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02 novembro 2024, 09h00

Saviola

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REPORTAGEM

É sempre especial o momento em que reencontramos alguém que nos é querido e de quem guardamos boas memórias. Sobretudo quando passa algum tempo desde a última vez em que estivemos juntos. Javier Saviola, que vestiu o Manto Sagrado entre 2009/10 e 2011/12, voltou ao Estádio da Luz no dia do Benfica-Santa Clara da Taça da Liga, em 30 de outubro.

Recebido na Catedral, o antigo avançado, que representou também outros emblemas históricos, não esquece o Benfica, pelo que só podia responder de uma maneira a quem lhe perguntava como estava. "Feliz! Mais feliz não podia estar. É um dos grandes clubes em que estive. Estou em minha casa e com o carinho dos adeptos", revelou aos meios do Clube.

O amor que Saviola partilha com milhões pelo Glorioso não surpreende os Benfiquistas, que nunca tiveram outro clube, mas note-se que o astro argentino vestiu quase uma dezena de camisolas na carreira – River Plate, Barcelona, Mónaco, Sevilha, Real Madrid, Málaga, Olympiacos, Hellas Verona –, não lhe faltando "termos de comparação", e a camisola vermelha com a águia sobre o coração foi especial: "Foi o Clube que mais me surpreendeu em relação às pessoas, aos adeptos."

Ainda na garagem do Estádio da Luz, ao passar pelo autocarro, comentou: "Traz-me muitas recordações, porque viajávamos quase sempre de autocarro. Antes, viajava sempre de avião, mas, em Portugal, o único sítio a que íamos de avião era a Madeira. E temos muitas histórias no autocarro." E quantos segredos guarda um autocarro? "Tantos! Bons e maus, porque, quando ganhas, há um ambiente de festa no autocarro, e quando perdes, parece um velório."

E, no tempo de Saviola, quem fazia a festa quando se ganhava? "Bem, tínhamos vários. David Luiz era o mais 'louco' de todos. Tínhamos muito carinho por ele, porque é um tipo de jogador importante para as equipas. Quando a coisa está mal, tenta sempre encontrar uma forma anímica para levantar a equipa", relembrou Javier, confidenciando um dos segredos do autocarro.

Chegado ao Benfica em 2009/10, oriundo do Real Madrid, habituado a balneários recheados de estrelas, ficou radiante com o que encontrou em Lisboa: "Uma superequipa! Recordo-a com muito carinho e com muita felicidade. Primeiro pela equipa que tínhamos, por voltar a jogar com Aimar. Com Pablito sempre foi algo muito especial. E todos os jogadores que tínhamos, Cardozo, Javi García, David Luiz, Luisão, Fábio Coentrão, uma superequipa!"

A relação com o compatriota que reencontrou na Luz vinha de tenra idade, Saviola e Aimar quase jogavam de olhos fechados. "Sim, de memória, são esses jogadores que aparecem uma ou duas vezes na vida, ou às vezes nenhuma, é verdade. Nós sabíamos que, desde a época do River na Argentina, tínhamos de nos voltar a encontrar. E o Benfica foi o melhor sítio para nos encontrarmos", realçou.

Saviola

O CARINHO DOS BENFIQUISTAS

Reconhecido por adeptos à entrada do Estádio, correspondeu às sempre requisitadas selfies. E ao passar pela sala de Imprensa, foi a relação com os jornalistas que foi recordada. A Imprensa intimidava? "Não, não, não, nunca. Sempre fui muito hábil com isso. Sempre, mesmo, incluindo quando passei pelo Barcelona e pelo Real Madrid, que também é sempre complicado. Toda a gente me perguntava: Como é que fazes para sair sempre bem?", relembrou.

Quando subiu ao relvado, para uma interação com a BTV durante o aquecimento do Benfica-Santa Clara, foi saudado pelos adeptos. "Sinto muita felicidade. Como eu digo sempre: foi a minha casa durante muito tempo, tenho sempre o Benfica no meu coração, as pessoas sabem disso", afirmou aos microfones da estação televisiva do Clube.

Ao subir para a tribuna, encontrou Valdo, trocando galhardetes a propósito da boa forma física de ambos. "Estás bem! Vais jogar?", atirou o brasileiro. "Tu também!", riu-se o argentino. "Está lindo para jogar agora" – referindo-se ao espetáculo de luzes que não havia no seu tempo – "Era bom! Prazer em ver-te."

Depois viu Shéu, que, de costas, não se apercebeu da aproximação de Saviola. Quando o argentino lhe tocou no braço, o surpreendido voltou-se e mal podia crer no que os seus olhos viam, exprimindo uma sentida manifestação de saudade. "Pensei que já não me conhecia", brincou o saudoso visitante. Shéu abraçou-o e constatou a boa forma que já tinha sido notada por Valdo: "Oh, você ainda pode jogar!" O mais novo devolveu o elogio: "O senhor está sempre bem!"

Saviola

"Sinto muita felicidade. Como eu digo sempre: foi a minha casa durante muito tempo, tenho sempre o Benfica no meu coração, as pessoas sabem disso"

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Shéu estava encantado com a visita. "Fantástico, não há palavras para descrever!" "Vivemos momentos muito bons", recordou El Conejo. A glória benfiquista levantou o dedo como se quisesse pedir permissão para dizer algo que não esqueceu: "E, todavia, quando havia um canto, quem cabeceava eras tu, que estavas ali e resolvias!" "O mais pequeno!", ajuntou Saviola entre risos.

Daí, subiu à tribuna presidencial, começando por reencontrar Toni e Humberto Coelho. O primeiro gracejou, em castelhano e tudo: "Estás maior!" "Mais alto, como as crianças!", riu Saviola. Também o Presidente Rui Costa teve aí oportunidade de abraçar o ilustre visitante e de conversar um pouco com ele.

Já no lugar em que haveria de assistir ao jogo, tempo ainda para mais reencontros, com Paulo Madeira e com Nuno Gomes, não perdendo a oportunidade de gravar no seu telemóvel o espetáculo de luzes que antecede o apito inicial.

Texto: Redação
Fotos: SL Benfica
Última atualização: 5 de novembro de 2024

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