Concentração e empenho para forçar a negra

Ao perspetivar o embate com o GDESSA, agendado para sábado, 6 de maio, às 11h00, no Pavilhão Fidelidade, referente ao jogo 2 da final do play-off da Liga Betclic, o treinador da equipa feminina de basquetebol, Eugénio Rodrigues, foi categórico: "É ganhar ou ganhar." Por seu lado, a capitã Joana Soeiro pediu um pavilhão cheio para empurrar o Benfica para a negra.

Infeliz no jogo 1 da final (à melhor de três) do Campeonato Nacional, o Benfica está obrigado a vencer o GDESSA no jogo 2 para forçar a negra e, aí, lutar pela revalidação do título de campeão nacional.

Sendo uma partida de carácter decisivo, Eugénio Rodrigues recordou que esta situação não é inédita para a equipa e explicou o que será necessário fazer para que as águias deem a volta à situação.

"Temos de ter o mesmo tipo de abordagem que tivemos em ocasiões anteriores em que fomos confrontados com este tipo de situação. É ir à luta", disse o treinador benfiquista à BTV.

O desempenho do GDESSA no jogo 1 não surpreendeu o técnico. "A par do Benfica, é a melhor equipa do Campeonato", considerou, antes de antecipar que o adversário, à imagem do que aconteceu no jogo 1, vai estar "muitíssimo" empenhado.

Eugénio Rodrigues lamentou o desempenho encarnado no 2.º quarto do jogo 1, classificando-o como o "pior período" da equipa no desafio. Ora, isto não retira "mérito ao GDESSA", mas foi esse "aspeto menos bom" do Benfica que acabou por surpreender.

No último domingo, 30 de abril, o Pavilhão Municipal Luís de Carvalho, no Barreiro, apresentou uma excelente moldura humana. Para o técnico benfiquista, além da hora do encontro (11h00), que permite "esse mediatismo", tudo se prende com "a enorme competitividade que existe dentro desta modalidade", em especial "neste Campeonato", que faz com que mais público se desloque aos pavilhões.

Ora, aproveitando este mote, Eugénio Rodrigues mostrou-se esperançando que neste sábado, 6 de maio, o Pavilhão Fidelidade esteja "cheio", recordando os muitos Benfiquistas que marcaram presença no jogo 1: "Gostávamos de os ver aqui no jogo 2 e, se Deus quiser, no jogo 3. Encher o pavilhão, para que sejam uma mais-valia, porque esta equipa precisa e gosta de jogar em pavilhões cheios."

O timoneiro garantiu ainda que as jogadoras "estão muitíssimo focadas" e "muito empenhadas", considerando que "estes momentos menos bons" são também "um gatilho para trabalhar ainda mais".

Quem também anteviu este jogo decisivo foi Joana Soeiro, que, na primeira intervenção, pediu "um pavilhão cheio" com "muito adeptos" a puxarem pela equipa.

Sobre o GDESSA, a capitã diz esperar um adversário "tão ou mais empenhado" do que no jogo 1, para ser campeão.

Por outro lado, a base confessou que tipo de Benfica espera: "Ainda mais preparado. Motivado, com vontade de levar esta fase do Campeonato para domingo [dia de um possível jogo 3]."

À imagem do que disse o seu treinador, também Joana Soeiro não se mostrou "surpreendida" pela performance da formação do Barreiro no jogo 1. "Desde a última vez que jogámos, o GDESSA acrescentou novas jogadoras ao plantel, que têm um peso importante no que estão a fazer. São uma equipa completamente diferente daquela com quem jogámos na fase regular", lembrou.

Contudo, apesar da qualidade reconhecida ao GDESSA, uma equipa que "sempre disputou finais" e que é "de longe, uma das melhores deste Campeonato", a internacional portuguesa puxou dos galões e recordou que, até ao momento, são as jogadoras encarnadas que têm "saído vitoriosas" de todas as finais em que enfrentaram o adversário desta decisão do Campeonato Nacional.

Na qualidade de capitã, Joana Soeiro revelou a mensagem que passa às companheiras: "É a mesma de sempre. Trabalhamos e treinamos muito. Sim, agora não há margem de erro. Temos o Campeonato na linha, mas a realidade é que fazemos tudo o que podemos para trabalhar para todos os jogos com o mesmo afinco, a mesma intensidade, a mesma seriedade e o mesmo profissionalismo. Agora é um jogo com muita pressão, em que o GDESSA tem margem de erro, e nós não. Mas também estamos a jogar em casa, nos nossos ambientes e com os nossos adeptos, e isso é algo ao qual nos podemos agarrar e levar isto para domingo."

Joana Soeiro deixou uma garantia sobre a partida deste sábado: "Às 11h00 vamos virar estes tacos do avesso para voltar a jogar no domingo e trazer o terceiro campeonato consecutivo ao Benfica."

Para tal, a atleta conta com um pavilhão em erupção."Isso tem uma importância gigante para nós. É uma diferença enorme, estar dentro de campo, estar ali a lutar, com o cansaço enorme de uma época inteira, com competições europeias – coisa que mais nenhuma equipa portuguesa fez. Esse desgaste tem de ser compensado com a força que os adeptos nos dão. Gostava que os nossos adeptos sentissem o que sentimos quando estamos dentro de campo. Que é estarmos a ir atrás do resultado e depois passar para a frente, e sentir o calor, os gritos, os cânticos... isso é uma coisa inexplicável e é algo que não pode falhar neste fim de semana", rematou.