Nélson Veríssimo: "É um dérbi, mas o foco não muda: lutar pela vitória"

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O Benfica recebe o Sporting (sábado, às 21h15) na 34.ª e última ronda da edição 2019/20 da Liga NOS. Um jogo que "desperta outras emoções", mas que a equipa orientada por Nélson Veríssimo encara "com a seriedade habitual".

Em conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, o técnico encarnado lamentou a ausência de público no Estádio da Luz no fecho da competição e recusou falar já da Taça de Portugal, garantindo que o foco está no dérbi deste sábado.

Como é que a equipa está encarar o dérbi com o Sporting na última jornada do Campeonato? Será também um momento de preparação para a final da Taça de Portugal, que se disputa uma semana depois [1 de agosto]?

A nossa equipa está a encarar este dérbi com a seriedade habitual. Relativamente à final da Taça, vamos ter um interregno de sete dias para esse jogo. O foco, agora, passa exclusivamente pela preparação para este jogo com o Sporting. É sempre um dérbi, desperta outras emoções, é pena não termos o nosso público no Estádio, mas certamente vamos ter duas equipas em campo para tentar vencer, e acredito que vai ser um bom jogo.

Pensando que o jogo mais importante da época será o da Taça de Portugal, está a pensar fazer alterações no dérbi? Já esteve com Jorge Jesus no Seixal?

As alterações, se existirem, serão fruto do momento, em função do jogador e das características do adversário. Sobre o míster Jesus é desejar-lhe sorte nesta aventura que vai ter no Benfica. O sucesso dele, será o do Benfica e de todos os Benfiquistas. Aproveito ainda para lhe dar os parabéns porque o míster Jesus faz anos hoje.

Que Sporting espera encontrar neste dérbi, sabendo-se que o adversário ainda não tem a terceira posição assegurada na tabela classificativa?

O jogo vai ter a mesma importância para o Benfica que terá para o Sporting. Espero um Sporting atrevido, a querer assumir o controlo do jogo, mas deste lado vai estar uma equipa com esse mesmo objetivo, de querer controlar e criar muitas situações de golo. Perspetivo um jogo aberto e bem disputado, e esperamos alcançar a vitória.

O Sporting poderá jogar com uma linha de cinco defesas. Como pensa ultrapassá-la?

A linha de cinco defesas do Sporting vai-nos criar um desafio para a desmontarmos. Já enfrentámos outras equipas com a mesma forma de defender e soubemos desmontar esse tipo de processo defensivo.

Pizzi e Vinícius estão na luta pelo prémio de melhor marcador da Liga NOS. Que antevisão faz?

Percebo que estejam na luta pelo melhor marcador, mas os objetivos coletivos estão sempre à frente dos individuais. Não quer dizer que sejam menosprezados. Em função do tempo que estejam em campo – jogando ou não de início – vão lutar por esse objetivo, sem descurar os objetivos coletivos. Do que conheço dos nossos jogadores, o foco vai estar no coletivo e não no individual.

Tendo em conta que este dérbi já não muda nada nas contas do Campeonato para o Benfica, uma vitória daria incentivo extra para o jogo da Taça de Portugal?

O foco está agora no dérbi. Obviamente que o objetivo passa por ganhar o jogo de amanhã [sábado], assim como será certamente o objetivo também do Sporting. Será um jogo disputado, esperamos que com uma intensidade elevada e com as duas equipas à procura de proporcionar um bom jogo.

A luta pela vitória é uma questão de orgulho?

O Benfica, pelo passado e pela história que tem, é sempre obrigado a lutar em todos os jogos pela vitória. Claro que o jogo de amanhã [sábado] não foge a essa regra… Sendo um jogo contra o Sporting, pode ter outra dimensão, mas o foco não muda. É mais um jogo em que vamos lutar pela vitória.

Qual será o seu posicionamento na estrutura do Benfica na próxima época? Tem contas a ajustar com Rúben Amorim por este ter vencido na Luz ao serviço do SC Braga?

Não há contas a ajustar, porque quando existem as coisas não correm bem. Há é vontade de fazer um bom jogo e ganhar. Esse é um forte objetivo, mas reconheço a força do Sporting e o mérito do seu treinador. O meu foco vai até ao jogo com o FC Porto [final da Taça de Portugal].

Perspetiva fazer alterações no meio-campo nesta partida? Como analisa as recentes atuações de Florentino?

Florentino é um bom exemplo de um jogador que, nem sempre fazendo parte das opções, nunca facilitou nos treinos, trabalhou sempre no limite, com um compromisso enorme e só assim, com a sua qualidade, pôde ter uma resposta como a que teve. Relativamente à outra questão, o plantel é constituído por 25 jogadores. Sinto que todos podem fazer parte da solução, vamos ter de esperar por amanhã [sábado] para perceber qual é a equipa que vamos apresentar, e primeiro comunicar isso aos jogadores.

Que avaliação faz à atuação de Gonçalo Ramos na última jornada frente ao Aves?

Desde a retoma que integrámos no plantel um grupo de oito jogadores a treinar connosco. Fruto das necessidades da convocatória para o jogo com o Aves, abriu-se a possibilidade de integrar um desses jovens, e acabaram por ir dois, o Gonçalo Ramos e Paulo Bernardo, que depois ficou de fora. A escolha recaiu sobre o Gonçalo pela qualidade, pela entrega e pelo compromisso que teve neste período em que esteve connosco. Entrou, teve a felicidade de marcar dois golos e está de parabéns por isso, sabendo também, e é importante ressalvar, que contou com a ajuda de todos os jogadores do plantel naquilo que fez.

A chegada de Jorge Jesus afeta, de alguma forma, a motivação do plantel, tendo em conta as notícias sobre possíveis reforços para a próxima temporada?

Aqui [no Benfica], de casa, entre jogador e treinador, já tenho cerca de 16 anos. Como profissional de futebol tive 17/18 anos, ainda que em contextos diferentes daquele que estamos a vivenciar agora… Todos os anos, de uma maneira ou outra, as entradas e saídas acabam por se falar e acabam por acontecer. Daquilo que me diz a experiência e também daquilo que eu vejo no dia a dia, não sinto os jogadores afetados com essa questão. Acaba por ser uma situação normal com a qual os jogadores têm de lidar todos os anos, e à qual já estão adaptados. Do que foi o nosso dia a dia de treinos, não vejo nenhuma situação fora do normal. Estão a responder da mesma forma, com a mesma entrega, com o mesmo empenho.

Texto: Filipa Fernandes Garcia, João Sanches e Marco Rebelo

Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica