O xadrez que une e o futsal que forma

REPORTAGEM BTV

Do xadrez ao futsal, a Casa Benfica Portalegre é uma marca indelével na região, assumindo-se, no decurso dos seus 29 anos de existência, como, mais do que uma embaixada do Clube, um polo formador de jovens, engrandecendo o nome do Glorioso. No programa "Pelas Casas do Benfica", da BTV, ficámos a conhecer o novo projeto em marcha, que visa manter de pé uma tradição de longa data na cidade.

A relação de Portalegre com o xadrez tem mais de 50 anos, até um clube federado chegou a laborar em prol do desporto e de uma modalidade que a Casa Benfica n.º 44 vai agora abraçar com o entusiasmo próprio de quem atua em benefício de uma comunidade, com o desígnio de servir.

"A Casa Benfica Portalegre não é só o bar ou o restaurante, também temos a nossa parte social. Durante muitos anos organizámos caminhadas, convívios de pesca, uma série de atividades. Por exemplo, na altura da pandemia, fizemos arroz-doce e levámos a dois internatos em Portalegre. O que nos move é a parte social, ajudar os outros. É para isso que cá estamos", começou por afirmar o presidente José Coelho, orgulhoso dos desafios seguintes.

"Temos projetos que iniciam agora, como a academia de xadrez, e temos a academia de atletismo. Também temos o futsal, em que no ano passado disputámos o Campeonato Distrital da AF Portalegre, mas neste ano começámos com uma nova vertente, concretamente na formação. Temos em mente um novo projeto, a criação de uma secção de pesca desportiva", revelou o presidente.

O orgulho pelo trabalho feito é grande, até porque a embaixada encarnada tem conseguido cativar tudo e todos.

"É um espaço dedicado aos sócios da casa, aos adeptos, sócios do Benfica e temos também muitos sócios da Casa que são simpatizantes de outros clubes, que nós acolhemos com muito carinho e com quem convivemos diariamente", asseverou José Coelho, a respeito dos 495 associados. Ideia corroborada pelo vice-presidente António Nabais: "Temos um grupo de pessoas que procuram dar o seu melhor, fazer tudo aquilo que permita o engrandecimento da Casa do Benfica e que os sócios se sintam confortáveis."

João Carrinho é um caso paradigmático. Um exemplo de quem é bem recebido, de quem partilha a sã convivência entre clubes e um apaixonado praticante de xadrez, condimentos para ser um fiel associado da Casa Benfica Portalegre.

"Comecei a jogar muito novo, a entusiasmar-me e apaixonei-me pelo jogo. Tento sempre melhorar. Tornei-me sócio há muitos anos, sou de uma família multiclubística, os meus pais são sportinguistas, os meus avós benfiquistas e eu saí portista. Mas os meus melhores amigos, o meu avô com 94 anos e a minha avó com 92 anos, são benfiquistas e sempre tive um carinho muito especial pelo Benfica. Mantenho esse carinho pela amizade, desportivismo, o respeito mútuo entre clubes, então resolvi associar-me à Casa Benfica Portalegre", enalteceu o homem que sabe, e prova-o, tocar o hino do Glorioso.

Se o xadrez é mais um ingrediente no prato de quem gosta de servir, o futsal não é menos saboroso, sobretudo para quem, como Rui Realinho, assume pela primeira vez a função de treinador das camadas jovens de uma modalidade que ainda pratica. Uma vertente formativa abraçada na presente época pela Casa Benfica Portalegre.

"É a primeira experiência como treinador de camadas jovens, ainda sou praticante de futsal. É muito gratificante, é bom ensinar o que aprendemos. Os valores que temos de passar, além do desporto, é levar estas crianças a serem melhores pessoas e bons alunos. O futuro passa pela escola. É o primeiro ano, espero que corra bem", disse.

Diogo Aragonez, responsável pela secção de futsal, sublinhou precisamente os pressupostos formativos do projeto, inabaláveis perante o contexto em que está inserido.

"É difícil pelas características do território, por sermos de uma cidade do interior. Com 16/17 anos comecei a ter gosto pelo associativismo, mesmo com 24 mantenho-o, e como gosto não é tão difícil lutar. O nosso principal objetivo tem de ser dar a conhecer a modalidade e, simultaneamente, explicar a essência do desporto, para que serve e como os jovens devem trabalhar em equipa. Queremos estar articulados com as escolas e pais. Pretendemos continuar fazer esse trabalho desportivo e educativo", concluiu.