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Entrevista
António Machado, treinador da equipa feminina de polo aquático, fala das dificuldades da época passada, apesar dos títulos conquistados, mas aponta já ao desafio de somar mais um campeonato.
07 agosto 2023, 10h00
António Machado
António Machado não é apenas o timoneiro. Treinador da equipa feminina, acumula essa função com as de selecionador nacional feminino e é uma das vozes mais escutadas e respeitadas do polo aquático em Portugal. A atual hegemonia do Benfica, na variante feminina, tem as suas impressões digitais por todo o lado. E mesmo o sucesso da equipa masculina, que nesta temporada subiu ao escalão principal, é indissociável do conhecimento e da liderança de António Machado.
Depois de uma época de sucesso, o treinador da equipa Tetracampeã nacional esteve no programa Protagonista. Nesta edição do jornal O Benfica, damos a conhecer um pouco melhor o perfil e o benfiquismo de António Machado. Uma entrevista que resulta de uma conversa antes, durante e depois da sua participação no programa da BTV.
A conquista do Tetracampeonato, da Taça de Portugal e da Supertaça sugere uma facilidade que não existiu na conquista destes títulos…
Nada fácil. Exigiu muitas horas de treino, muito compromisso e superação das atletas. Enfrentámos uma época dura, porque tivemos de renovar a equipa, incorporámos muita juventude porque, nesta modalidade, não é fácil reter as jogadoras. Umas porque deixam de jogar, outras porque vão para fora, à procura de melhores condições e de ligas mais competitivas. O que resta, ao Benfica e aos outros clubes portugueses, é apostar na formação das suas jogadoras.
"Se há clube que o merece [o Tetracampeonato], pela forma como apoia as suas equipas e a modalidade, é o Benfica. Era o grande objetivo da temporada, deu muito trabalho a conquistá-lo, mas, depois, teve um sabor incrível"
António Machado
Ou seja, nesta época havia mais equilíbrio entre as principais equipas candidatas ao título?
Isso foi visível na forma como foi disputada a final. Perdemos o primeiro jogo, em casa, o que não era nada habitual, e foi uma grande pancada. Isso obrigou-nos a trabalhar em cima de algo que não era habitual. E, mesmo os jogos restantes, principalmente o que disputámos fora de casa, foram muito equilibrados. Esse segundo jogo foi determinante, porque, se o perdêssemos, não teríamos sido campeões. As jogadoras fizeram uma demonstração de caráter, enfrentámos um adversário muito valoroso e motivado, que estava preparado para fazer a festa no seu pavilhão. E trouxemos a decisão para Lisboa, para o terceiro jogo, a verdadeira final do campeonato.
TÍTULO MAIS DIFÍCIL DO TETRA
E aí, foi decisiva a forma como a equipa ganhou, inicialmente, uma vantagem de 4 golos?
Sim, porque, depois, tivemos a capacidade para não perder essa vantagem durante o jogo. Foi determinante essa vantagem e como a soubemos manter. A equipa foi astuta, foi inteligente, e percebeu que tinha o Tetracampeonato ali à mão. E como trabalhámos para ele, ao longo dos últimos anos, no Benfica. Se há clube que o merece, pela forma como apoia as suas equipas e a modalidade, é o Benfica. Era o grande objetivo da temporada, deu muito trabalho a conquistá-lo, mas, depois, teve um sabor incrível.
"Fomos obrigados a renovar o plantel no início da época passada, e esse terá de ser o caminho. Formar as nossas jogadoras, desenvolvê-las, potenciá-las e dar-lhes espaço para crescer e competir"
O Benfica enfrenta, agora, um desafio tão grande como o de conquistar o Tetracampeonato, que é o de manter a hegemonia e a atual senda de vitórias. Como será possível fazê-lo?
Com muito trabalho, com muito espírito de sacrifício e com o empenhamento de todos. Do Clube, da estrutura, do treinador e das jogadoras. E apostando no crescimento de muitas das nossas jogadoras, que têm um potencial tremendo de crescimento. Fomos obrigados a renovar o plantel no início da época passada, e esse terá de ser o caminho. Formar as nossas jogadoras, desenvolvê-las, potenciá-las e dar-lhes espaço para crescer e competir. Já o fizemos na época passada e voltaremos a fazê-lo nesta temporada. Sem desculpas, porque a modalidade é o que é em Portugal, mas com a convicção de que vamos crescer todos juntos. E o desafio é o mesmo de sempre: ganhar enquanto crescemos. Não existe uma via alternativa no Benfica, é ganhar ou ganhar. E vamos fazer isso, com o mesmo entusiasmo pela modalidade e a mesma paixão pelo Clube. Mas, ao contrário do que acontece noutros clubes, a manutenção do projeto não está ligada aos títulos. Queremos sempre ganhar, porque é a matriz do Clube, mas não lidamos com a pressão de ter de ganhar para manter a secção. Isso existe noutros clubes e torna as coisas mais difíceis. Aqui, ganhar é uma motivação, não é uma pressão sobre as jogadoras.
VAMOS AO PENTA
Se não fosse a pandemia, teríamos festejado o penta?
Acredito que sim. No ano da pandemia, estávamos muito fortes. Éramos, muito claramente, a melhor equipa portuguesa. Mas, entretanto, saíram algumas jogadoras, nomeadamente no início da época passada, o que nos obrigou a renovar a equipa. Neste ano, estamos a tentar manter a equipa, principalmente a nossa capitã. Existe essa dúvida, mas nesta temporada temos o aliciante de disputar as competições europeias pela primeira vez.
Um projeto europeu que pode ser importante para atrair novos talentos e realizar o trabalho de base na formação que ainda falta fazer?
Vamos participar na Challenge Cup, e isso é um prémio para as jogadoras. Um desafio para o Clube, mas um prémio para as nossas jogadoras. E esse desafio vai permitir perceber em que ponto da nossa competitividade é que estamos. E um incentivo para novas jogadoras que queiram vir para o Benfica. Neste ano, já vamos começar um trabalho nas nossas piscinas, de iniciação ao meio aquático, que permitirá, aos mais novos, fazer essa adaptação a um meio que não é natural e depois, mais tarde, escolher o que querem fazer. Se querem natação, se querem polo. Temos de aumentar a visibilidade da modalidade, e o projeto europeu do Benfica é importante. Assim como o Mundial de sub-20 que se vai disputar em Coimbra. Temos uma geração de grande talento, a que chamo a geração dourada, que não obedeceu a nenhum trabalho de base, mas que pode ser o motor para tornar o polo aquático mais chamativo. Temos de ter mais atletas, na base, para podermos dar o salto.
"Participar na Challenge Cup é um prémio para as jogadoras e um desafio para o Clube. Vai permitir perceber em que ponto da nossa competitividade é que estamos"
SUBIDA DOS MASCULINOS
No Benfica, o salto foi dado, também pela equipa masculina, que subiu à divisão principal. A equipa feminina demorou cinco anos a chegar ao primeiro título. O percurso da equipa masculina será idêntico?
Evidentemente, o Benfica terá de chegar ao ponto em que vai discutir os títulos e os vai ganhar, como acontece com a equipa feminina. Há dez anos, quando arrancámos com o projeto da equipa feminina, não houve o mesmo ímpeto para iniciar a masculina. Portanto, há aqui um desfasamento entre o aparecimento de ambas as equipas. Vai ser preciso tempo, e nos masculinos existe ainda outro obstáculo. Além do trabalho que precisamos de fazer, há investimentos que alguns clubes já fazem, para tornar as suas equipas mais competitivas. O Vitória de Guimarães apostou claramente para ter a melhor equipa masculina de polo aquático e investiu para isso, com uma equipa semiprofissional. Esta é a realidade dos masculinos, e o Benfica, para ganhar, terá de fazer um trabalho muito forte de base e juntar-lhe algum investimento. O Benfica vai precisar de tempo, de ganhar as suas referências e de se ajustar a uma competição onde já existem equipas com muita qualidade, muito fortes para a nossa realidade nacional.
Artigo publicado na edição de 4 de agosto do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 22 de março de 2024