024