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Râguebi
Vindo da Nova Zelândia, nação onde a modalidade tem enorme tradição, o treinador do Benfica está a mudar a mentalidade dos jogadores. Encantado com as condições proporcionadas pelo Clube, Travis Church quer devolver a glória à equipa de râguebi encarnada, que procura o título nacional desde 2001.
05 janeiro 2024, 13h04
Travis Church
Para já, decorridas 9 jornadas, o Benfica é 2.º classificado no Campeonato Nacional Divisão de Honra, e em 2024 arranca com o embate ante o GD Direito, neste sábado, 6 de janeiro.
Deixou a Nova Zelândia, país com enorme tradição no râguebi. Como decorreu o processo até chegar ao Benfica?
Em primeiro lugar, há um grande entusiasmo em torno do râguebi português. Tenho alguns amigos e jogadores que estiveram envolvidos com o râguebi do Benfica. O Benfica é uma organização enorme, um dos maiores clubes que conheço. Como treinador, aqui temos o futebol como pináculo, mas o Benfica tem andebol, voleibol, basquetebol, râguebi, secção olímpica... Há todos os desportos de alta competição. Para mim, como treinador ou professor que tenta ser o melhor possível, e tenta aprender com outros técnicos e organizações desportivas, esta situação é muito interessante. Tinha uma relação com o Rodrigo [Alves, coordenador do râguebi do Clube]. Talvez tenhamos começado a falar dois anos e meio ou três antes de decidir vir para Lisboa e que o Benfica seria o clube para mim.
Foi fácil dizer sim?
Muito fácil. Foi uma decisão fácil, especialmente quando comecei a inteirar-me sobre Lisboa. Nunca tinha estado em Portugal e foi fácil. Adoro desafios, e sair da minha zona de conforto é entusiasmante para mim.
"Queremos ganhar tudo e recolocar o Benfica no mapa do râguebi"
Travis Church
Falou no crescimento como treinador e em outras modalidades do Clube. Qual a sua filosofia?
A minha filosofia passa por contribuir para o desenvolvimento de quem está à minha volta, mas nós, treinadores, por vezes, esquecemo-nos de que temos de crescer também. Temos de continuar a melhorar, tornar-nos melhores e contribuir para um bom ambiente em torno da equipa.
De que forma tenciona ajudar o Benfica a crescer e a ganhar?
Para mim, o fundamento é trabalhar sobre as capacidades e mentalidade dos jogadores. A consistência em torno dos fundamentos, competição, ser-se melhor dia após dia... Tudo o resto vem por acréscimo. Todos queremos ganhar, mas como trabalhar para vencer? Para mim, isso tem que ver com a cultura, a cultura da equipa e de Portugal. O nosso plantel tem jogadores da Nova Zelândia, África do Sul, de todo o mundo. De que forma conseguimos ter uma cultura benfiquista coletiva de modo a termos sucesso? Há umas semanas, imperava a individualidade sobre o coletivo. Penso que hoje há sinais de que as coisas estão a mudar e a produzir resultados.
Refere-se também a traços da cultura neozelandesa que podem ser transportados para a equipa do Benfica?
Eu acredito em aspetos-chave da cultura neozelandesa que podemos incorporar na cultura portuguesa, de forma a haver uma simbiose para encontrar a receita certa. Tenho de introduzir de forma inteligente o que sei, em termos de trabalho, de aprendizagem. Tenho de pensar no que podemos aprender acerca do Benfica e da cultura portuguesa. De que forma posso ajudar e ter um coletivo integrado no mesmo espírito.
"Já começamos a ver muito mais apoio nos nossos jogos, mais juventude"
Já falou na mentalidade. Quão importante é a mentalidade para o êxito?
Para mim, mentalidade é 90 por cento do râguebi. Basta olhar para atletas de elite por todo o mundo, como Kobe Bryant, Michael Jordan, no basquetebol, ou Mike Tyson, no boxe. Mike Tyson falava de como ganhar um combate antes de entrar em ringue. Abordamos muito esta questão através de sessões de vídeo todas as semanas. Falamos sobre mentalidade e na forma como se pode trabalhar sobre a cultura.
Neste ano, o râguebi do Benfica celebra o centenário. Que objetivos tem?
O Benfica não é campeão há demasiado tempo. Queremos criar um legado em 2023/24 e queremos ganhar tudo. Não há dúvidas quanto a isso. Queremos recolocar o Benfica no mapa do râguebi. Queremos ver os jovens a esforçarem-se pela camisola do Benfica, como nas outras modalidades. Queremos construir o nosso próprio legado, daí ser importante vencer. Queremos agradecer a todos os que criaram este caminho. O Benfica foi uma das equipas mais receadas em Portugal, por algum motivo caiu, mas voltou a estar na I Divisão. Queremos deixá-los orgulhosos e trabalhar no legado que nos deixaram. Agradecemos todo o apoio.
Como classificaria ser campeão em 2024?
Seria a cereja no topo do bolo, seria fantástico. Temos um jogo para o Campeonato agora, e depois temos um jogo de Taça, que é outro dos objetivos. Queremos muito erguer a Taça e finalizar a época com o título de campeões no nosso centenário. Seria um sonho tornado realidade.
"Um dia, o nosso objetivo é jogar aqui no Estádio da Luz. É um grande sonho"
CRIAR REFERÊNCIAS PARA AS NOVAS GERAÇÕES
Além de ser treinador, também está a liderar a formação. Como tem sido esse trabalho?
Não fiz a pré-época e cheguei uma ou duas semanas antes do primeiro jogo. Tem sido feito um grande trabalho com os sub-18 e os sub-16 e nota-se muito crescimento. Um dos meus grandes objetivos é que as gerações mais jovens despontem. Eles são o futuro do râguebi do Benfica. Podemos ter um, dois ou três jogadores que venham de fora e tragam experiências diferentes, mas o caminho passa pela formação.
Também para os mais jovens seria importante que o Benfica fosse campeão...
Sem dúvida. Toda a gente precisa das suas referências, de alguém que os inspire. Nós já começamos a ver muito mais apoio nos nossos jogos, mais juventude. Estas são pequenas vitórias. A maior é sermos campeões, mas ter os adeptos connosco ajuda-nos. Competimos para eles. É fantástico. Um dia, o nosso objetivo é jogar aqui no Estádio da Luz. É um grande sonho. Adoraríamos jogar aqui.
Como avalia as condições proporcionadas pelo Benfica?
Temos tudo à nossa disposição, desde a piscina, o ginásio, etc. A única coisa complicada é ajustar os melhores horários, pois o Benfica tem muitas modalidades. Mas, por exemplo, no Museu podemos ter reuniões de equipa. Também podemos usar os espaços reservados ao judo, taekwondo, ioga... São condições absolutamente fantásticas, e os jogadores adoram-nas. Em relação ao contacto com outras modalidades, é interessante perceber de que forma pode ajudar- -nos o voleibol em termos de impulsão vertical, por exemplo. Também podemos ajustar os nossos treinos em função de movimentos de judo com alguém do staff da modalidade.
Representa o Benfica há pouco tempo, mas sente-se que está feliz nesta casa...
Não poderia estar mais feliz. Costuma dizer-se "mulher feliz, vida feliz", e a minha mulher também adora estar aqui. É um grande apoio para mim. Adoramos Lisboa, adoramos o Benfica, e Portugal é fantástico.
"As gerações mais jovens são o futuro do râguebi do Benfica. O caminho passa pela formação"
TALENTO NACIONAL ENALTECIDO
"O râguebi é uma religião na Nova Zelândia, como o futebol aqui em Portugal e na Europa, e provavelmente na Ásia e em muitos locais", diz Travis Church. E, se as diferenças são muitas em comparação com a realidade neozelandesa, há algo que se mantém transversal: a paixão. "Râguebi é râguebi. A paixão é a mesma em Portugal. Portugal tem as bases, o talento. Há tudo isso em Portugal. Acho que os portugueses não estão a par do talento que existe em Portugal e como podemos ajudar a crescer a modalidade", sublinha o treinador do Benfica, exemplificando com o Mundial em 2023. "Jogaram muito bem com a Austrália, e até estiveram na frente. Depois, poderiam ter vencido a Geórgia, que é uma potência atualmente. Bateram as Fiji, e foi algo fantástico", analisa o técnico encarnado.
Artigo publicado na edição de 5 de janeiro do jornal O Benfica
Texto: Paulo Nunes Teixeira
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 22 de março de 2024