Futebol

14 setembro 2020, 19h05

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

Jorge Jesus na conferência de Imprensa

ANTEVISÃO

Muita ambição, expectativas altas, vontade firme do Benfica de seguir em frente numa prova desejada e sonhada por todos! Foi este o mote do treinador Jorge Jesus na antevisão do duelo com o PAOK, na Grécia, na 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

O técnico das águias reforçou a "responsabilidade e pressão de ganhar", numa partida, com início agendado para as 19h00 desta terça-feira no Estádio Toumba, que é encarada como a "primeira final" da época 2020/21... 

Depois de uma pré-temporada cheia de jogos e vitórias, quais as expectativas que tem para este primeiro jogo oficial e que adversário espera encontrar?

As expectativas são as melhores, é a Champions, a prova máxima, todos sonham com ela, e tanto nós como o PAOK queremos passar esta eliminatória. As nossas expectativas são as melhores porque acreditamos muito no trabalho que fazemos durante a semana, acreditamos muito nos jogadores individualmente, e acreditamos e temos a certeza de que temos tudo, independentemente de ser o primeiro desafio oficial, para fazer um excelente jogo, que nos permita passar a eliminatória, que é o nosso grande objetivo. Sendo a um jogo, não importa muito, é aquilo que está determinado e foi para isso que nos preparámos.

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

O Benfica pretende deixar uma boa imagem na Europa e também investiu para ter um plantel de qualidade. Isso aumenta a pressão sobre a equipa neste jogo decisivo com o PAOK?

Não. O que aumenta a pressão, e temos a noção disso, é termos uma eliminatória a um jogo, onde temos a responsabilidade de querer ganhar, porque queremos passar. Responsabilidade e pressão de ganhar. Quando se está num clube como o Benfica a pressão é diária, e em todos os jogos. Quanto melhor for a qualidade da equipa, mais se acentuarão a responsabilidade e a pressão, porque as pessoas exigem que essa qualidade seja transferida para os jogos. Toda a gente tem esse pensamento de que o Benfica vá mais longe na Champions League do que tem ido nos últimos anos. Não é um sonho, é uma realidade. Há condicionantes. Quais são? Os adversários. Nós seremos melhores? É isso que queremos demonstrar amanhã [terça-feira]. É a nossa primeira final para passar. Se me perguntar a mim, pessoalmente, se esta pressão me diz alguma coisa... Zero! Estou habituado. A pressão faz parte dos grandes treinadores, dos grandes jogadores e das grandes equipas.

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

O treinador do PAOK, Abel Ferreira, na conferência de Imprensa de antevisão ao jogo, disse que, apesar de querer muito ganhar e colocar pressão na sua equipa, o Benfica é o favorito a vencer a eliminatória. Como encara estas declarações e o reencontro com alguém que tão bem conhece?

Quando querem colocar a pressão e o favoritismo em outra equipa, seja ela A, B ou C… não me importo que o façam em todos os jogos que o Benfica jogar! Que o Benfica seja sempre o favorito! É um bom sinal! É sinal de qualidade, que tem uma equipa forte, mas também não é sinónimo que vai ser o vencedor antecipado. O meu colega Abel está a fazer um excelente trabalho aqui na Grécia, foi meu jogador no Vitória de Guimarães, tenho a certeza que conhece as minhas ideias de jogo, conhece-me como treinador e vamos ter um duelo que cada um de nós quer ganhar! Ele sente que tem equipa para poder sair vencedor desta eliminatória, o Benfica também pensa da mesma maneira e amanhã [terça-feira] vamos esgrimir para ver qual das duas equipas vai ser melhor e vai sair vencedora! Eu acredito que vai ser o Benfica, estamos muito confiantes.

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

Neste regresso ao Benfica encontrou alguns jogadores que já conhecia e outros que foram pedidos por si. Nesta altura da preparação, que jogador é que o surpreendeu mais pela positiva?

Há quatro jogadores que são do tempo da minha anterior passagem pelo Benfica, e dois, o André Almeida e o Pizzi, estão cá para o jogo com o PAOK, e os outros dois são o Jardel e o Samaris. Também é uma vantagem que tenho tido, porque são jogadores que conhecem um pouco as minhas ideias de jogo (claro que não são as mesmas, porque se foram mudando e valorizando), e isso ajuda, facilita a relação com os outros colegas que não me conhecem e com os que estão a chegar. Todos me estão a surpreender. É uma equipa jovem, que sabe onde está e para onde quer ir. Os jogadores contratados são chamados de reforços, mas são reforços para fazer parte do plantel, não é para jogar no onze. Todos os reforços têm de demonstrar, e é isso que estão a fazer.

Que análise faz ao adversário e ao técnico Abel Ferreira?

Fizemos o nosso trabalho de casa, ou seja, reconhecer as qualidades do nosso adversário em todos os momentos do jogo e chegámos à conclusão que é uma boa equipa. Quanto ao Abel Ferreira, está a fazer um excelente trabalho, tem uma ideia de jogo muito positiva, num sistema difícil para treinar [3x4x3], que é aquele que ele está a desenvolver ultimamente, fê-lo nos últimos jogos que vi, inclusivamente com o Besiktas e com o Larissa. Temos conhecimento do PAOK, tal como acreditamos que o PAOK tem um conhecimento profundo do Benfica. Este trabalho faz parte do jogo fora das quatro linhas.

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

Um jogador do Benfica foi infetado por COVID-19. Isso pode influenciar os outros jogadores?

É verdade que um dos nossos jogadores testou positivo, o Mile Svilar, mas isso faz parte da vida de todos, saber conviver com a COVID-19, porque não há outra maneira de vivermos. O futebol deu um exemplo muito grande de como conviver com a pandemia. Há três questões: testar, prevenir e isolar. Isto, para mim, não é nada de novo. No Brasil, tive 11 jogadores do Flamengo com COVID-19. É testar, isolar e prevenir. Não vejo problema, desde que as coisas sejam bem feitas e os protocolos cumpridos. O Benfica testa os seus atletas três vezes por semana. O problema que se coloca aqui é o jogador que testa positivo e depois pode estar duas ou três semanas sem treinar. Se forem dois, três, quatro... isso já começa a ser problema, porque são jogadores que não podem jogar. O resto é como disse: testar e isolar.

Não havendo público nas bancadas do Toumba, o silêncio que se vai sentir poderá ajudar o Benfica a respirar fundo e a assentar as suas ideias de jogo logo desde início?

Sem isolar este jogo de amanhã [terça-feira], o facto de os jogos não terem público não beneficia ninguém. Nem quem joga em casa, nem quem joga fora… Emocionalmente há sempre um fator importante e os grandes clubes que têm uma massa adepta muito grande. Esses, normalmente, são sempre os mais prejudicados. Para o futebol em si, nem é bom para os jogadores do PAOK, nem é bom para os jogadores do Benfica. Não sentimos a mesma adrenalina, e quem disser o contrário está a mentir. O que eu mais gostava era amanhã [terça-feira] jogar com este estádio completamente cheio.

Antevisão PAOK-Benfica Jorge Jesus e Pizzi

Sendo uma eliminatória disputada num só jogo, isto confere vantagem a alguma das equipas? Até onde é que gostava de chegar na Europa, o que é que a sua ambição lhe diz para esta época?

É um facto que temos de jogar aqui na Grécia, mas não vejo que isso possa dar vantagem ao nosso adversário. Para nós, é uma final. Se és uma grande equipa, esse fator [de jogar num país diferente] não pode interferir na forma de ter um desempenho de qualidade. A ambição é em função do passado. No meu primeiro ano no Benfica a ambição era ser campeão nacional. Nunca tinha sido. A minha grande ambição agora não e só ser campeão nacional, é poder chegar o mais longe possível nas competições europeias. Esse é o projeto do Benfica. Até onde vamos chegar, não sabemos, será até onde nos deixarem. E quanto mais à frente nos deixarem chegar, mais forte será a nossa ambição.

Texto: João Sanches e Sónia Antunes

Fotos: Isabel Cutileiro / SL Benfica

Última atualização: 21 de março de 2024

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