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Clube
10 dezembro 2024, 10h20
O interior do carro de exteriores utilizado na transmissão dos jogos do Benfica no Estádio da Luz para o Campeonato Nacional
Muitos episódios podem ser contados, narrados ou exibidos dentro e fora do pequeno ecrã sobre o percurso da televisão do Clube.
Acompanhar o Benfica, os seus valores, as suas equipas, os seus feitos, promovendo atletas, treinadores, modalidades e acontecimentos, tem sido o móbil de um percurso sem fim, que se tem consolidado permanentemente.
É precisamente neste ato singelo de alimentar uma paixão diária dos adeptos pelo seu Benfica que a BTV tem evoluído, apresentando uma vasta cobertura informativa e mediática dos protagonistas dos valores do Clube, os quais assumem transcendente importância nos atos performativos que disputam dentro de cada uma das linhas dos jogos que efetuam. Seja em que modalidade for.
O futebol é rei. No Benfica também o é. Na BTV é uma força motriz, e, em cada jogo em que a sua equipa principal de futebol entra em campo, é-lhe dedicada uma vasta, rigorosa e exaustiva cobertura, em particular no Estádio da Luz, nos duelos para a maior competição interna: o Campeonato Nacional. Os direitos de transmissão dos 17 desafios do Glorioso na prova pertencem-lhe orgulhosamente.
Perceber como o faz, como leva os jogos aos mais de 200 mil assinantes do canal premium – amplificados pela dimensão mundial de um clube lendário –, o que cada operação envolve, foi o que nos propusemos constatar em 7 de dezembro, por ocasião da receção ao Vitória SC, em jogo referente à 13.ª jornada da Liga Betclic, acompanhando o puzzle de múltiplas peças técnicas e humanas que se encaixam na procura de uma simbiose para que nada falte na missão de respeitar a regra de ouro do canal, como nos deu conta o diretor Ricardo Palacin: "Transmitir exatamente o que acontece."
OS PLANOS: EDITORIAL E TÉCNICO
É com esse propósito que a cobertura de cada jogo é planificada antecipadamente, no mínimo com uma semana de antecedência, envolvendo dois planos distintos, vincados pelas vicissitudes que estão associadas a cada um deles: o editorial e o técnico.
Com uma equipa de profissionais ligeiramente acima das 80 pessoas – o projeto arrancou em 2008 com 76 –, os dias de jogos da equipa principal de futebol são acompanhados por perto de 50 elementos, que se dividem por dois turnos, de modo a assegurar a cobertura do período horário entre as 7h30/8h00 e as 00h00/00h30, no qual as modalidades (transmissões de jogos ou noticiários) e outros acontecimentos da vida do Clube são contemplados em termos de acompanhamento informativo.
A componente editorial conduz a uma elevada mobilização, planificada com a distribuição de funções a desempenhar no decurso da operação de jogo. O início da emissão especial pré-jogo (sensivelmente a duas horas do arranque do desafio), a apresentação, a coordenação, os convidados em estúdio, quem ocupa os pontos de reportagem e quais (bancada de Imprensa, tribuna presidencial, pontos no relvado ou fora do estádio junto aos adeptos) são aspetos contemplados minuciosamente. A narração do chefe de redação Hélder Conduto (foto acima) e a presença do icónico Rui Águas como comentador têm sido certezas e garante de desejada qualidade na época 2024/25, complementadas pela reportagem dos jornalistas destacados para o relvado do Estádio da Luz.
Depois do jogo, também há que acautelar as posições para o superflash, o flash interview e a sala de Imprensa, onde os protagonistas do encontro terão voz. No estúdio, no pós-jogo, a apresentação e os convidados também são determinados, estes respeitando critérios de escolha como o conhecimento do Clube e do fenómeno futebolístico, em geral e em particular.
"Temos de estar em simbiose para funcionar tudo em equipa", atirou Hélder Conduto, reforçando que o "plano editorial muitas vezes tem de se adaptar às condições técnicas disponíveis", uma vez que os recursos são limitados. Esse é o patamar de intervenção direta de Gonçalo Pina, head of production, que atua diretamente no carro de exteriores, propriedade da empresa de produção audiovisual contratada para o efeito, que fica localizado junto ao Estádio da Luz, onde se encontra o realizador – habitualmente, nos últimos oito anos, tem sido Tiago Brochado – e uma parte dos elementos responsáveis pela produção do desafio.
Entre 16 e 20 câmaras, solicitadas em função da importância do jogo, asseguram a recolha das imagens – as de goal-line estão fixas –, e os profissionais que as operam frequentemente desempenham mais do que uma posição durante as seis a sete horas de cobertura do evento.
O realizador e os operadores de câmara, entre outros elementos – que no total podem ascender a um pouco mais de 50 profissionais –, fazem um briefing prévio para que nada falhe. Aí são abordados aspetos que minimizem o impacto do fator imprevisto e acertam-se detalhes sobre a cobertura a efetuar. "São equipas que trabalham com o Benfica, com os outros canais em Portugal, e estão muito rodadas", sublinhou Gonçalo Pina. "Trabalhamos com Media Pro, EMAV e GMTS e procuramos um equilíbrio", reforçou. O Benfica ausculta o mercado assim que termina a temporada anterior, avalia as propostas financeiras, e a partir daí a escolha do parceiro é efetuada mediante o equilíbrio financeiro e de qualidade. Os carros de exteriores – muitas vezes, chegam ao local de véspera ou na manhã do próprio jogo, permanecendo, frequentemente, no mesmo espaço para servir outras entidades que tenham os direitos do desafio seguinte, como, por exemplo, a UEFA, em caso de compromissos a meio da semana para as competições europeias – têm de estar preparados, no mínimo, para transmissões em HD. "Já estamos a fazer testes em 4K. Se calhar, na próxima época vamos tentar apresentar isso", revelou o head of production.
As premissas no decurso da transmissão, acompanhada pelo diretor da BTV, Ricardo Palacin – geralmente no carro de exteriores –, são claras. Mostrar um futebol positivo é algo intrínseco à BTV.
PREPARAR, NARRAR E VIVER
A preparação de uma emissão em direto de acompanhamento um jogo da equipa principal de futebol do Benfica pressupõe dedicação e, sobretudo, método. Tal está implícito a quem tem de planear, como é o caso de Hélder Conduto, seja como chefe de redação ou enquanto narrador do desafio em causa. A coordenação, essa fica a cargo de um jornalista previamente designado que orienta, gere e define as tarefas no decurso da emissão, em contacto permanente com a régie, os profissionais da continuidade, os pontos de reportagem e os elementos presentes no carro de exteriores, onde se encontra o realizador e a sua equipa.
"O trabalho do jogo envolve, acima de tudo, o planeamento não apenas da emissão, mas do trabalho em si, da tarefa, a pesquisa sobre as duas equipas, sobre o árbitro, sobre tudo o que envolve o jogo, conhecer o melhor possível o momento de cada equipa e dos jogadores das duas equipas, não só do Benfica. E isso significa um trabalho muito importante que se faz previamente, para, quando chegamos ao momento, estarmos preparados para qualquer situação que aconteça no jogo e termos a resposta imediata. Porque o nosso objetivo é sempre o mesmo: é informar o melhor possível e, no melhor timing possível, ter a melhor informação, porque quando estamos em direto não há tempo para estar a pesquisar, não há tempo para estar a consultar, portanto, temos de ter a informação previamente recolhida ou pelo menos na cabeça para a divulgar", afiançou. São horas, mais de sete, garante-nos, que passa e em torno do que urge transmitir com rigor.
A paixão sobrepõe-se parcialmente à necessidade constante de juntar peças, pessoas, vontades, apenas no momento de narrar, durante os 90 minutos. "O meu papel é mais informar durante o jogo e transmitir as emoções, nós não podemos deixar de transmitir as emoções quando falamos de futebol. E nós fazemo-lo pelas imagens ou pelos sons. No meu ponto de vista, o narrador tem de estar preparado para informar, para esclarecer. Se há uma situação no jogo, e a pessoa que está em casa tem dúvidas... antes de a pessoa consultar o telemóvel ou ir à Internet, para perceber o que se passa com aquele jogador ou com alguma dúvida que surja durante o jogo, o nosso papel é esclarecer e transmitir isso, poupar esse trabalho à pessoa", acrescentou.
Ao lado do narrador, na presente época 2024/25, tem estado um comentador com um passado icónico na história do Benfica. Rui Águas (foto acima), antigo goleador do Clube, treinador e estudioso do futebol, filho do mítico José Águas, apresenta-se num papel de que "gosta" e que exige "empenho". Assume sem rodeios uma "preparação" própria de uma pessoa "organizada e preocupada em que as coisas corram bem".
"Uma pessoa tem de estar muito concentrada, procurar observar e ter as intervenções sem que as mesmas sejam exageradas. Não falar demasiado, que é coisa de que gosto como espectador. Tem de haver um espaço de intervalo para que as pessoas consigam ver o jogo sem ouvirem nada. Empenho-me muito, gosto de fazer as coisas bem, procuro ser justo, embora num contexto de clube. Às vezes não é tão fácil o equilíbrio, mas é algo que cuido bastante e de que gosto", disse. Acrescentar a "análise e o conhecimento do jogo" é o que a BTV tem procurado no comentário, sempre com a preocupação de "chamar antigos jogadores do Benfica", como destacou Hélder Conduto.
A POLIVALÊNCIA E O FUTURO
Cada dia ou emissão são desafios constantes à flexibilidade e à polivalência dos profissionais da BTV, canal que tem assumido um papel formador dos seus elementos. A multifuncionalidade é parte da capacidade de colocar a si mesmo uma série de "desafios constantes".
Mas o que podemos esperar no futuro de um canal que surgiu com o pressuposto de tornar a voz do Benfica mais constante, mais ouvida, de levar o Clube cada vez mais para perto dos seus adeptos? Que passou a dar espaço mediático e de promoção a modalidades esquecidas pela corrente mediática? Que colocou o desporto no feminino no mapa das transmissões televisivas? Que se desmultiplicou em dois canais com exibição em exclusivo de jogos de Brasileirão, liga grega, Premier League, Serie A, Ligue 1 ou UFC? E que detém os jogos da equipa principal de futebol do Benfica para o Campeonato Nacional que sejam realizados no Estádio da Luz? Sem esquecer que ultrapassou a pandemia de COVID-19 com emissões diárias de noticiário efetuadas totalmente em período de confinamento, em casa...
O mercado do audiovisual está em constante mutação, e as federações nacionais cada vez mais reclamam a si os direitos de transmissão de jogos que outrora eram visualizados somente na BTV. O diretor Ricardo Palacin (foto acima) deixa a garantia de um futuro "quase ilimitado". "Será sempre o futuro que o Sport Lisboa Benfica quiser para o seu canal. Se, de hoje para amanhã, o Sport Lisboa Benfica considerar que é oportuno fazer um segundo canal novamente, se considerar que podemos ser nós a transmitir mais jogos das competições nacionais, vamos a concurso e vamos tentar ganhar. Não é isso que está em avaliação, mas o que eu quero dizer é que o nosso futuro é um futuro quase ilimitado. Estes 16 anos colocam a BTV no patamar de ir para onde quiser, o que não é fácil. Nós estaremos, como até aqui temos estado, sempre à altura dos desafios que nos forem colocados. Se o canal mudar, se os interesses e a vontade do Sport Lisboa Benfica forem diferentes, nós vamos conseguir dar resposta, seguramente", concluiu.