Histórico Tetra!

RESUMO DO JOGO

O Benfica sagrou-se Tetracampeão de voleibol, nesta tarde de sábado, 6 de maio, após vencer a Fonte do Bastardo, por 3-0, no Pavilhão n.º 2 da Luz, no jogo 5 da final do play-off do Campeonato Nacional. Este é o 11.º título nacional da história da secção.

Custou muito, deu ainda mais trabalho, mas já está. O Benfica é Tetracampeão de voleibol!

Numa tarde de emoções fortes na Luz, a equipa de Marcel Matz foi recebida por uma multidão vermelha para aquele que era o jogo do tudo ou nada. No meio desse autêntico mar de Benfiquistas estava o Presidente Rui Costa, que fez questão de saudar e incentivar cada um dos voleibolistas do Clube.

Com a mesma equipa inicial da partida do jogo 4, o 1.º set começou da forma como correram todos os sets desta final, ou seja, num grande equilíbrio. Ponto para uma equipa, ponto para outra equipa, e ninguém conseguia descolar.

Até que, quando o set estava em 14-12, o treinador da Fonte do Bastardo pediu timeout, que foi aproveitado por... Marcel Matz. No reatamento, o Benfica entrou muito forte e, num ápice, colocou-se com cinco pontos de vantagem (18-13).

Após nova paragem, a equipa açoriana esboçou uma reação e ainda conseguiu reduzir a distância para apenas um ponto (19-18). Contudo, esse foi o mote de que as águias precisavam para colocar uma pedra em cima do set, com seis pontos seguidos, fechando num 25-18, após 28 minutos (1-0).

O 2.º set foi desequilibrado, principalmente devido à entrada arrasadora do Benfica. Foram quatro pontos seguidos (4-0), para gáudio das bancadas, que, a cada ponto, celebravam como se de um match point se tratasse.

A Fonte do Bastardo – equipa que nunca se deu por vencida – foi à luta e conseguiu mesmo empatar o set (7-7). Ainda assim, as águias mantiveram sempre a calma e a clarividência, e nunca deixaram que a equipa açoriana ganhasse vantagem. Hugo Gaspar recuperava muitas bolas, e os encarnados mostravam-se fortíssimos no bloco.

Até que... deu-se a fuga no marcador, e, rapidamente, o 7-7 transformou-se num 17- 11, com a Luz quase a ir baixo. Mais acesas as bancadas ficaram quando, ao fim de 25 minutos de set, uma bola da Fonte do Bastardo na rede ditou o 25-16 e o 2-0 a favor da formação de Marcel Matz.

O 3.º set que se seguia era de título, como já tinha sido o do jogo 4. Talvez ainda escaldados pelo que tinha acontecido na última quarta-feira, as águias entraram muito concentradas e eficazes, e marcaram os três primeiros pontos do set.

O Benfica estava forte e não deixava respirar a Fonte do Bastardo. Tanto assim foi que, à medida que os pontos iam caindo para um e outro lado, as águias iam conseguindo manter uma boa vantagem, como, por exemplo, quando o marcador assinalava 7-3 e 12-7.

O jogo estava bom, o Benfica estava forte, e o público melhor estava. Quando o marcador traduzia um 17-11, parecia uma (rápida) questão de tempo até à festa do Tetra.

Porém, o grande espírito e a qualidade da Fonte do Bastardo, aliados a alguma ansiedade da equipa do Benfica, permitiram uma aproximação dos açorianos, que apontaram cinco dos seis pontos que se seguiram. Com 18-16 no marcador, o set entrou numa toada de ponto, resposta e ponto.

Ora, quando o jogo entra nessa toada, dificilmente não chega às vantagens. E assim foi. Nesse momento, com 24-24 no marcador, não foi preciso esperar muito até que o Pavilhão n.º 2 da Luz gritasse "campeões". Este era mesmo dia do Benfica!

Os dois pontos que se seguiram foram pintados a vermelho e branco, fixando o set em 26-24, e o resultado em 3-0, após 32 minutos. O set mais longo foi também o mais saboroso, e o mais importante de toda a época.

Luz completamente em ebulição, numa comunhão total entre público, jogadores, equipa técnica e o Presidente Rui Costa, que festejou efusivamente o triunfo. Afinal, o Benfica é Tetracampeão! Histórico!

DECLARAÇÕES

Marcel Matz (treinador do Benfica): "Primeiro tenho de felicitar a equipa da Fonte do Bastardo. Fizeram uma temporada consistente, jogaram bem e foi sempre difícil jogar contra eles. É um orgulho imenso trabalhar com este grupo. Os jogadores têm muito caráter e trabalham muito no dia a dia, independentemente do ponto da carreira em que estão. Agora, admito que houve alguma tensão de quarta-feira até hoje. A camisola do Benfica é muito pesada, mas esta equipa é muito experiente e, nestas horas decisivas, isso nota-se. A vontade de ganhar deles é muito grande e ultrapassa tudo. Agradeço aos jogadores, à minha família e a estes adeptos fantásticos que nos apoiam."

Tiago Violas (distribuidor): "Com estes adeptos, torna-se muito difícil jogar contra nós em casa. Suámos muito a camisola, e estes adeptos dão-nos uma força extra. Hoje, foi mais um exemplo disso. Eles ajudaram-nos e fizemos uma grande exibição. O segredo foi manter o trabalho que temos feito e desempenhá-lo em campo. Com os adeptos fica mais fácil e tudo sai melhor."

André Lopes (zona 4): "Tive uns meses para me preparar [para o fim da carreira], mas cheguei aqui e tudo mudou à conta da emoção do jogo, da vitória e do ambiente fantástico. Passei aqui quase uma vida, e acreditem que dei sempre tudo o que tinha pelo Clube. Não há muito mais a dizer. Agradeço o carinho de todos durante estes anos, fosse aqui, no Norte ou no estrangeiro."

Japa (zona 4): "Não dá para descrever o que estou a sentir. É maravilhoso! Colhemos os frutos do trabalho que realizámos durante toda a temporada. Estamos muito felizes. Foi uma série longa, difícil, mas conseguimos conquistar o título. Foi bom poder dar este presente ao [André] Lopes. Seria muito triste para ele e para nós que ele se despedisse sem o troféu. Ele é um professor aqui dentro e ajuda-nos muito na quadra. Vamos sentir a falta dele na próxima época."

Rapha (zona 4): "É um dia inesquecível. Tivemos muitas dificuldades nesta final, mas fomos melhores e conseguimos dar a volta. É uma temporada que se fecha com chave de ouro. O voleibol do Benfica é Tetracampeão, mas, nesta casa, eu já ganhei cinco títulos. Espero não perder nenhum enquanto aqui estiver, quero continuar a dar muitas alegrias aos Benfiquistas. Carrega, Benfica!"

Ivo Casas (líbero): "É uma sensação fantástica! Quero dar os parabéns à Fonte do Bastardo, que fez uma grande época e valorizou imenso o nosso trabalho e a final. Estou felicíssimo por acabar assim, e amanhã [domingo] acordo Tetra! Também estou felicíssimo por dar este final de carreira ao [André] Lopes, que merece imenso. Se não é o melhor atleta com quem joguei, está no top 3. Não podia acabar de outra forma, com estes adeptos e com o pavilhão ao rubro. Acho que o mote desta equipa é trabalhar como se nunca tivéssemos ganhado e festejar como se fosse o último. Esta equipa nunca se cansa de ganhar. Queremos sempre mais."

Hugo Gaspar (oposto): "Foi um grande campeonato. O adversário de hoje é muito duro e obrigou-nos a dar o máximo, mas demonstrámos que somos os mais fortes. Fechámos o Tetra em casa diante do público e das nossas famílias, o que é maravilhoso. Nos últimos anos, o voleibol conseguiu fomentar uma ligação fantástica com os adeptos. Eles sabem que podem contactar connosco pessoalmente nos treinos e nos jogos. E nós temos dado resposta a esse carinho com todos os títulos que temos ganhado."