"Com este símbolo ao peito, queremos sempre mais"

É uma das jogadoras mais acarinhadas pelos adeptos do Benfica. Camisola 10, Francisca Nazareth fala das águias com paixão, e as palavras deixadas na antecâmara da receção ao Lyon, partida da 1.ª mão dos quartos de final da Champions League (19 de março, às 20h00, no Estádio da Luz), não foram uma exceção.

"Estamos confiantes. Acho que temos de estar tranquilas, sobretudo depois de tudo o que já fizemos. Já fizemos história. Com este símbolo ao peito, queremos sempre mais, obviamente. Não queremos ficar por aqui", referiu a criativa das águias, à Imprensa, durante o open media day que decorreu no Benfica Campus.

"Já que chegámos até aqui, vamos continuar o nosso trabalho da melhor forma possível e acreditar sempre. Que seja um bom jogo", completou Francisca Nazareth.

A presença inédita entre as oito melhores formações da competição, consequência do 2.º posto num grupo com Barcelona, Eintracht Frankfurt e Rosengard, e a ascensão ao 11.º lugar do ranking da UEFA comprovam que as tricampeãs nacionais estão cada vez mais consistentes.

Além disso, o empate com as blaugrana (4-4), campeãs europeias, elevou a fasquia. Ausente nesse embate, devido a lesão, Francisca Nazareth aponta ao mérito das companheiras de equipa e garante que o Lyon, equipa com mais títulos europeus (8), não terá tarefa fácil.

"O futebol é muito incerto. Tudo pode acontecer, e se é possível marcarmos quatro golos ao Barcelona e chegarmos aos quartos de final da Champions com seis anos de projeto, tudo é possível", analisou a internacional portuguesa.

Consciente da valia do próximo adversário, Francisca mantém a fé. "Há que acreditar. Sonhar é grátis e temos de fazer por isso, mas a sorte também se procura", disse.

Por isso, até uma presença na final não é descartada. "Se não acreditarmos e não fizermos por isso, de nada serve estarmos aqui a disputar a Liga dos Campeões. Tudo é possível, conscientes do patamar e do contexto em que estamos", acrescentou, conhecedora da história das francesas. "Nós somos o Benfica. Já temos muita história, mais curta, mas, às vezes, pouco é suficiente."

Para os Benfiquistas, é deixada uma garantia: "Vamos todas fazer por isso [marcar]. O trabalho tem sido muito bem feito. Temos muito talento, temos muita cabeça e é possível. O mais importante é sair do jogo de consciência tranquila e com um sorriso na cara, independentemente do resultado."

Ora, a "simbiose" entre as Inspiradoras e o público tem de se notar, mais uma vez, na Catedral. "Nós damos, eles dão. Nós queremos, eles querem. Apelo aos Benfiquistas e aos amantes de futebol que vejam o jogo, porque vai ser um dia histórico para o Benfica e para o futebol feminino em Portugal e no mundo, porque se trata da Liga dos Campeões. É nestes palcos que queremos jogar", evidenciou.

Com passagem pela Formação do Clube, Francisca deu o salto para o plantel principal cedo. E, tal como a jogadora evoluiu, o projeto encarnado não parou de crescer de forma sustentada.

"Não foi dar um passo maior do que a perna. Não apressámos nada. Não forçámos nada. Por as coisas serem bem feitas, por o projeto ser tão bom, pelas condições e pelo talento que temos, as coisas aconteceram num curto espaço de tempo. Só prova que daqui para frente outras portas surgirão para futuras gerações", enalteceu.