Futebol
04 janeiro 2020, 23h18
Comemoração do golo que decidiu o jogo no Minho
Perante um adversário difícil, bem estruturado e pertinente com bola, o comandante justificou as patentes de equipa mais realizadora (38 golos marcados) e menos batida da prova (cinco sofridos), alcançando a 14.ª vitória em 15 jornadas (42 pontos).
Consistência, organização tática, sentido posicional, concentração e eficácia foram alguns dos aspetos-chave na atuação do Benfica na primeira parte do duelo no Minho e que perduraram após o intervalo. O Vitória, fiel à sua matriz, fez por ter bola e iniciativa, mas os encarnados consentiram poucos espaços na zona recuada na primeira meia hora do desafio.
Numa jogada rápida, o Campeão colocou-se em vantagem no marcador ao minuto 22. A bola saiu dos pés de Cervi, passou pelos de Chiquinho e de Pizzi, que, já no enfiamento da grande área, colocou o esférico no meio da grande área, onde reapareceu Cervi para concluir da melhor maneira usando o pé direito (0-1). Ao primeiro remate, o Benfica colheu frutos. Foi o segundo golo do argentino na Liga NOS 2019/20 e a oitava assistência de Pizzi.
Em reação, os vimaranenses tiveram mérito na forma como conseguiram forçar brechas para tentar visar a baliza benfiquista: Lucas Evangelista (31') e Edwards (39' e 45') importunaram Odysseas, mas este foi de uma competência extrema, fazendo a diferença na sua posição.
Com posse, mas denotando dificuldades para invadir a zona defensiva do Benfica, o Vitória usou e abusou de cruzamentos na fase inicial da segunda parte. O guarda-redes Odysseas e os centrais Rúben Dias e Ferro, muito sólidos e atentos, nunca se deixaram surpreender.
Num passe longo para Vinícius ao minuto 56, as águias dispuseram de uma oportunidade para faturar. O avançado passou por Pedrão, mas ficou com ângulo reduzido. Ainda assim, o brasileiro arriscou o remate de pé esquerdo, com Douglas a responder com uma defesa para canto.
Espremendo o que se passou na etapa complementar, o lance mais complicado de resolver pela defensiva encarnada aconteceu aos 68': Odysseas não susteve a bola cruzada da direita por Davidson, Evangelista foi lesto a visar a baliza na segunda vaga, mas o guarda-redes do Benfica, recuperando a posição, foi bravo na abordagem ao esférico e espalmou para canto.
FILME DO JOGO
Bruno Lage trocou Vinícius por Seferovic aos 71'. Nesta fase do encontro o Benfica tinha mais tempo de bola e controlava os acontecimentos com frieza, sempre à espreita de um desequilíbrio que pudesse produzir um segundo golo que arrumasse o resultado.
A bola podia ter entrado na baliza de Douglas aos 86', mas o guarda-redes dos minhotos ganhou o cara a cara com o Pizzi no coração da grande área. Nesta altura já Samaris tinha rendido Chiquinho (82'): o Benfica refrescava-se numa zona-chave (centro do meio-campo) e ganhava músculo.
Com o desafio a caminhar para o fim, as águias dispuseram de uma boa ocasião para tentar o 0-2. Pizzi sofreu falta perto da área vimaranense, Gabriel assumiu a execução do livre direto e... Douglas voou e sacudiu o esférico por cima da barra (90'+1')!
Com segurança, e já com Gedson no lugar de Pizzi (90'+2'), o Benfica, fiável, geriu e controlou as ocorrências, com e sem bola, no tempo de compensação, onde uma entrada mais ríspida de Rochinha sobre Samaris (90'+6') resultou na mostragem do segundo cartão amarelo e consequente vermelho ao jogador do Vitória.
Texto: João Sanches
Fotos: David Martins / SL Benfica