Formar talentos na Costa do Marfim

REPORTAGEM

Em mais um sinal da expansão da marca Benfica a nível internacional, foi concluída a etapa final de seleção de jovens jogadores para futura integração no Benfica Campus Costa do Marfim, projeto que resulta da colaboração entre SL Benfica, o Governo da Costa do Marfim e a Sportify Capital.

De 10 a 12 de dezembro, no Complexo Desportivo do Instituto Nacional da Juventude e Desportos, em Abidjan, que será também a "casa" do futuro Benfica Campus Costa do Marfim, prestaram provas 192 jovens nascidos entre 2002 e 2014.

No final, foram selecionados 132 atletas, que, a partir do próximo ano, vão integrar o Benfica Campus Costa do Marfim a título permanente, nas diversas faixas etárias. O arranque dos treinos está previsto já para janeiro.

"A nível internacional, o SL Benfica, através da sua Direção, e nomeadamente através da Benfica Internacional, está a criar uma constelação de academias. E estamos à procura, claramente, do enfoque no talento. É nisso que estamos centrados e focados, em coordenação com o nosso departamento de formação, que temos estado a perspetivar países que, estrategicamente, sejam importantes para o SL Benfica", explica Miguel Reis, coordenador global Expansão Internacional do Clube.

Carlos Costa, Fábio Alfredo e Ricardo Costa são os treinadores do Benfica alocados ao projeto, sob a coordenação de Pedro Alegria, que conduziu todo o processo de captação e que continuará no terreno para liderar e garantir a implementação da metodologia benfiquista no Benfica Campus Costa do Marfim.

Como nos refere, nesta reportagem, os desafios foram muitos, desde a logística, aos jogadores e aos "problemas" existentes em África.

"Tivemos uma ajuda brutal do nosso parceiro local, que foi determinante para que pudéssemos ter o sucesso que acabámos por ter", avalia o coordenador técnico do Benfica Campus Costa do Marfim.

Em finais de setembro, teve início um processo de captação com 31 ações em 31 locais do país. Durante mais de dois meses, a equipa de técnicos do Benfica percorreu todo o território costa marfinense e foram observados cerca de 20 mil jovens de um total de cerca de 30 mil inscritos.

"Para nós, Benfica, foi importante irmos até essas crianças, encontrarmos essas crianças e dar-lhes a oportunidade de viver o sonho e de poder integrar a Academia do Benfica Campus. Foi uma operação muito extensa, com perto de 20 mil atletas a serem observados, mas era de extrema importância e vitalidade para o projeto", revela Davide Gomes, coordenador técnico Projetos Internacionais.

Pedro Alegria completa: "Nós sentimos que havia crianças, muitas vezes, que não vinham fazer as captações, mais na zona do interior, porque tinham que decidir entre arranjar dinheiro para o transporte, ou arranjar dinheiro para comer."

Percorridos mais de 5 mil quilómetros durante este período por toda a nação, nesta derradeira etapa, o Benfica fez-se representar por elementos da estrutura central do Clube e marcaram ainda presença Lancine Diamondé, CEO Sportify Capital Benfica Campus Costa do Marfim, Touré Nambo, Inspetor de Desporto, em representação do Ministro do Desporto, e Habib Sanogo, Diretor Geral do Instituto Nacional da Juventude e Desporto. Uma forte presença institucional local, reveladora da importância e impacto que este projeto deixa antecipar no desenvolvimento do futebol local.

Finalizada a seleção, o arranque dos treinos está previsto já para janeiro de 2025. "Aquilo que nós temos agora é que pegar nos selecionados que vão ficar em regime de internato na Academia Benfica Campus Costa do Marfim Abidjan. Temos as equipas formadas, vamos começar a trabalhar todos os dias com estes atletas, começar a desenvolvê-los e a formá-los, ensinar-lhes aquilo que é a nossa metodologia com a expectativa daquilo que é o nosso objetivo do futebol de formação, que é desenvolver e encontrar atletas que possam vir a integrar um dia a equipa A do SL Benfica", afirma Davide Gomes.

Para Pedro Alegria, "foi uma boa surpresa." "De início, estava programado que fosse para jovens dos 14 aos 20 anos, mas tivemos crianças de 10 anos a quererem participar. Tivemos muita gente com mais de 20 anos a querer participar, porque todos iam ao encontro daquilo que era o seu sonho, poder um dia representar o SL Benfica. O aporte que é o conhecimento da marca Benfica, da metodologia Benfica era reconhecido por todos", resume, com exemplos dos jogadores selecionados.

"Fazíamos alguns jogos entre eles e alguns treinos. Com todo esse conhecimento que nós trazemos, sentíamos que eles ficavam verdadeiramente entusiasmados", garante.

Para Miguel Reis, sobressai o orgulho de "contribuir para o legado do SL Benfica, não só em Portugal como no mundo."

"Digo Portugal, porque iremos trazer, claramente, dentro do âmbito que é a nossa missão, atletas para a primeira equipa do Benfica, porque que é essa a missão da formação toda do Benfica. É um sentimento de legado, porque o Benfica expande-se da melhor forma que sabe, que é criar talento e acho que é essa a marca que vamos deixar no mundo inteiro."