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Hóquei em Patins Feminino
Um ícone do hóquei em patins mundial e símbolo do Benfica, o treinador Paulo Almeida descreve aquilo que passa aos seus jogadores e jogadoras. E que considera ser a base do sucesso, principalmente, na histórica equipa feminina.
04 setembro 2023, 21h32
Treinador Paulo Almeida com a capitã Marlene Sousa
Na verdade, como ex-jogador, e tendo sido um dos mais icónicos atletas do Clube, Paulo Almeida cunhou, logo ali, o seu lugar na história do Benfica. Chegou à Luz ainda com idade de júnior, mas rapidamente se juntou à equipa principal, uma das mais relembradas, desde sempre, pela conquista da Taça CERS, primeiro título europeu alcançado pelo Benfica. Uma equipa reconhecida pela qualidade de uma geração marcante de jogadores, pelos títulos que permitiu ao Benfica vencer e afirmar-se como hegemónico em Portugal, e até pelas vezes em que morreu na praia, com três finais perdidas da Taça dos Campeões Europeus.
Em entrevista ao programa Protagonista, encontrei um Paulo Almeida que os benfiquistas mais frequentadores do Estádio da Luz também conhecem. Humilde, solícito e excelente conversador. Nunca nega um cumprimento, uma saudação, uma foto ou até um abraço. É um símbolo do Benfica, e os adeptos fazem-lhe essa justiça, reconhecendo um dos maiores nomes de sempre do hóquei em patins nacional e mundial.
Paulo, ainda te lembras do teu primeiro dia no Benfica?
Nunca me vou esquecer. Cheguei aqui, ainda júnior, mas não completei a minha formação aqui, porque comecei logo a treinar com a equipa principal. Era um miúdo carregado de sonhos que, de repente, estava a treinar no Benfica.
O que pudeste reter desses primeiros momentos no Benfica e que trazes para a tua função de treinador?
A exigência. Assim que cheguei, a primeira coisa que me disseram foi: "Miúdo, aqui só se joga para ganhar." Este foi o cartão de visita que jamais esqueci.
Como treinador das tuas equipas, a feminina e a equipa B masculina, isso é o que dizes a quem chega de novo ao Clube?
Ainda nesta semana, quando começámos a trabalhar para uma nova temporada, antes do primeiro treino da equipa feminina, falei com as jogadoras e especialmente às que estão a chegar. A mensagem foi clara: aqui, no Benfica, é ganhar ou ganhar. Ninguém se pode cansar de ganhar, no Benfica. Bem sei que isto, para as que já estão aqui há mais tempo, pode parecer uma cassete, mas é importante sempre relembrá-lo, porque, às vezes, ganhar muito pode levar a um certo comodismo, e isso é algo que não permito nas minhas equipas.
FICAR À PORTA NO PRIMEIRO DIA
Recuando ainda aos teus primeiros tempos no Benfica, como te dirigias aos jogadores mais velhos?
Tratava-os por senhor. Tinha de ser. Atualmente, as coisas são diferentes, as coisas evoluíram, mas naquela altura tínhamos de tratar os mais velhos com muito respeito. Lembro-me de que, no meu primeiro dia, fiquei à porta do balneário, à espera de que me dissessem que podia entrar. Não tinha a iniciativa de entrar ali, naquele espaço, sem autorização dos mais velhos. Claro que, depois, fui-me afirmando na equipa, e as coisas tornaram-se mais fluidas. Mas era um balneário de jogadores que eram lendas do hóquei em patins.
Como dizes, atualmente, já não é assim. Também treinas a equipa B masculina. Incutes também essa exigência de vitória, sabendo que esses jogadores competem, aos 16, 17, 18 anos, com equipas seniores?
A exigência é exatamente a mesma. São jovens, mas são jogadores do Benfica. Claro que enfrentam equipas com muita experiência, muita ratice, e isso, muitas vezes, faz a diferença nos nossos jogos. Chegámos a ter jogos em que dispúnhamos de uma vantagem de três ou quatro golos e, depois, permitíamos que essas equipas recuperassem e, nalguns casos, até nos vencessem.
BENFICA TEM DOS MELHORES TALENTOS DO MUNDO
Mas isso faz parte do crescimento…
Claro que sim, e é por isso que esta equipa B, a competir neste patamar, é algo que faz bem aos nossos jogadores e prepara-os para chegar à equipa principal. Há dois, três anos, o Lucas Honório ou o José Miranda estavam neste patamar. Hoje, fazem parte do plantel principal. É o projeto do Benfica, e é assim que temos tido vários talentos que podem vir a ser dos melhores jogadores do mundo.
Mas as gerações não são iguais. Neste ano, por exemplo, tinhas uma equipa muito jovem.
Tinha, e poucos acreditavam que pudéssemos repetir a classificação do ano anterior, que já tinha sido extraordinária. Tínhamos uma equipa, de facto, muito jovem, mas conseguimos fazer crescer estes miúdos, e o 5.º lugar num campeonato tão competitivo é a demonstração de que o trabalho está a ser feito. E claro que existe muito talento no Benfica. Muito talento, mesmo.
Numa altura em que o hóquei está mais acelerado, está mais físico, isso coloca mais dificuldades ao crescimento dos nossos jovens?
O jogo está mais acelerado, é um facto, mas, aos nossos jogadores, muitas vezes, tenho é de os conter. Porque, sendo jovens, querem ganhar, querem atacar, e às vezes temos de temperar esse entusiasmo. Porque os jogos não são sempre a acelerar, há momentos para pausar. É nesse aspeto que trabalho mais os jogadores. Não sou um treinador muito tático, aposto mais na liderança e no domínio, por parte dos jogadores e das jogadoras, dos momentos que fazem a diferença num jogo.
E quais são esses momentos?
São as bolas paradas, o 4 contra 3, o 3 contra 2, o 2 contra 1 e a velocidade a que se joga. Quase ninguém faz golo em 5 contra 5 a não ser numa bola rematada de longe. Os golos ou são de bola parada, ou em contra-ataque.
Uma boa defesa é também fundamental. Aliás, preparar a defesa, enquanto atacas, é determinante?
Claro, reação à perda da bola. E, após conquistar a bola, atacar de forma rápida. Quando a perdes, tens de ser rápido a ocupar espaços. Quando digo que não sou um treinador muito tático, refiro-me a aspetos do jogo que acho que pertencem mais aos jogadores do que aos treinadores.
APOSTA NA CRIATIVIDADE
Eu diria que o trabalho defensivo de uma equipa é trabalho de treinador, enquanto o momento ofensivo é inspiração dos jogadores ou das jogadoras…
É exatamente isso. Na equipa feminina, não vou dizer à Marlene para não ser criativa. Isso iria estragar o seu jogo, ela que é, porventura, a melhor jogadora do mundo. Claro que não estou à espera de que a Marlene faça no nosso meio-campo o mesmo que faz no meio-campo adversário. Mas não posso pedir à Marlene que mude o seu jogo, quando ela nos dá tanto.
Costumo dizer que a Marlene não joga hóquei em patins, faz patinagem artística.
É um pouco isso. O hóquei não é só o stick e a bola. É preciso patinar bem, e a Marlene patina de uma forma incrível. As rotações que ela faz dão-lhe vantagens de segundos sobre as adversárias.
LIGA DOS CAMPEÕES
Os 10 títulos consecutivos são uma marca que nunca ninguém apagará da história do Benfica, mas ganhar uma segunda liga europeia continua a ser um grande objetivo da equipa feminina?
Claro que sim. É um dos objetivos, a juntar a todos os outros. Aqui, no Benfica, uma época nunca fica completa quando não se conquistam todos os títulos. Se há cinco títulos a conquistar, são os títulos que queremos conquistar. Na época passada faltou-nos a liga europeia. Mas vamos insistir, estamos cada vez mais perto, temos perdido em detalhes. Se perdêssemos por cinco ou seis golos, saberia que não estamos próximos, mas a verdade é que perdemos sempre em detalhes.
Acreditas que há um lado mental que está a separar as nossas jogadoras do sucesso na liga europeia?
Não só acredito como é nisso que estamos a trabalhar. Trabalho muito para as convencer de que é possível e de que a distância para as equipas espanholas é mental. Tenho uma liderança de muita proximidade com as jogadoras, e elas confiam no que lhes digo.
As contratações de [Sofia] Moncóvio e da melhor jogadora italiana da atualidade [Elena Tamiozzo] deixam a equipa mais perto de ganhar a liga europeia?
Foi com esse objetivo que as contratámos. São duas jogadores de alta rotação, que vão ajudar-nos bastante. Aumentam a competitividade no plantel e nos treinos, e já fiquei muito satisfeito com o que vi, nas primeiras sessões nesta semana. Vão ajudar-nos muito, seguramente.
O campeonato também será mais equilibrado?
Acredito que sim. Há uma grande aposta do Turquel, com a contratação de jogadoras de qualidade, internacionais, portuguesas e estrangeiras, porque têm o objetivo claro de nos vencer e nos destronar. O CA Feira também se está a reforçar muito bem. Vai ser um campeonato mais competitivo.
Artigo publicado na edição de 1 de setembro do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 21 de março de 2024