"Foi a melhor versão de cada um, em equipa, mais uma vez"

PÓS-JOGO

"Uma noite à Benfica, das antigas." Foi assim que Bruno Lage começou por abordar o triunfo das águias sobre o Atlético de Madrid (4-0), nesta quarta-feira, 2 de outubro, no Estádio da Luz. Neste duelo ibérico, da 2.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, o treinador encarnado atribuiu os louros ao coletivo.

"Mérito total dos jogadores por compreenderem mais uma vez a estratégia e o plano de jogo. Isso foi determinante", referiu Bruno Lage, na entrevista rápida, à Sport TV.

No rescaldo da quinta vitória em igual número de partidas desde que assumiu o comando técnico do Benfica, Bruno Lage valorizou toda a equipa, numa ideia partilhada igualmente durante a conferência de Imprensa.

"Foi a melhor versão de cada um, ser uma equipa, mais uma vez: os titulares e os que saltaram do banco para renovar a energia e manter a equipa no jogo. E, depois, a dinâmica das quatro vitórias anteriores proporciona este tipo de ambientes, que são muito melhores para os jogadores poderem colocar em prática toda a sua qualidade", vincou o treinador.

Ciente do caminho que há para percorrer, Bruno Lage referiu que esta vitória foi "especial" para si e para os jogadores. "Agora, para a grandeza do Benfica, para aquilo que o Benfica já conquistou ao longo da sua história, ainda temos de fazer muita coisa. Foi uma noite importante para todos nós: juntar mais uma vitória e continuar a crescer como equipa", disse.

Sem tempo para euforias, enfatizou o trabalho diário no Benfica Campus: "Estamos a dar um passo, cinco jogos a crescer no futebol, e os jogadores cada vez mais a entenderem as nossas dinâmicas."

PERFEIÇÃO EM DOIS SENTIDOS

"[Noite perfeita?] Foi perfeita em dois sentidos. Esta dinâmica de vitórias proporcionou este ambiente fantástico que vivemos hoje [quarta-feira, 2 de outubro], os adeptos a apoiar a equipa, e este tipo de ambientes são muito melhores para os jogadores poderem colocar em prática toda a sua qualidade. E, depois, a união que se vive entre os jogadores. Essa palavra foi usada na plenitude, de sermos uma equipa. Foi a melhor versão de cada um, mais uma vez, os titulares e os que saltaram do banco, para renovar a energia e manter a equipa no jogo. Foi uma noite à Benfica, das antigas. Mérito total dos jogadores, de compreenderem, mais uma vez, a estratégia e o plano de jogo. Isso foi determinante. É especial para mim, e para os jogadores, agora, para a grandeza do Benfica, para aquilo que o Benfica já conquistou ao longo da sua história, ainda temos de fazer muita coisa. Foi uma noite importante para todos nós, a juntar mais uma vitória e continuar a crescer como equipa."

BENFIQUISTAS "FANTÁSTICOS"

"O futebol é isto, é aproveitar os bons momentos, é apoiar a equipa e dignificar o futebol. A equipa está a jogar bem, vamos continuar a apoiar a equipa, e os adeptos foram fantásticos nesse sentido. Fizemos quatro golos, eventualmente, na parte final, criámos várias oportunidades em que podíamos crescer, e isso foi fundamental pelo apoio dos adeptos. Gosto disto, que haja esta relação entre adeptos e equipa, e que os adeptos apoiem a nossa equipa."

ENORME DISPONIBILIDADE DOS ATLETAS

"Estamos num processo de crescimento. Estamos a dar um passo, cinco jogos a crescer no futebol, jogadores cada vez mais a entenderem as nossas dinâmicas. Mais importante do que o percurso do Bruno Lage é o crescimento da equipa. Temos tido uma grande disponibilidade dos jogadores, sem treinar, estarem a passar muito tempo numa sala, dentro do campo, a andar, ou quase parados, para perceber melhor as nossas ideias. [Bolas paradas] Tudo tem sido trabalhado, acabei de dar os parabéns aos jogadores, porque têm sido muitas horas de vídeos, a tentar perceber o tipo de dinâmicas a fazer em campo. O que temos de fazer é continuar focados no nosso trabalho, recuperar e transportar tudo o que fizemos de bom nestes últimos cinco jogos para o jogo com o Nacional da Madeira. É importante chegarmos e vencermos mais três pontos, para juntar mais uma vitória a estas cinco que fizemos."

UTILIZAÇÃO DE DI MARÍA E TOMÁS ARAÚJO

"Sabia que o Di María ia estar supermotivado, ao jogar contra amigos que tem no outro lado, da seleção. Então, foi encontrar um espaço onde ele pudesse pôr ao serviço da equipa todo o seu potencial. Foi isso que eu pedi aos jogadores, a melhor versão de cada um, e tivemos uma versão de enorme qualidade do Di María. Sobre o Tomás [Araújo], a mesma situação, olhar para o jogo e perceber que, em função da estratégia, este é o onze inicial que me pode dar mais garantias de cumprir a estratégia que idealizámos."

PAVLIDIS ENTRE UM VASTO LOTE DE MARCADORES

"O mais importante é a equipa marcar golos. Penso que chegámos a este jogo com 10 jogadores a marcarem, hoje [quarta-feira, 2 de outubro] tivemos quatro marcadores. Pavlidis tem duas grandes oportunidades em que pode marcar. O importante é a união que temos na equipa. Entraram 11, fizeram o seu trabalho. A partir do momento em que sinto que temos de renovar a energia, ou mudar alguma coisa estrategicamente, foram outros jogadores a entrar para ajudar a equipa. Isso é que é o mais importante, olhar para o todo, e ficarmos satisfeitos e realizados com o que fizemos."

UMA POSTURA ATIVA NO BANCO

"Sempre fui assim, nunca me escondi de nada, se calhar vocês é que estão a olhar mais para mim. Estou a ser eu, a viver o jogo da mesma maneira, e é a melhor forma de irmos vivendo cada momento. Quando estou ali, o que gosto de ver? Gosto de ver isto, uma equipa com bola, agressiva, à procura de golos, a criar muitas oportunidades de golo. Isso é que me deixa entusiasmado, independentemente do sítio onde estiver. Quando estou na bancada, ou em casa a ver um jogo, também é isto que gosto de ver. É viver o jogo, a ver uma equipa e os jogadores a desfrutarem do jogo que eu gosto, de qualidade, de criar muitas oportunidades de golo e a marcar golos."

AS DIFERENÇAS NOS FESTEJOS

"Falando do primeiro jogo [da presente edição da Liga dos Campeões, contra o Estrela Vermelha]... passámos dois ou três dias, toda a gente a falar do ambiente [em Belgrado] e, especialmente na parte final, os nossos [adeptos] fizeram-se ouvir e foram importantes para a equipa, naquele momento, estabilizar e segurar o resultado e os três pontos, que foram importantes, e, depois, foi aquela manifestação. Disse para a câmara, mas agora posso-vos dizer aquilo que disse... Há quatro meses estava na bancada a ver um jogo de Champions League. Fui ver um jogo do João Félix, e, quando tocou o hino [da Champions], estava com os meus miúdos e prometi a mim mesmo – e partilhei isso com eles – que um dia voltaria a jogar na Champions League. Aquela vitória foi um pouco dedicada a eles, e essa minha promessa. A euforia [depois desta vitória, contra o Atlético de Madrid] está cá dentro. É continuar a fazer as coisas da maneira como estamos a fazer, e ter este crescimento que a equipa está a ter. Já disse aos jogadores que podem ter uma hora de euforia, a partir daí começamos a recuperar, e, amanhã [quinta-feira, 3 de outubro], já temos treino para preparar da melhor forma o jogo com o Nacional."