O espelho do orgulho e da paixão

REPORTAGEM BTV

Em família, numa festa que juntou centenas de Benfiquistas, a filial Sport Lausanne e Benfica comemorou os seus 30 anos de vida! O programa Pelas Casas do Benfica, da BTV, acompanhou tudo.

Inaugurada em 9 de setembro de 1993, a filial Sport Lausanne e Benfica completou três décadas de existência e celebrou o bonito número numa festa de fervor benfiquista, em que a paixão foi nota transversal. Mas, antes de desvelar os festejos, vamos recordar o início da história que nesta data se assinalou.

"Isto veio no seguimento de uma ideia de um dos fundadores, o António Galinha. Eu, como benfiquista, associei-me a ele e apoiei a ideia. Foi aí que avançámos com a criação da casa, a procura do local e a criação de estruturas. Foram tempos difíceis, porque obrigaram que quatro pessoas, que fundaram esta casa, fossem fazer empréstimos pessoais. Acreditámos sempre na ideia e que teria resultados. Tivemos apoio de muitos imigrantes portugueses e adeptos de outros clubes, que foram os primeiros a aparecer, a trabalhar muito e a dar uma ajuda importante para sermos a casa que somos", explicou Vítor Abrantes, um dos quatro fundadores desta embaixada do Benfica.

No comando da filial n.º 27 do Clube está Luís Cabaças, um "menino da casa", apaixonado pelo Benfica e pelo futebol, onde começou a ligação.

"É um prazer, mas também são muitas dificuldades e trabalho. É preciso puxar pelas pessoas, procurar ideias, propô-las e executá-las. É sempre um prazer servir o nosso Clube. Sou um menino da casa, dela inaugurou em 1993, e eu comecei a jogar nos Juniores em 1994. Como sou apaixonado pelo futebol e pelo Benfica, foi um seguimento lógico", revelou o presidente.

Desde a sua fundação, a filial Sport Lausanne e Benfica é guiada pela ideologia da "família", sentimentos de pertença e união que, nos dias de hoje, não ficam esquecidos.

"Família... Uma palavra que os fundadores meteram nas medalhas, representativa do que se vê no Clube. É um prazer poder transmitir às novas gerações esta paixão e este amor pelo nosso Benfica", asseverou Luís Cabaças.

Entre os obstáculos que enfrentam, talvez o mais impactante seja o de não terem uma sede, mas isso não desmoraliza em nada os representantes da embaixada.

"Somos uma filial que está no estrangeiro. Tínhamos uns locais, mas houve uma altura mais complicada, e agora não os temos. Não temos um sítio onde nos podemos reunir, pôr o material, fazer um almoço, um jantar... A concorrência no futebol é muita e nós baseamo-nos no prazer. Não é fácil, porque andamos com a casa às costas", apontou.

E há boas memórias que são criadas e fazem valer o esforço e a dedicação, entre as quais "a enorme amizade entre as pessoas, ver a formação e estar com a camisola". "Somos uma filial do Benfica, mas a porta não está fechada a nenhum adepto. Sempre tivemos abertura", atirou o presidente.

Tal como levantou o pano Luís Cabaças, o Sport Lausanne e Benfica tem equipas de futebol, e, da formação aos veteranos, ninguém fica de fora.

"Temos 12 equipas para gerir. Em seniores são duas as ativas, sendo que uma está no escalão principal da 2.ª Liga da Associação de Futebol da Suíça e outra acabou de começar. Temos muitos juniores neste ano e, então, decidimos fazer outra equipa para que continuem no futebol ativo. O objetivo é ter miúdos e criá-los, dos mais pequeninos aos maiores, para chegarem ao nível da 2.ª Liga, ou, quem sabe, mais alto", detalhou Dani Chaves, responsável financeiro e dos juniores e atleta de futebol da embaixada.

Sem um sítio físico, mas a proporcionarem uma boa casa, os Benfiquistas e simpatizantes responderam ao convite para os 30 anos da filial Sport Lausanne e Benfica em peso. Entre os presentes, o sentir era unânime: estar em família, a conviver e a respirar Benfica!

Quanto à comida, bifanas, presunto cortado na hora e carne no espeto foram algumas das iguarias que fizeram as delícias na festa que contou com cerca de 250 pessoas.

A comitiva do Sport Lisboa e Benfica, com Domingos Almeida Lima, Jorge Jacinto e Carlos Manuel, sublinhou a boa receção nesta terra suíça.

"Isto é uma constante do Benfica, ser bem recebido em todo o lado. É uma família. Tive o privilégio de jogar aqui na Suíça, em Sion, percebo e entendo a paixão desta gente pelo Benfica. Gente que está fora do país, a trabalhar, com algum sofrimento, essencialmente por estarem fora da família. É importante fazermos estas ações, estarmos presentes, dizermos que o Benfica está e vai continuar, certamente, bem vivo. Continuar a transmitir a estas pessoas o que é o Benfica, e eles, com grande resiliência, continuarem a apoiar", partilhou Carlos Manuel, antigo futebolista do Sport Lisboa e Benfica.

"O número de Benfiquistas na Suíça é enorme e o Sport Lausanne e Benfica faz algo que prestigia muito o Benfica, com a formação desportiva e das crianças. É esse o papel das Casas e Filiais. Chegar aqui e ver tantas e tantas camisolas do Benfica, principalmente em crianças, dá para perceber que esse trabalho está a ser bem feito", concluiu Jorge Jacinto, diretor do departamento das Casas do Benfica.

"A receção foi muito simpática e surpreendente. Há muita juventude, muitos miúdos. Estava à espera que a comunidade do Benfica aqui na Suíça, que é muito forte, nos acolhesse desta maneira. Quero felicitar a filial, que vai ter de trabalhar muito para ter rapidamente uma sede. Felicitar pelo excelente trabalho com a juventude. São 150 crianças que se formam, aqui, no desporto. É uma obra fantástica, e o Sport Lisboa e Benfica está muito agradecido por isso", parabenizou Domingos Almeida Lima, vice-presidente do Clube.

A terminar, e como não poderia deixar de ser, cantaram-se os "Parabéns" e sopraram-se as velas de um bolo digno da grandeza da filial e também do orgulho e da paixão reinantes neste convívio benfiquista.