"Felizes por jogar em casa, queremos fazer um bom jogo para os nossos adeptos"

ANTEVISÃO

O treinador do Benfica, Roger Schmidt, anteviu o desafio com o Casa Pia, da 19.ª jornada da Liga Bwin, agendado para o Estádio da Luz, sábado, 4 de fevereiro, às 18h00. O técnico das águias espera enfrentar uns casapianos "organizados", lembrando que "defendem bem". Ainda assim, os encarnados estão "muito felizes" por jogarem para os Benfiquistas, diante de quem querem "fazer um bom jogo".

Em conferência de Imprensa no Benfica Campus, o Roger Schmidt mostrou-se feliz pelo plantel que tem à disposição para o que falta de 2022/23; explicou por que razão não foi contratado ninguém para o lugar de Enzo; e reafirmou o trabalho que está a ser feito com Casper Tengstedt e Andreas Schjelderup para serem opção o quanto antes.

O Benfica vai defrontar um adversário que tem surpreendido neste Campeonato. O que podemos esperar deste jogo?

Em primeiro lugar, estamos muito felizes por voltar ao nosso Estádio. Jogámos três partidas fora de casa, com muitas viagens e estamos desejosos por jogar este desafio. No início da época defrontámos o Casa Pia e ganhámos por 0-1. Foi uma partida muito difícil. Jogámos perante uma casa cheia de Benfiquistas [em Leiria], mas foi complicado vencermos. Logo aí ficámos com a ideia de quão difícil é jogar contra eles. Desde então, eles têm vindo a confirmar esse desempenho. Têm estado muito bem, são organizados, defendem bem, não concedem muitos espaços para se marcar e merecem estar na posição que ocupam. Nas últimas semanas, jogámos contra equipas com essa abordagem, e amanhã [sábado] sabemos que haverá um rival com a mesma abordagem, mas com mais qualidade individual. No ataque, eles são muito perigosos, mas estamos num bom momento de forma e com muita confiança. Estamos felizes por jogar em casa, queremos fazer um bom jogo para os nossos adeptos e precisamos dos três pontos.

Tem muitos jogadores para o sector atacante. Considera um desafio manter todos os jogadores satisfeitos?

É um desafio, mas temos 21 jogadores, ao contrário do que acontecia no verão, em que o grupo tinha 37 atletas. Como já disse, precisamos de opções, pois há sempre altos e baixos nos momentos de forma dos jogadores. Há lesões, suspensões... Na terça-feira [com o Arouca], não contámos com Rafa, Gonçalo Ramos e Draxler e, mesmo assim, apresentámos um bom onze. É isso que necessitamos quando se joga em várias frentes. Felizmente, em termos internacionais, continuamos na Liga dos Campeões, temos vários jogos, temos a Taça [de Portugal] e precisamos de opções. Todos os jogadores merecem jogar e a experiência diz-me que é bom haver concorrência no plantel para que os jogadores estejam num nível de topo. Quem integra o onze, neste momento, está um pouco pressionado por haver mais jogadores a quererem entrar no onze e isso é bom para nós.

Agora que Enzo partiu, qual é o melhor jogador do plantel para fazer o papel que ele fazia no meio-campo?

Vamos jogar com a mesma formação, com dois jogadores no centro do meio-campo. Temos cinco opções: Florentino, Aursnes, Chiquinho, João Mário e João Neves. Poderemos encontrar a melhor solução para cada jogo. Na minha opinião, o Chiquinho tem-se desenvolvido nesta posição. Jogava mais como médio-ofensivo, mas começámos a jogar com ele nesta posição, um pouco mais recuado, e ele está muito à vontade. É bom com a bola nos pés, corre muito e é muito fiável taticamente. Tem estado bem, como o Florentino. Temos estas duas opções e jogaram eles com o Arouca. Mas, como disse, temos outras opções para esta posição.

O Benfica não contratou um substituto direto de Enzo. Está satisfeito com esta resolução?

Temos 21 jogadores de campo e três guarda-redes. No início da temporada tínhamos demasiados jogadores e conseguimos gerir isso muito bem. Teço os maiores elogios aos jogadores, o ambiente do grupo de trabalho foi sempre extraordinário e muitos jogadores não tiveram muitas oportunidades de jogar. O nosso objetivo era reduzir o plantel, ter um grupo mais compacto, para que todos possam ter oportunidade de jogar. A saída do Enzo foi bastante inesperada. Ainda assim, a decisão conjunta foi deixar as coisas como estão, porque no último dia do mercado é difícil fazer uma transferência rápida, e, se se fizer alguma coisa, tem de ser de qualidade inequívoca. Na minha opinião, os cinco jogadores que temos para esta posição são de topo. Estou a ver também o desenvolvimento do João Neves, tem estado muito bem e, para o futuro, pode vir a ser um jogador muito importante para o Benfica. Para ser sincero, também queríamos criar espaço para os nossos jogadores da nossa formação. Estou atento ao desenvolvimento dos jovens dos Sub-19, da Sub-23 e da Equipa B... Assim, têm mais espaço para treinar connosco e poderão, eventualmente, ter os primeiros contactos com a primeira equipa. Será mais fácil para eles assim do que seria de repente fazerem parte da primeira equipa na pré-época. Esta foi a nossa decisão, estou convicto de que foi correta. Com estes 24 jogadores queremos ser campeões, deixar os Benfiquistas contentes e orgulhosos.

Julga que Enzo foi ingrato para consigo e para com o Benfica?

Já se falou o suficiente sobre este tema. A minha relação pessoal com o Enzo sempre foi boa, agradeci-lhe a forma como jogou pelo Benfica. Quanto aos últimos dias… não estive envolvido nas negociações. Este tema está encerrado e desejamos-lhe felicidades no Chelsea. Agora estou concentrado nos jogadores que cá estão.

Neste mês de fevereiro o Benfica vai disputar cinco jogos (três na Liga Bwin, um na Taça de Portugal e um na Liga dos Campeões). Será necessário rodar a equipa? Andreas Schjelderup e Casper Tengstedt terão oportunidades neste ciclo?

Todas as competições são agora retomadas, jogamos a Liga, a Taça de Portugal e a Liga dos Campeões... Temos trabalhado com o Andreas e com o Casper nas últimas semanas, já expliquei que eles estavam de férias, não estavam a treinar quando assinaram pelo Benfica e, por isso, não podem estar a 100 por cento neste momento, mas estão muito melhor do que estavam quando chegaram e já estão habituados aos seus colegas de equipa. Num futuro próximo, terão oportunidades de jogar, mas o meu trabalho também é garantir que eles estão prontos para jogar pelo Benfica quando chegar o momento. É isso que estamos a fazer, queremos que eles estejam em forma para poderem jogar.