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Futebol
26 março 2023, 10h00
Roger Schmidt
Das origens ao tão importante "aqui e agora"; do caminho trilhado pelo treinador e pelo homem sempre focado, ao agora assumidamente mais "descontraído"; do amor ao futebol, passando pelas dinâmicas de crescimento, ao estilo de jogo, à contratação pelo Clube e a toda "uma montanha gigante a escalar"... É este o Roger Schmidt, frontal, honesto e sem qualquer pejo em abrir o coração que encontramos nesta extensa entrevista ao semanário do seu país natal, o alemão Der Spiegel.
Os temas são diversos e abordados sempre de uma forma direta, quer seja o seu lado mais pessoal, ou o seu timbre profissional. Na primeira pessoa, olhos nos olhos, é feita uma retrospetiva, analisa-se o momento atual do Futebol do Clube, assumem-se metas e como alcançá-las, vincando a filosofia empregue, a atitude, a identidade e o estilo de jogo para o conseguir.
"Jogamos à Benfica e jogamos para vencer", afirma o treinador do Glorioso de forma taxativa, incluindo sempre os adeptos, para quem existe a "responsabilidade de dar alegrias" na equação de sucesso... É que não há outra de forma de estar neste Clube! "O Benfica é o expoente máximo do futebol. Historicamente, e em termos de dimensão, é muito especial", assevera Roger Schmidt.
RETROSPETIVA
"Para ser sincero, nem tiramos tempo para olhar para trás. Pensando bem, 2014 foi há oito, quase nove anos, oito e meio… Oito anos e meio já é algum tempo, entretanto vão acontecendo coisas. Estive na China, nos Países Baixos, e agora estou em Portugal. O tempo no futebol passa muito depressa, até porque no dia a dia estamos concentrados no aqui e agora. Há muitas coisas para decidir e pensar, que resta muito pouco tempo para olhar para trás."
TEMPORADA
"Durante a temporada, parece uma eternidade. Ao longo da época, é como uma montanha gigante que temos de escalar. Quando chega ao final, perguntamo-nos onde foi parar a temporada. Podemos descrevê-lo assim."
RENDIMENTO
"Eu acredito que não conseguimos isso no momento em que precisamos do jogador. Tem de ser preparado antes. Acontece ao longo de toda uma temporada. É uma coisa que é preciso fazer a título permanente, para que nessas situações os jogadores representem soluções. Creio que enquanto treinador, é preciso tentar manter o plantel em forma psicológica, física e 'futebolística', sempre no nível máximo, e isso é um desafio para jogadores que não jogam sempre. Porém, é claro que é possível. É possível valorizá-los, fazê-los sentir que fazem parte da equipa principal, explicar que nesse momento há jogadores à frente deles, mas que eventualmente aparecerá uma oportunidade, e nesse momento têm de estar prontos. Acho que isso passa pela cultura que se cria na equipa, de acompanhamento da equipa durante a época. Quanto melhor se fizer isso, os jogadores estarão melhor preparados para o momento em que surge a oportunidade. Isto não tem que ver só com saídas do clube, mas também com lesões, com jogadores com quebras de forma… É uma situação de concorrência, é o princípio do rendimento. O clube tem grandes objetivos. O Benfica joga para vencer títulos. Essa é a nossa responsabilidade, temos de dar alegrias aos adeptos. É preciso preparar os jogadores para assumir essa responsabilidade. Têm de estar ao mais alto nível, e isso não funciona se nos concentrarmos apenas em 11 jogadores. É claro que em todos os jogos tem de existir uma equipa titular, mas é preciso olhar sempre para o grupo todo. Se queremos vencer títulos, não podemos ter muitas fases de quebra, não podemos perder muitos pontos. Para ganhar um título em Portugal, são precisos cerca de 85 ou 90 pontos, ou seja, tem de se ganhar quase sempre, e isto só ocorre quando se tem todos os jogadores prontos para entrar, independentemente do contexto. Isso é um exemplo, mas é apenas um exemplo. É claro que gosto de ver coisas assim a acontecer, porque é bom para a equipa e é bom, individualmente, para os jogadores, que acabam por ser recompensados. Há jogadores que não estão prontos, e esses não terão tantas oportunidades, mas este é um bom exemplo, um de vários que já tivemos durante a temporada."
"Para mim, é 100% claro como vamos jogar. Vejo como o adversário joga, dou algumas informações aos jogadores, mas nós jogamos à Benfica e jogamos para vencer"
Roger Schmidt
AQUI E AGORA
"De forma aberta e sincera, da forma mais aberta e sincera que puder ser… Eu luto pelos jogadores, mas a partir do momento em que assinam por outro clube, passam à história, e concentro-me no aqui e agora. Ontem tivemos jogo, quinta-feira voltaremos a jogar, e do apito final de um jogo ao apito inicial do seguinte, o tempo não pára e tenho de preparar a equipa o melhor possível, com os jogadores disponíveis. Estou 100% concentrado nisso, mais nada me preocupa, não ando a correr atrás de ninguém, nem tenho tempo para isso. Não faz sentido nenhum. Se calhar, há quem o faça. Eu sou muito, muito direto, também em virtude da minha experiência, e tento ocupar-me com aquilo que me permitirá vencer. Tudo o resto desaparece. Não faz sentido preocupar-me com outras questões. Um treinador precisa de uma energia para o jogo seguinte, para a preparação dos jogadores, e quando jogamos de três em três dias isto é muito exigente. Jogamos 60 jogos numa época. Não é fácil para nós, e naturalmente, para os jogadores também não. O treinador e a equipa técnica têm de estar preparados para começar sempre do zero. Nós temos de estar sempre a trabalhar, a fazer tudo o que for possível para regenerar e recuperar os jogadores a nível físico e mental, e manter o ambiente da equipa sempre no topo."
PREPARAÇÃO
"Sim, isso é cansativo, mas no fim de contas, está relacionado com o tempo que passo com a equipa. Quando falo com a equipa, quando treino, nessas alturas tenho de estar a 100%, tenho de estar preparado. Isto não são 12 horas por dia, mas temos reuniões, temos treinos, temos conversas individuais, etc. Antes e depois desses momentos temos de nos preparar, temos de pensar nas coisas, depois processamos o que os jogadores dizem e mostram. Mas temos de estar concentrados para tentar gerir todas as oscilações que existem."
"Enquanto treinador, é preciso tentar manter o plantel em forma psicológica, física e 'futebolística', sempre no nível máximo, e isso é um desafio para jogadores que não jogam sempre"
FILOSOFIA
"É difícil dizer. Primeiro, apareceu o amor pelo futebol. Eu amo o futebol. Já em pequeno gostava. Comecei a jogar na rua. Não tive uma grande carreira, joguei na 3.ª Divisão, mas ainda assim gostava de jogar. Adorei jogar todos os domingos, e nunca pensei que o futebol viesse a ser a minha profissão. Não achei que viesse a ser treinador. Para mim, isso era inconcebível. Quando comecei a trabalhar como treinador, continuava a ser inconcebível. Era mais um passatempo. Ainda assim, o amor ao futebol marcou-me tanto. Eu era avançado, e a coisa mais bonita quando uma criança começa a jogar é o momento em que se chega à baliza e marca um golo. No fundo, tudo passa por marcar golos. Ter a bola no fundo das redes. Quando o Neres fez o cruzamento e o João Mário encostou para golo… Foi esse o momento que o estádio todo, o público todo esperava. E a ideia de criar esses momentos marcou-me. Nunca acreditei em ficar à defesa, à espera que, eventualmente, acontecesse algo na área adversária. Penso que temos de agarrar o destino com as nossas próprias mãos, e aproveitar os 90 minutos para tentar ser melhor que o adversário. Para criar mais oportunidades. Não há vitórias garantidas, mas podemos aumentar as probabilidades de vencer e isso só pode acontecer se tivermos uma abordagem muito ativa ao futebol. Quando comecei a trabalhar como treinador, em Delbrück, nem sequer pensava muito nisso. Era uma coisa minha, vinha de dentro... Não tinha grande... Fui dando passos na formação de treinador, paralelamente à minha carreira ativa, mas na realidade nem pensava muito nisso. Como queria jogar, como queria que fosse o meu futebol. Comecei, e depois a cada dia tentava encontrar a melhor forma para treinar os jogadores. Para transmitir essa motivação, essa paixão… Depois, com a experiência, isto foi-se desenvolvendo. Acabei por reparar que estava a resultar... E pensei: isto é mesmo possível. Quanto mais acreditas em ti, mais as coisas melhoram, mais os jogadores acreditam. E quanto mais os jogadores acreditam, mais possível se torna que venham a marcar a diferença. Contudo, antes de conseguires que os jogadores acreditem, é preciso que sejamos nós a acreditar. É esse o primeiro momento, e é preciso encontrar esse caminho. Não sou um treinador que pensa que o adversário joga de determinada forma, e que a partir daí vou passar a semana a definir como vamos jogar. Para mim, é 100% claro como vamos jogar. Vejo como o adversário joga, dou algumas informações aos jogadores, mas nós jogamos à Benfica e jogamos para vencer."
"O Clube tem grandes objetivos. O Benfica joga para vencer títulos. Essa é a nossa responsabilidade, temos de dar alegrias aos adeptos"
ESTILO DE JOGO
"Para ser sincero, nunca li um livro sobre futebol. Nem tinha pensado nisso, mas não, nunca li. Até poderia ser interessante, mas nunca tive tempo, e nunca me pareceu importante. Sempre tentei, no trabalho diário, desenvolver-me e usar as minhas experiências para encontrar as melhores formas para fazer com que as equipas evoluam. Até hoje, já o fiz a vários níveis. Isso foi importante para mim. Tive também a oportunidade de acumular experiências, até em vários países, a alto nível e mesmo na Liga dos Campeões. É claro que é um impulso diferente, e temos a confirmação, ao mais alto nível, de que somos capazes de jogar contra equipas, que representam o melhor do futebol de clubes. Jogamos contra essas equipas, e tentamos jogar à nossa maneira, e funciona, e até corre bem. Se se ganha sempre ou não, isso é outra história. O objetivo é que a maior parcela possível dos 90 minutos seja o nosso jogo, e que joguemos como nós queremos. Com todo o respeito pelo adversário, mas idealmente grande parte do jogo será como nós queremos que seja, e não como o adversário quer."
IDENTIDADE
"É tudo importante. É importante vencer títulos. É algo muito especial, e assim, sobretudo porque o campeonato é uma prova que dura muito tempo, e quando conseguimos vencer uma competição de 18 equipas, é a confirmação máxima que podemos ter. Porque é muito difícil, uma temporada tem altos e baixos, surgem dificuldades, e no final, ser a equipa que vence o título é uma sensação muito particular. Tal como nas taças, ser a última equipa no fim significa que não se perdeu jogo algum. São coisas que acho especiais, e nós fazemos de tudo para que, no momento da consagração, possamos ter aquela sensação maravilhosa. É uma enorme alegria para todos no clube, mas também para cada um, individualmente. Mas não me é indiferente a forma como se chega lá. Quero chegar lá de uma forma que me agrade, em que possa dizer 'gosto deste futebol'. Não há nenhum jogador que não esteja bem, todos estão a jogar bem, há jogadas com bola, sem bola, bolas que se ganham, jogadores que gostam de jogar, de correr, de lutar, de jogar futebol. Para além dos títulos, esta é a maior alegria do futebol. É para isso que trabalhamos, para viver esse momento no campo, em que os jogadores jogam como equipa, lutam como equipa, e depois, no fim, impõem-se. É a maior sensação de felicidade que existe no futebol."
"Para ganhar um título em Portugal, são precisos cerca de 85 ou 90 pontos, ou seja, tem de se ganhar quase sempre, e isto só ocorre quando se tem todos os jogadores prontos para entrar"
TÍTULOS
"Eu não quero que dependa dos títulos. Já tive oportunidade de dizer que quando se está no Benfica, todos os anos são anos em que temos de tentar vencer títulos. Faz parte da história do clube e é o que é esperado de nós. Há três anos que o Benfica não ganha qualquer título, nem taças nem o campeonato, e naturalmente as expetativas são altas, agora é que tem de ser. Temos de fazer por isso, mas não estou a pensar se será ou não o meu ano mais bem-sucedido. Estou concentrado no presente, no trabalho diário, e tenho tido boas experiências com isso. Em retrospetiva, tive a grande sorte de nunca estar a lutar pela manutenção. Sempre tive equipas boas. Sempre trabalhei em escalões superiores. Comecei com o Delbrück e em Münster vencemos logo no primeiro ano. Depois subimos, e ficou mais difícil. No Paderborn quase conseguimos subir à Bundesliga. Aproveitei sempre para tentar alcançar o máximo. Em Leverkusen, durante três anos, jogámos a Liga dos Campeões. Não estou aqui a contabilizar sucessos. O que quero dizer é que há pontos diferentes que podemos alcançar."
"Eu sou muito, muito direto, também em virtude da minha experiência, e tento ocupar-me com aquilo que me permitirá vencer. Tudo o resto desaparece"
RECONHECIMENTO
"Sou reconhecido, mas é tudo normal, e é também isso que desejo. Quero viver a minha vida, e por vezes sou abordado de forma positiva, mas não me incomoda nada. Até me deixa satisfeito. Não posso parar em todo o lado, é preciso ter algumas cautelas. Ir ao centro da cidade é mais difícil, mas posso deslocar-me com bastante liberdade. E nessas situações... A abordagem é sempre muito positiva."
LÍNGUA PORTUGUESA
"No início, prometi que ia aprender português, mas é complicado. É uma língua muito difícil, e seria um investimento temporal muito grande até saber o suficiente para dar treinos em português. Para falar a verdade, não me atrevo. Em inglês funciona bem. Gostaria de falar português. Gostaria de falar muitas línguas, mas era preciso ter aprendido quando era mais novo."
COMUNICAÇÃO
"Comunicamos em inglês. Há jogadores que não falam tão bem, e para eles faz-se uma interpretação, mas está tudo perfeitamente normalizado. Pode parecer complicado, mas estive dois anos na China, onde ninguém fala inglês. Na China é tudo interpretado. Noutros clubes há jogadores que não falam a língua, mas mesmo assim é possível trabalhar. Não há qualquer problema."
"Temos de agarrar o destino com as nossas próprias mãos, e aproveitar os 90 minutos para tentar ser melhor que o adversário"
SL BENFICA
"É preciso separar as coisas. Olhando de fora, os clubes têm uma determinada imagem, mas quando se está dentro do clube, a realidade é diferente. Adorei ser treinador do Leverkusen, foi um tempo bom, apesar de no final ter sido mais complicado. O RB Salzburgo tinha uma imagem, mas não correspondia em nada à realidade. Também havia paixão e entrega por parte dos adeptos, tal como noutros clubes. Naturalmente, o que queria dizer... O Benfica é tão... Para mim, pessoalmente, enquanto amante do futebol, podemos falar de grandes clubes. O Benfica é um deles. Está ao nível do Real Madrid, do Barcelona… O Benfica é o expoente máximo do futebol. Historicamente, e em termos de dimensão, é muito especial. Não houve ninguém a comprar este clube por 4 mil milhões de euros, e a injetar dinheiro aqui de repente. É um clube em que as pessoas poupam todos os meses para poder ir ao estádio. É um clube que tem de vender jogadores para poder funcionar. É um clube com vinte modalidades diferentes e toda a gente acompanha com paixão essas modalidades. É isto que queria dizer: o Benfica sente-se ao fim de um tempo. Eu estava à espera… Quando surgiu o interesse do Benfica, depois de ter decidido sair do PSV Eindhoven, apareceu muito rapidamente esta proposta e eu disse 'o Benfica é muito interessante'. Depois, as negociações decorreram e ficou logo claro para mim que era o que eu queria fazer."
NEGOCIAÇÕES
"Com Lourenço Coelho e Rui Costa. Eles estavam muito convencidos. Até fiquei espantado com a sua certeza de que eu era o treinador certo, porque é uma decisão de muita coragem. Um treinador germanófono, não português. Há muito tempo que não havia um treinador estrangeiro. É claro que as pessoas são avaliadas em função dos resultados, mas eles estavam tão convictos, até fiquei surpreendido e foi esse o último elemento para eu tomar a decisão."
"Enquanto amante do futebol, podemos falar de grandes clubes. O Benfica é um deles. Está ao nível do Real Madrid, do Barcelona… O Benfica é o expoente máximo do futebol. Historicamente, e em termos de dimensão, é muito especial"
DINÂMICA
"Isto é um caminho. Para chegarmos a jogar daquela forma contra o PSG, disse à equipa que a preparação do jogo contra o PSG começou no primeiro dia de pré-época. É claro que o nível é diferente. Isto é todo um percurso, com todos os jogos que jogámos. Toda a experiência. Aproveitámos toda esta dinâmica. Começámos na pré-época e vencemos todos os jogos. Começámos logo a jogar muito bem, e a marcar muito. Criou-se aqui uma dinâmica. Depois começou a época e continuou o ritmo. Não houve grandes lesões, fizemos quase sempre bons jogos. Isto é o ideal. Não precisava de correr tudo desta forma, mas desta vez foi assim. Penso que isto foi também resultado da dinâmica que nós tínhamos. Reparámos que esta equipa tinha muito potencial futebolístico. Aplicavam as ideias. Era uma equipa muito motivada, muito profissional, mas também estavam muito abertos. No ano passado o futebol era muito diferente do que é agora. É outra abordagem. Vejo nos treinos muita diversão, mas percebi que há também uma grande qualidade futebolística. E é aí que podemos marcar a diferença. Mas depois depende de recuperar bolas, e aproveitar aí a qualidade futebolística. Quando se tem jogadores melhores eles tomam decisões melhores, têm mais controlo de bola em espaços reduzidos. Nós aqui no Benfica temos uma equipa com muito potencial."
CULTURA
"Não sei se tem tanto a ver com os portugueses, é um grupo com muitas nacionalidades. Um grupo muito misto. Penso que o treinador também tem uma palavra a dizer sobre o ambiente e a cultura da equipa. Depende de cada um, da cultura do país, mas penso que é importante na equipa, assumir responsabilidade por desenvolver uma cultura, em que cada jogador se sinta importante e valorizado, que consiga identificar-se com a equipa e dar o seu melhor. Ajuda quando há várias influências diferentes, várias mentalidades diferentes, mas a minha experiência é que a equipa cresce em conjunto. Não interessa muito se há muitos sul-americanos ou outros. Todos os jogadores devem adequar-se a esta cultura conjunta e às culturas individuais dos jogadores de outros países. Depois temos de criar o nosso ambiente, o nosso espírito e é aí que devemos chegar. Os jogadores aí são igualmente responsáveis e é isso que lhes exijo, que eles assumam essa responsabilidade. O que se retira da equipa é muito valioso. Há coisas positivas. Um treinador tem de preparar muitas coisas, lançar muitas coisas, mas há um momento, em que as coisas têm de crescer na equipa e há coisas que saem da equipa, porque são os jogadores que estão em campo e têm de vencer os jogos. É por isso que tento sempre criar uma certa responsabilização, motivação e uma dinâmica próprias."
"Não há vitórias garantidas, mas podemos aumentar as probabilidades de vencer e isso só pode acontecer se tivermos uma abordagem muito ativa ao futebol"
FOCO
"Eu mudei. Estou mais descontraído, e consigo separar tudo melhor. O futebol e tudo aquilo o que o rodeia. Isto é, mudei o meu foco completamente. Tento ocupar-me muito da equipa, do aqui e agora e tudo o que vem de fora para mim é desinteressante. Penso que antes me deixava afetar mais, e por isso, tinha uma abordagem um pouco mais emotiva para o exterior, mas de uma forma geral, por dentro, sempre fui eu próprio."