Roger Schmidt: "Temos um ótimo espírito de equipa"

ANTEVISÃO

Roger Schmidt projetou o jogo entre o Benfica e o GD Chaves, referente à 10.ª jornada da Liga Betclic, agendado para as 15h30 deste sábado, 4 de novembro, no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira. No Benfica Campus, o técnico enalteceu a capacidade da sua equipa, elogiando os atletas e como estes são capazes de interpretar diferentes abordagens táticas ao jogo.

Determinados em conquistar os três pontos, os comandados de Roger Schmidt esperam um "jogo duro" em Chaves, mas, como deu conta o treinador, estão "preparados" para as dificuldades que se avizinham.

A abordagem tática com três defesas (3x4x3) utilizada em Arouca, no encontro da 2.ª jornada do Grupo B da 3.ª fase da Taça da Liga, dominou as atenções na conferência de Imprensa do técnico, que reforçou os elogios aos seus atletas e à resposta que estes são capazes de dar aos desafios estratégicos.

Que tipo de jogo e oponente espera em Chaves?

É novamente um jogo fora de casa, uma situação similar à que vivemos na terça-feira [frente ao Arouca]. Claro que é uma competição diferente. Penso que o Chaves não começou bem a temporada, mas nos últimos jogos, com um novo treinador, ganhou uma nova energia. Espero uma equipa a lutar pela sua oportunidade, tal como fez na última época. Temos memórias disso, para nós é importante focar-nos em nós próprios. Analisar o oponente, fazer um bom jogo fora de casa. Precisamos de pontos. Estamos em boa forma. Espero um jogo duro, vamos ter três jogos fora de casa e isso nunca é fácil para os jogadores. Mostrámos na terça-feira [31 de outubro] que estamos preparados, e amanhã [sábado, 4 de novembro] vamos estar outra vez.

Nesta semana foi publicada uma fotografia de um jantar dos jogadores. Pensa que o grupo teve a necessidade de mostrar que está unido?

Sinceramente, não vi a fotografia, mas é algo que eles [jogadores] fazem frequentemente. É sempre um bom sinal se os jogadores fazem coisas juntos, não só nos jogos e nos treinos, como em privado. Gosto destas situações. Estou há mais de um ano aqui e sempre senti os jogadores muito ligados e um ótimo espírito de equipa. Não tenho dúvidas disso. Não me parece que o encontro tenha sido motivado por alguma situação em particular, mas, sim, porque os jogadores gostam de estar juntos.

Disse que a forma de jogar da equipa é a mesma, mas alguns jogadores pareceram mais confortáveis com esta tática, como Arthur Cabral e Gonçalo Guedes. Quais são as vantagens e desvantagens desta 3x4x3?

Não depende muito da formação. Como dizia, os jogadores [Arthur Cabral e Gonçalo Guedes], penso, jogaram assim pela primeira vez. Já jogámos assim algumas vezes quando tivemos um jogador a menos, quando tivemos um cartão vermelho, mas, no geral, jogámos sempre com uma defesa a quatro. Há algumas diferenças no comportamento tático de alguns jogadores, mas muitas coisas também são semelhantes. Penso que, com este sistema, podemos pressionar alto, jogar futebol ofensivo com muitos jogadores envolvidos no ataque. Claro que as movimentações e os espaços são um pouco diferentes, mas temos muitos jogadores inteligentes. A maior diferença é para o João Neves e para o Fredrik Aursnes, porque têm de desempenhar um papel completamente novo. O Fredrik [Aursnes] está um pouco habituado por jogar a defesa-lateral, para o João [Neves] é um pouco diferente, mas também interpretou muito bem esta posição. Não temos defesas-laterais claros, mas também pode ser uma vantagem. Os jogadores estão muito bem conectados, por isso é que mudar alguns detalhes e jogar a um bom nível não foi um grande problema para eles. A forma dos jogadores vai melhorar, de certeza. O Arthur [Cabral]... o Gonçalo Guedes, que não tem jogado tanto, cada minuto é bom para ele, e também mostrou que pode jogar como avançado-centro.

Gonçalo Guedes jogou como avançado frente ao Arouca. Nesta época conta mais com o jogador para essa posição do que para as alas?

O primeiro objetivo era recuperar fisicamente o jogador, trazê-lo para o jogo. Agora está numa boa situação, ainda não está ao seu melhor nível, mas já mostrou que está de volta. É um atleta que pode jogar em diferentes posições. Na terça-feira, Petar [Musa] estava doente, tínhamos diferentes opções, decidi por um jogador capaz de dar profundidade. Pode assumir essa posição, mostrou-o. Claro que está mais habituado a jogar desde o lado esquerdo, também pode atuar como segundo avançado, mas pode ajustar-se sempre [em termos táticos], dependendo das minhas ideias e da abordagem tática ao jogo. É muito bom, gosto disso, pois é um jogador que não está fixo numa só posição, tem experiência e inteligência para interpretar várias posições.

Prevê repetir o sistema com os três defesas nos próximos jogos?

Antes de tudo, estou completamente concentrado para amanhã [sábado] e não estou a pensar nos próximos jogos. Penso que o primeiro ensaio foi bom. Na nossa situação, com os jogadores que temos disponíveis, este sistema permite-nos controlar melhor os jogos. Também é uma vantagem ter o Morato em campo, porque ele é um jogador de topo e, num sistema com dois centrais, é mais difícil dar tempo a todos eles. É uma opção para amanhã [sábado] e para os próximos jogos, mas também é uma opção jogarmos com outra formação.

Olhando para este plantel, pensa que alguma coisa falhou no planeamento para esta época?

Não. Claro que, neste momento, com o David Neres, o Alex Bah e o Orkun Kökcü, temos três jogadores lesionados para os próximos jogos, isso torna as coisas mais complicadas, mas nós tentamos sempre encontrar soluções. Sabíamos que, para a posição de lateral-direito, com o Alex Bah, temos um jogador habituado a essa posição, mas também confiamos que, com o nosso plantel, somos capazes de arranjar soluções se ele não estiver disponível, tal como já fizemos. Sabemos que o Fredrik Aursnes é um jogador que pode jogar em diferentes posições a um nível muito alto. Temos, com o João Victor, um jogador que tentámos melhorar a sua qualidade nesta posição. Na verdade, ele é mais um defesa-central do que um defesa-lateral. Neste momento, com a situação na posição de lateral-esquerdo, tentamos encontrar a melhor abordagem com os jogadores disponíveis e na melhor forma. Se tivermos lesões, temos de encontrar soluções. Jogámos com uma formação diferente, é uma opção, mas jogámos o mesmo futebol. Só mudamos a disposição em campo conforme a forma e a disponibilidade dos jogadores. O nosso plantel, no seu todo, é muito equilibrado, por isso não vejo nenhum erro no planeamento da equipa. Vejo que alguns jogadores não estão disponíveis e temos de encontrar soluções, mas isso é normal.

Tendo em conta a importância dos jogos que se avizinham, a próxima semana é a mais decisiva desde que chegou ao Benfica?

Estava à espera desta pergunta, porque é feita em todas as conferências de Imprensa. Isso significa que os objetivos do Benfica são muitos altos, pois tudo é importante, todos os jogos são importantes. Queremos sagrar-nos campeões neste ano, e, nas competições internacionais, queremos alcançar coisas especiais. Não começámos bem, isso é claro, mas, antes de tudo, temos de focar-nos no jogo de amanhã [sábado] e em trabalhar na nossa situação na Liga. Queremos os três pontos para ter a oportunidade de lutar pelo primeiro lugar no nosso próximo jogo em casa [Sporting]. Depois, mudamos o foco para a Liga dos Campeões, onde sentimos que não estamos a jogar no nosso nível. Não estamos felizes com essa situação, mas, repito, vamos pensar passo a passo. Estamos a meio de três jogos para três competições diferentes e começámos bem na terça-feira [Arouca], ficando em boa posição na Taça da Liga. Amanhã [sábado], precisamos dos três pontos em Chaves e estamos completamente focados nisso. Depois, falaremos da Liga dos Campeões.