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Futebol feminino
20 janeiro 2023, 10h17
Equipa do Benfica
Além do título, ficou também para história o novo recorde português de espectadores num jogo oficial, superando os 12 632 que viram ao vivo a final da Taça de Portugal em 2019, disputada no Estádio Nacional entre Benfica e Valadares Gaia.
O crescimento sustentado do futebol feminino em Portugal nos últimos anos é notório e está indelevelmente associado ao contributo benfiquista, cujo início do projeto remonta a 2018. O mediatismo que a participação do Benfica proporciona é essencial para o incremento do número de adeptos e patrocinadores, sem os quais seria inviável a evolução verificada.
Evolução é mesmo a palavra-chave, aplicando-se naturalmente também ao Benfica, não obstante, os dois títulos nacionais consecutivos e a presença entre os 16 melhores da Europa nesta e na época passada.
Na 5.ª temporada de vida, e com uma pandemia pelo meio, a ascensão benfiquista na modalidade tem sido meteórica. A estreia ocorreu em 2018, na 2.ª Divisão Nacional, a qual, de goleada em goleada, o Benfica acabou por vencer. O percurso na Taça de Portugal foi extraordinário, ganhando a prova com uma goleada, por 4-0, na final ante o Valadares Gaia, que terminou a época no 8.º lugar do Campeonato Nacional. No entanto, o jogo da afirmação fora na 2.ª mão das meias-finais, em que um Benfica muito inspirado venceu em Braga, por 2-4, frente à equipa que se sagraria campeã nacional.
Bilhetes para o dérbi
Face ao brilhantismo da época de estreia, as expetativas eram muito elevadas. E logo começaram a ser correspondidas com a conquista da Supertaça (2019), somando o sucesso na Taça da Liga. Tudo parecia encaminhado para uma época de sonho, mas a pandemia motivou a interrupção das competições, numa altura em que o Benfica era líder do Campeonato com 14 vitórias e 1 derrota em 15 jornadas, com 101 golos marcados e apenas quatro sofridos.
O título mais desejado chegaria em 2020/21. As 13 vitórias nas 14 jornadas da fase de apuramento do campeão não permitiram veleidades à concorrência numa temporada em que o Benfica voltou a vencer a Taça da Liga.
O triunfo do Campeonato Nacional seria repetido em 2021/22, época que começou com uma vitória benfiquista na Supertaça. Porém, não foi só a nível doméstico que as Inspiradoras se notabilizaram. Pela primeira vez, um clube português competiu entre os 16 melhores da Europa. A participação na fase de grupos da Liga dos Campeões saldou-se por um honroso 3.º lugar, fruto de uma vitória e um empate nas seis partidas disputadas.
No atual plantel são seis as futebolistas que representam o Benfica desde a época de estreia
Agora, à 5.ª temporada desde que o Benfica fortaleceu a sua aposta no desporto feminino com a presença no futebol, venceu mais uma Supertaça (2022), lidera destacado a Liga BPI e voltou a figurar entre os 16 melhores da Europa, de novo com um 3.º lugar, desta feita com duas vitórias na fase de grupos e, sobretudo, mostrando-se mais competitivo, apesar das duas derrotas frente ao clube que se classificou acima, o mesmo Bayern da época anterior.
No atual plantel, são seis as futebolistas que representam o Benfica desde a época de estreia: Ana Vitória, Andreia Faria, Carolina Vilão (emprestada em 2019/20), Francisca Nazareth (estreou-se em 2018/19, mas não fazia parte do plantel), Pauleta e Sílvia Rebelo.
CONTINUAR A CRESCER
Em declarações exclusivas a O Benfica, Ana Vitória, Pauleta e Sílvia Rebelo comungam da ideia de que a evolução benfiquista no futebol feminino tem sido notável.
Sílvia Rebelo, que logo quando lhe foi apresentado o projeto percebeu que "iria ser algo diferente e com uma dimensão enorme", refere que evoluiu "a estrutura, a jogadora, física e mentalmente, o adepto e o futebol feminino no seu todo". "Há cada vez mais pessoas a ver futebol feminino, o número de praticantes aumentou, os investidores são cada vez mais", salienta. O que não a surpreende: "A grandeza deste clube não nos permite não evoluir a cada dia."
Na opinião de Pauleta, a evolução existe e é apreendida pelos adeptos que acompanham o futebol feminino: "Nós, dentro do projeto, sentimos isso, mas acho que também quem vê de fora, quem vê os nossos jogos, tem sentido isso na evolução do nosso jogo e na nossa evolução física. Sem dúvida que o projeto está a crescer, as condições que o Benfica dá às jogadoras têm melhorado, e isso permite-nos desenvolver como atletas e como profissionais e sermos cada vez melhores."
"A ambição do Benfica é ser a melhor equipa portuguesa todos os anos e chegar a patamares maiores da Liga dos Campeões"
Pauleta
Para Ana Vitória, "o aspeto que mais evoluiu foi a mentalidade". "Com o passar do tempo o projeto ficou cada vez mais profissional", assinala. A internacional brasileira vê o desenvolvimento do projeto do futebol feminino benfiquista "com muitos bons olhos e com uma expetativa muito grande também". "Pude acompanhar ano a ano essa evolução, e isso faz-me sentir uma expetativa de que cresça ainda mais e com uma velocidade que me agrada muito. Considero o projeto do futebol feminino do Benfica como o grande responsável por mudar a história da modalidade em Portugal. A entrada do Benfica alavancou a modalidade no país. Isso vê-se, por exemplo, na quantidade de meninas ingressando na categoria de base", analisa Ana Vitória.
Um dos reflexos do desenvolvimento do futebol feminino é a crescente notoriedade das protagonistas. "As pessoas param-nos na rua, cumprimentam-nos, conseguem falar sobre os nossos jogos, sobre o nosso contexto e sobre o futebol feminino", conta Pauleta, que considera "realmente importante que as pessoas vejam os jogos, sigam o que acontece", acrescentando: "Estamos cada vez mais a sentir isso."
Sílvia Rebelo concorda com a colega de equipa: "Temos muito mais pessoas a abordarem-nos na rua, vemos cada vez mais pessoas com camisolas de jogadoras. O público aumenta de jogo para jogo; mesmo jogando fora de casa, os nossos adeptos estão lá para nos apoiar. Nos jogos da Liga dos Campeões, no estrangeiro, tínhamos sempre adeptos connosco."
"Jogar no Estádio da Luz é algo que nos enche de orgulho, felicidade, expetativa e realização"
Ana Vitória
Ana Vitória constata que "os Benfiquistas estão cada vez mais atentos ao futebol feminino" e que os adeptos "passaram a ter uma aceitação maior, um carinho e abraçaram mais o futebol feminino". E nota-o no dia a dia: "Conforme as pessoas nos reconhecem nas ruas e nos tratam superbem, e também a forma como nos cobram, a cobrança é um bom sinal, é sinal de que há uma expetativa sobre nós, que nos acompanham, torcem por nós."
Ter os Benfiquistas junto da equipa é um trunfo inalienável no caminho para as vitórias. No âmbito da vertente feminina do desporto, ostracizada durante décadas e ainda numa fase de construção dos alicerces de um futuro que se pretende estável, popular, viável e competitivo, é redobradamente significativo constatar a paulatina adesão dos adeptos.
É no fomento da massa adepta que se insere a organização criteriosa de jogos no Estádio da Luz, além de propiciar à equipa a oportunidade de se exibir no maior palco do país.
"Este é um projeto que tem como objetivo desenvolver e promover a formação da mulher enquanto jogadora e ser humano"
Sílvia Rebelo
Para Sílvia Rebelo, "como Benfiquista, poder jogar no Estádio da luz é fantástico". "Tenho a certeza de que nenhuma das minhas colegas vai ficar indiferente ao momento. A Luz é sempre arrepiante", ressalta a internacional portuguesa. Pauleta refere que é "um sonho novamente cumprido e uma motivação extra" o Benfica demonstrar o seu apoio à sua equipa ao abrir o Estádio num jogo destes. A média espera "muitos adeptos para voltar a fazer história". E Ana Vitória confirma a convicção da capitã Sílvia Rebelo: "É algo que nos enche de orgulho, felicidade, expetativa e realização. Somando tudo isso, posso dizer que, para nós, jogar no Estádio da Luz é emocionante."
No futuro imediato, o objetivo é seguir em frente na Taça de Portugal e vencer todas as provas em disputa, mas as futebolistas já anteveem o projeto benfiquista do futebol feminino a médio prazo. Pauleta enfatiza que "a ambição do Benfica é ser a melhor equipa portuguesa e mostrar isso todos os anos, ganhar o maior número de títulos possível em Portugal e crescer na Europa, chegar a patamares maiores nesse contexto da Liga dos Campeões".
Ana Vitória alinha pelo mesmo diapasão: "A médio prazo, é continuar no caminho da evolução, aprender com a experiência e assumir cada vez mais protagonismo a nível nacional e europeu."
É no fomento da massa adepta que se insere a organização criteriosa de jogos no Estádio da Luz, além de propiciar à equipa a oportunidade de se exibir no maior palco do país
Por seu turno, Sílvia Rebelo, além de considerar que o Benfica tem um "projeto dominador a nível nacional e que vai singrar entre as melhores equipas europeias", acrescenta uma dimensão: "Este é um projeto que tem como objetivo desenvolver e promover a formação da mulher enquanto jogadora e ser humano."
No sábado, dia 21, às 15h00, que seja feita história mais uma vez. Não falte!
Artigo publicado no jornal O Benfica