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Judo
A judoca encarnada esteve à conversa com o Jornal “O Benfica”. Deu-se a conhecer, recordou a medalha de Ouro que conquistou por Portugal e ainda perspetivou as próximas provas.
11 outubro 2019, 16h25
Bárbara Timo
“Nasci no Brasil. Comecei a fazer judo aos 8 anos, mas até descobrir esta modalidade pratiquei outros desportos, mas o judo foi mesmo aquele que me conquistou. Acho que foi pela competitividade e pela filosofia que tem este desporto. Fui evoluindo, treinei, comecei a competir e cheguei à seleção do Brasil, aos 21 anos, e permaneci por lá durante 5 anos. Quando surgiu a oportunidade de ir aos Jogos Olímpicos e representar Portugal, abracei essa oportunidade e vim para cá. Deixei tudo no Brasil… confesso que a mudança foi difícil, mas vim para o Benfica, que foi a instituição que acreditou em mim, e sou muito grata por isso.”
“Lembro-me de que na minha primeira prova eu já era muito alta e pesada para a idade que tinha, e então não tinha adversárias. No meu primeiro torneio, tinha eu uns 9 anos, lutei com meninos, e ganhei a eles todos! Recordo que fiquei muito feliz, pois vencer os rapazes e ganhar o meu primeiro ouro, no primeiro torneio em que participei, era e foi realmente muito bom.”
“Foi o sonho olímpico que me fez vir para Portugal. Este sonho é o que move o atleta de alto rendimento… Mas o primeiro ponto que me fez vir foi o Benfica. Eu vi que o Clube e a seleção portuguesa acreditavam em mim, até mais do que eu mesma. Então eu apercebi-me de que não estava sozinha a correr atrás do sonho e que tinha uma estrutura por detrás de mim, e estávamos juntos. Este desporto já por si só é individual, então eu não caminhava sozinha… e quando fazemos as coisas sós, é tudo muito mais difícil, portanto, saber que tinha uma equipa comigo foi o que teve mais peso na decisão de vir para cá.”
“Ouvir o hino nacional quando subi ao primeiro lugar do pódio no Grand Prix, na Geórgia, foi muito especial”
“Vir para o Benfica surgiu numa altura certa. A proposta surgiu de mim, e eles abraçaram a ideia, e isso foi fundamental. Esta mudança fez-me muito bem. Eu não conseguia estes resultados que tenho tido em tão pouco tempo. Realmente, isto fez-me e faz-me bem… não só como atleta, mas também como pessoa. Sair de casa, saber virar-me sozinha e vir para outro continente e adaptar-me. Tudo isto foi importante para mim como pessoa, e a consequência disso foi como atleta também.”
“A rotina que tenho depende da altura em que estamos. O judo é um desporto individual, mas nós precisamos de treinar com os adversários. Então a nossa rotina é não ter rotina. Ficamos a cada 10 dias fora, depois voltamos 5 dias e depois viajamos… é uma coisa difícil de administrar. Se fizer um resumo, são treinos bidiários. Quando não fazemos judo de manhã, fazemos treino físico à tarde, e à noite também, cerca de duas horas. Temos fisioterapia, temos nutricionista, psicólogo… é praticamente o dia todo voltado para o tal sonho que nós, os atletas, temos.”
“A documentação saiu no ano passado, mas o direito de competição, no início deste ano. Naturalizar-me portuguesa foi pelo sonho que tenho, pelo sonho olímpico e tudo o que vinha no pacote: o sonho, a valorização que ia ter cá em Portugal, e até mesmo eu sabia que ia agregar o judo cá em Portugal, iam valorizar-me como pessoa também, ia melhorar o judo feminino, e na minha categoria não havia ninguém no sénior. Pela primeira vez nos Jogos Olímpicos vai haver um campeonato que vai juntar três categorias femininas e três masculinas. Uma categoria é a Telma [Monteiro], outra sou eu, e outra é a Rochelle [Nunes].”
“Ouvir o hino nacional quando subi ao primeiro lugar do pódio no Grand Prix, na Geórgia, foi muito especial. Foi o primeiro Grand Prix que eu ganhei, e pela luta que fiz ao longo da prova. Desde o início que eu tive combates muito difíceis. Na primeira luta ganhei à tricampeã mundial, e na final ganhei à atleta que foi bronze nos Jogos Olímpicos. Foi a minha segunda medalha por Portugal e foi aquela que eu carimbei, sem qualquer tipo de coincidência ou sorte, foi mesmo por ter feito um trabalho bem feito, e sei que tenho condições totais de conseguir maiores e melhores resultados. Foi emocionante ouvir o hino. Fiquei tão nervosa, senti as minhas pernas a tremer. Foi ali que eu senti mesmo o que tinha acabado de fazer. Só penso em repetir o feito nos circuitos mundiais e sobretudo nos Jogos Olímpicos.”
“Avizinha-se o Europeu de Clubes, já no mês de novembro. Vai ser uma competição muito importante”
“Avizinha-se o Europeu de Clubes, já no mês de novembro. Vai ser uma competição muito importante. A nossa equipa feminina está bem composta, e estamos muito animadas. Temos muita vontade de lutar pelo título, e vai ser aqui, em Portugal, e espero que os adeptos possam ir apoiar e torcer por nós, porque vamos trabalhar no duro para fazermos uma grande prova. No final do ano vamos ter mais uma competição. Espécie de mundial onde vão estar os 30 mais bem colocados, que é muito importante para a qualificação do ranking… Para o ano que vem, temos o Europeu, e dentro disso eu espero ficar entre as top 5 e 8 do ranking mundial. Estou em 10.º lugar no ranking olímpico, então não é algo muito distante. Temos também várias medalhas no circuito para chegar como cabeça de série aos Jogos Olímpicos, que é algo importante, pois qualquer detalhe vai ser de grande importância.”
“Uma medalha minha nos Jogos Olímpicos é algo alcançável. Acho que com este mundial eu provei que tenho a capacidade. Não só eu, mas também toda a equipa. Tivemos um resultado incrível. E acho que vamos ter um bom desempenho, e o resultado vai ser a competência do nosso desempenho, que acredito que vai ser excelente.”
“Uma medalha nos Jogos Olímpicos é algo alcançável. Provei que tenho capacidade”
“Nós somos realmente uma família. Começou por uma amizade e companheirismo de equipa, mas depois, e hoje, sem querer, nós estamos sempre juntas. Não é obrigação do treino, nem de sermos da mesma equipa… passamos o final de semana juntas, ficamos em casa da Telma, noutros dias ficamos em minha casa… somos mesmo como uma família, e fico muito contente com isso. A nossa rotina é bastante stressante e estimulante, e tê-las como amigas é a válvula para combater o stress e chorar nos momentos tristes… e principalmente comemorarmos juntas nas vitórias.”
Texto: Carolina Brito
Fotos: Gonçalo Lopes / SL Benfica
Última atualização: 21 de março de 2024