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Entrevista
Isaac Nader, atleta do Benfica, não tem dúvidas. O recorde nacional dos 1500 metros é um objetivo que está na sua mira e até pode ser alcançado no Campeonato do Mundo. O sobrinho de Hassan Nader explica porque trocou o futebol pelo atletismo.
31 julho 2023, 12h02
Isaac Nader
Aos 23 anos, depois de vencer a medalha de prata nos Jogos Europeus e de se ter aproximado do recorde nacional de Rui Silva, o atleta do Benfica, sobrinho de Hassan Nader, antigo ponta de lança do Benfica nos anos 1990, deixou para trás o futebol, que nunca chegou a ser um sonho, porque a bola lhe atrapalhava as ações, e apostou no atletismo, onde sonha vir a ser um dos melhores do mundo.
Em entrevista ao programa Protagonista, dois dias depois de ter contribuído para o título de campeão nacional conquistado pela equipa masculina de atletismo do Benfica, Isaac revelou o seu benfiquismo, o da sua família e, particularmente, o do seu pai e do seu tio, ambos, ex-jogadores de futebol.
A que é que soube este título conquistado pelo Benfica, o décimo terceiro consecutivo?
Soube a história. Temos um lugar na história do clube e isso, para um atleta e ainda por cima benfiquista, é revelador da emoção que foi conquistar este título. Sabíamos que não era mais um título, era o título. O Benfica, nos últimos anos, trabalhou bastante para chegar aqui e bater este recorde de treze vitórias seguidas…
Houve alguma preparação especial, durante a semana, dentro e fora das pistas?
Não direi que a preparação foi diferente, mas todos nós reconhecíamos a importância deste título. Porque o nosso rival, o Sporting, se tinha apresentado forte nos nacionais de pista coberta e iria fazer de tudo para nos ganhar e para evitar que batêssemos o recorde. Estávamos muito motivados para ganhar, para oferecer este título ao clube e aos nossos adeptos, assim como para mostrarmos que somos, indiscutivelmente, a melhor equipa portuguesa.
"Estávamos muito motivados para ganhar [o Campeonato Nacional], para oferecer este título ao clube e aos nossos adeptos"
A professora Ana Oliveira diz que o Benfica é a melhor equipa da Europa...
Infelizmente não temos como fazer essa demonstração, mas acredito que sim, pelo menos, somos das melhores equipas europeias. É uma pena que, desde a pandemia, se tenha deixado de organizar a Taça dos Campeões Europeus, porque seria muito gratificante, para nós, lutar por um título europeu para o Benfica. A aposta que o clube tem feito merecia que lhe dessem essa oportunidade. Mas as entidades reguladoras do atletismo internacional estão mais viradas para organizar as competições de uma forma que lhes garanta mais retorno mediático.
Mas esse retorno não estaria assegurado numa competição que teria os melhores atletas e melhores clubes a competir entre si?
Não tem a ver com os clubes e com a qualidade dos atletas, que estaria sempre assegurada. Tem a ver com a forma como as competições são disputadas, para tornar o atletismo mais atrativo. Há disciplinas que ficam de fora de algumas dessas provas.
"Ana Oliveira foi a professora que acreditou em mim, há cinco anos, quando o atletismo ainda não era levado a sério por mim"
A ALMA DO ATLETISMO DO BENFICA
É justo dizer que a professora Ana Oliveira é o cimento que une todas as peças do projeto do atletismo do Benfica?
É justo e é fundamental reconhecer isso. Falo por mim, foi a professora que acreditou em mim, há cinco anos, quando o atletismo ainda não era levado a sério por mim. Já competia, num clube de Faro, ganhava umas provas, mas ainda não tinha feito a escolha entre o futebol e o atletismo. Joguei futebol no Farense, até aos juvenis, e esse convite para vir para o Benfica é que determinou a escolha de um caminho. Optei pelo atletismo e ainda bem que o fiz.
Tinha ligações familiares ao futebol e ao Benfica?
Sim, o meu pai e o meu tio jogaram futebol no Farense. O meu tio, o Hassan Nader, foi jogador do Benfica e, portanto, tinha esta ligação familiar ao futebol. Ao Benfica, foi uma ligação desde que nasci, porque eu e o meu irmão sempre fomos fanáticos pelo clube e íamos ver os jogos da equipa de futebol. O meu pai e o meu tio também são benfiquistas. Mas é justo dizer que a escolha pelo atletismo não foi difícil, porque, no futebol, a bola atrapalhava um pouco. Do que eu gostava mesmo, era de correr.
"Joguei futebol no Farense, até aos juvenis e esse convite para vir para o Benfica é que determinou a escolha de um caminho. Optei pelo atletismo e ainda bem"
Foi no Benfica que começou realmente a perceber que poderia atingir um nível internacional?
Sim, claro, a partir do momento em que entras no Benfica começas a pensar em evoluir. Mas não foi imediato. Tive de treinar muito, de evoluir, de aprender, de me sacrificar até chegar a um nível que, agora, me permite sonhar. Só agora, aos 23 anos, é que comecei a entrar na elite mundial e estou entre os 25 melhores tempos do mundo. Neste último ano, os 1500 metros tornaram-se muito competitivos e o aparecimento dos novos sapatos em carbono favorecem muito o aparecimento de boas marcas.
A marca que fez, recentemente, nos Jogos Europeus dá para sonhar com uma final nos Mundiais, por exemplo?
Vou ter de me superar, porque essa marca, há vários anos, até daria para chegar perto das medalhas, mas agora é a 22.ª melhor marca do ano. Mas acredito que, nos Mundiais, vou valer uma marca melhor. É para isso que me tenho preparado e, portanto, vou para os Mundiais com o objetivo de chegar a essa final. Também dependerá muito se as provas forem muito rápidas. Gostaria de provas não tão rápidas, mas vou para lutar pelo melhor lugar possível e acredito que vou trazer a minha melhor marca de sempre.
O suficiente para bater o recorde nacional dos 1500 metros?
Vou bater o recorde nacional, não sei quando, mas vou bater. Estou cada vez mais perto e, se me superar nos Mundiais, é provável que consiga bater o recorde nacional. Isso é seguro, que vou bater esse recorde, não sei é quando. Se não for nos Mundiais, neste ano, será para o ano. Mas sinto-me bem, sinto-me muito confiante e quero estar a um nível muito alto nos Mundiais.
UMA MEDALHA NOS JOGOS OLÍMPICOS
Depois de atingir esse recorde nacional, a seguir o que se segue?
Para um atleta, os recordes são importantes, as marcas, essas, vão e vêm. Aparece sempre alguém que as melhora. O que fica para a posteridade e aquilo que ninguém nos pode tirar são as medalhas. É para isso que um atleta trabalha. E, claro, os Jogos Olímpicos são, para nós, o ponto alto da carreira. Ir a uns Jogos, estar nas finais e ganhar uma medalha. Quero ganhar e sonho com uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. E, depois, temos os Mundiais e os Europeus, que são competições que todos querem ganhar. Estou a preparar-me para ser um desses atletas que participa nas maiores competições para as disputar até ao fim e, se possível, ganhar medalhas. Neste momento, estou nos 3.31 minutos e quero estar nos 3.29. Quando chegar a esse patamar, vou estar em condições de disputar essas provas com os melhores do mundo.
Artigo publicado na edição de 28 de julho do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 21 de março de 2024