Jorge Jesus: "Grupo está unido, ligado e sabe o que quer!"

ANTEVISÃO

Em conferência de Imprensa, Jorge Jesus, treinador do Benfica, fez o lançamento do jogo com o SC Braga na 11.ª jornada da Liga Bwin. A partida, no Estádio da Luz, tem início marcado para as 21h15 deste domingo, 7 de novembro, e é esperado um "grande espetáculo".

Foram vários os temas em análise na sala de Imprensa do Benfica Campus! Jorge Jesus anteviu o desafio perante "um adversário com provas dadas", revelou que Seferovic está de regresso após lesão e analisou o rendimento da dupla ofensiva Darwin e Yaremchuk.

O técnico olhou ainda para o rendimento do coletivo, vincando que o objetivo passa por regressar à liderança do Campeonato, assente num coletivo "forte, ofensiva e defensivamente muito pressionante".

A abrir a conferência de antevisão, e perante "mentiras e casos plantados" na Comunicação Social, Jorge Jesus fez questão de se dirigir diretamente e olhos nos olhos aos Benfiquistas.

Palavras aos Benfiquistas 

"Quero falar para todos os Benfiquistas em relação àquilo que esta semana apareceu na Comunicação Social sobre alguns casos que foram plantados, mentiras, nas quais incluíram um grande profissional que é o Otamendi, que é capitão de equipa e que sabe quais são os limites dele em relação à responsabilidade que tem e ao treinador. Claro que isso é intencional, claro que isso é no sentido de dividir o grupo, dividir o Benfica e pôr os Benfiquistas a pensar em coisas que não existem. Este grupo é ligado e sabe o que quer e o treinador que tem. Também sabemos que a Comunicação Social não escreve mentiras, e para as escreverem alguém teve de passar esta notícia. Não me interessa quem foi, o que me interessa é dizer aos Benfiquistas que podem estar seguros, que o grupo está unido e se os resultados não aparecerem não é por este motivo. Neste pressuposto, jogadores, equipa e staff estão ligados e todos sabemos o que queremos. Não podemos é controlar esta especulação, esta mentira e que põe em causa um capitão de equipa, um profissional que tem um comportamento espetacular."

Que jogo espera neste domingo, e o que o Benfica precisa de fazer perante este adversário que na época anterior conseguiu criar várias dificuldades à equipa?

É um jogo como todos os outros jogos do Campeonato português, difícil, uns mais do que outros pela qualidade dos nossos adversários. O rival de amanhã [domingo] tem provas dadas, não só nos confrontos diretos connosco, mas também nas competições em que está inserido. É um Braga já com uma ideia de jogo e com o mesmo treinador há algum tempo, o que faz com que a equipa esteja cada vez mais forte. Portanto, vamos ter um jogo difícil, no qual o Benfica vai jogar dentro daquilo que normalmente faz no nosso Estádio. O adversário é difícil, mas o Benfica está habituado nestes últimos jogos a jogar contra adversários fortes. Vamos tentar que o nosso jogo passe, e se isso acontecer a qualidade ofensiva do Benfica também não é muito fácil de parar. Acho que vai ser um excelente jogo, um excelente espetáculo e que vai ter golos, porque as duas equipas quando têm bola são muito criativas e procuram o golo com facilidade. Os jogos contra boas equipas normalmente proporcionam bons espetáculos e dificuldades a ambas as equipas. O que queremos é criar mais dificuldades ao Braga do que eles a nós.

A que é que se deve este momento da equipa?

O Benfica perdeu a liderança há uma jornada, esteve nove jogos em primeiro. Isso preocupa-nos? Preocupa, porque queremos estar em primeiro. Depois, há um princípio que pode ser estranho para vocês e que é o relacionamento do treinador com o jogador. Eu, primeiro, sou treinador dos meus jogadores, primeiro estou aqui para defender os interesses do Benfica. É parecido como funciono com os meus filhos. Primeiro sou pai, depois é que sou amigo dos meus filhos. É exatamente a mesma coisa com os jogadores. Primeiro eles são jogadores, e depois é que eu sou amigo deles. Todos já me conhecem, não sou treinador há dois anos, todos sabem como sou e a relação que sempre tive com os jogadores. Tanto que é assim que com muitos com quem já não trabalho continuamos a ter grandes laços de amizade.

Na última conferência de Imprensa falou acerca da forma como se pintava o quadro, relativamente ao momento de forma da equipa. Nesta altura, há três jogos sem vencer, o quadro é mais escuro?

Não, ninguém é campeão à 10.ª jornada do Campeonato, nem se conquistam títulos aí. Esta é uma competição com 30 e muitas jornadas, e cada jogo é uma etapa. Quando o Benfica era líder também não era campeão na altura, o facto de agora estar atrás apenas por um ponto também não se coloca a questão.

Seferovic já treinou esta semana com a equipa. Conta com o jogador para este jogo?

Amanhã [domingo] ainda vamos treinar, mas se tudo correr normalmente o Haris [Seferovic] vai ser convocado. Vai ser o primeiro jogo dele ao fim de dois meses, vamos ver o que o jogo dita para podermos ter possibilidades de o incluir ou não.

Relativamente aos avançados, Darwin e Yaremchuk têm sido aposta. É esta a dupla que lhe dá mais garantias?

O Benfica, neste momento, dos cinco pontas de lança que tinha, tem quatro em atividade. Dentro do sistema em que jogamos, muitas das vezes podem jogar os dois juntos, pelo menos no começo ou no fim. Amanhã [domingo], veremos qual é a melhor estratégia para saber quem lançar no jogo, se é o Darwin e o Yaremchuk ou se é o Yaremchuk e outro colega que jogue ao lado dele.

Já admitiu que o Benfica perdeu rotinas nos últimos tempos porque não treina. Isso pode estar associado a esta quebra exibicional da equipa?

Aquilo que podemos prometer e o que queremos é que o Benfica, jogo a jogo, tenha um rendimento maior. Os jogos e os dias de treino vão valorizando cada vez mais as rotinas. Isso faz parte do processo evolutivo de cada equipa. Aquilo em que acreditamos, pela qualidade dos jogadores e do trabalho, é que podemos voltar à liderança do Campeonato. Temos três derrotas, uma no Campeonato e as outras com o Bayern Munique. O que gostávamos era de não ter derrotas e estar cem por cento, porque isso nos dava a liderança. O que queremos é continuar a ser uma equipa forte, ofensiva e defensivamente muito pressionante.

Temos visto o Yaremchuk a evoluir em vários aspetos do jogo, a jogar de costas para a baliza, mas isso não está a ter impacto ao nível de golos. O que é que está a faltar?

O Yaremchuk tem um problema, nada a ver com questões técnicas, que é a língua. Se jogar com o Darwin, não se conseguem expressar em termos de fala, de diálogo. Pode parecer que não, mas tem alguma influência. Ele chegou à equipa este ano e está-se a adaptar à ideia ofensiva, aos movimentos que os nossos pontas de lança têm de criar com e sem bola, e a entender melhor como jogamos. Acreditamos na qualidade dele. De todos, é aquele que está com mais dificuldade de adaptação.

Sempre foi um treinador muito preocupado com a linha defensiva e a consistência na defesa. O Benfica tem sofrido alguns golos, essencialmente nas segundas partes. O que é preciso fazer para contornar esta situação?

Se contabilizarmos o jogo da Champions isso é verdade. Se contabilizarmos os jogos do Campeonato, penso que só há uma equipa com menos golos sofridos do que o Benfica, que é o Sporting. Isso satisfaz-nos? Não. O que queremos é que a equipa defensivamente seja a que tem menos golos sofridos. Na Champions os adversários são muito mais poderosos e as dificuldades aumentam. Esses jogos também servem para nós melhorarmos algumas dificuldades que temos tido. Andamos diariamente à procura desse equilíbrio defensivo nos treinos para sermos mais fortes. O trabalho é que vai definir-nos a qualidade dessa ideia, e só com trabalho e com ideias é que nós melhoramos.