A extensão da casa-mãe com metodologia à Benfica

REPORTAGEM BTV

Em parceria com o GDCRS Silgueiros, o Centro de Formação e Treino de Viseu afirma-se como uma rampa de lançamento de talento da região para a equipa principal do Benfica. A BTV deu a conhecer o projeto por onde já passaram nomes como António Silva, Hugo Félix e Pedro Álvaro.

"O CFT é uma extensão da casa-mãe. Não é nada diferente daquilo que temos no Seixal, só estamos deslocalizados", explicou João Gomes, responsável do CFT de Viseu.

Ainda antes de integrarem este projeto, há um trabalho de deteção e seleção dos atletas, a cargo da equipa de Nuno Meneses, coordenador de prospeção de Viseu e da Guarda. "Andamos no campo à procura do próximo jogador do Benfica. Identificamos, fazemos o processo de seleção e, depois dessa avaliação, se for para contratar esse jogador, temos de ser rápidos para que esse jovem talentoso de Viseu ou da Guarda seja jogador do Benfica", detalhou o coordenador.

"Depois, claro, a metodologia do Benfica, que os faz desenvolver. O talento está lá, mas se não os soubermos desenvolver, não nos adianta de nada", acrescentou Nuno Meneses.

João Gomes explanou esta mesma metodologia, revelando que o CFT conta com "30 atletas a competir em Viseu em dois escalões, alguns no escalão de Infantis, os restantes no de Benjamins". Ambas as equipas jogam em escalões um ou dois anos acima das suas idades de modo a "estimular uma exigência completamente diferente" e a "tirá-los da zona de conforto", tal como clarificou Fábio Santos, treinador de Infantis.

O técnico considera que "treinar um jogador para jogar no Benfica é tentar retirar o que de melhor eles têm, potenciar os seus pontos fortes e tentar melhorar aquilo em que eles são menos bons". "Se aliarmos a qualidade que eles têm a uma alta intensidade, está aí a fórmula certa para sair um jogador do Benfica", completou.

"Acima de tudo, não nos podemos esquecer que estamos a trabalhar com crianças. Comparando com os Infantis, temos de trabalhar coisas bastante diferentes. Nos Infantis, já dá para trabalhar coisas mais específicas de futebol. Nos Benjamins, têm de ser coisas mais lúdicas. Tentar sempre estimular a parte competitiva na mesma, mas não esquecendo a vertente humana. São miúdos, precisam de ser felizes com bola e é por aí que nos guiamos", desvendou Manuel Miragaia, treinador dos Benjamins.

A parceria com o GDCRS Silgueiros tem contribuído para o sucesso do CFT de Viseu, mas também para o clube da região, de acordo com Carlos Pereira, presidente do emblema: "A nossa parceria também prevê a formação dos nossos técnicos com os técnicos do Benfica em Lisboa ou aqui. Isto também é uma mais-valia. O CFT tem atletas de vários concelhos aqui à volta, ou seja, traz muita gente e dá a conhecer o território. Captámos mais atletas, aumentámos."

"Os atletas que têm passado por todas estas estruturas que temos a nível nacional, quando chegam ao futebol Sénior, têm ajudado desportivamente e, claro, na parte financeira. Têm sido anos de muito sucesso, trabalho e dificuldade, mas muito positivos", concluiu João Gomes.