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Futebol
20 janeiro 2025, 16h38
Bruno Lage
Um "Benfica a pensar no Benfica" é uma das ideias-chave que os encarnados pretendem implementar no duelo com o emblema blaugrana, como enalteceu Bruno Lage nas entrevistas concedidas antes da conferência de Imprensa de antevisão do encontro, no Benfica Campus.
Confirmando a disponibilidade física de Di María, o treinador entende que a melhor forma de travar o rival é "ter a posse de bola", pois a ambição de "igualar forças" está presente. "É importante nós percebermos o que temos de fazer com bola, e ter a capacidade e a ambição de o fazer, quando tivermos bola, de criar problemas ao adversário", salientou, deixando a garantia: "Sinto que preparámos bem o jogo, agora é moralizar os jogadores, sentir o apoio dos adeptos, e estamos preparados para fazer 90 minutos muito bons."
Tendo em conta que o Benfica vai ter pela frente uma equipa que é a mais concretizadora em termos golos na Liga dos Campeões, como é que o Benfica pode parar esta máquina de marcar golos sem perder a própria identidade?
Antes de responder à sua pergunta, vou fazer aqui uma consideração relativamente à conferência do Leandro [Barreiro], porque realmente foi muito boa. Há aqui dois ou três apontamentos que, ditos por um jogador, é bom de ouvir e que deviam até ser quase uma preleção para muitos miúdos que um dia querem ser jogadores. Em particular, a resposta que ele deu à pergunta da CMTV. E isto é um soldado, e isto é um soldado que todos os treinadores querem ter numa equipa. Fica, uma vez mais, o elogio. Dentro de campo está a corresponder, e fora de campo fez uma intervenção muito boa. Sobre o jogo... Tenho a certeza de que há dois aspetos que são fundamentais. O primeiro é nós olharmos para nós próprios, o que podemos fazer perante o nosso adversário, como jogar, perceber muito bem o momento com bola e o que fazer quando tivermos a bola no nosso meio-campo defensivo, perceber muito bem quando temos a bola no meio-campo ofensivo, e como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida. Depois, o outro ponto, também muito determinante, é o apoio que nós temos sentido em casa, o apoio dos nossos adeptos em jogos da Liga dos Campeões é sempre especial, por isso, é importante olharmos para nós próprios, enquanto equipa, e o apoio dos adeptos, que tem sido muito importante em noites europeias.
"É nós olharmos para nós próprios, o que podemos fazer perante o nosso adversário, como jogar, perceber muito bem o momento com bola e o que fazer quando tivermos a bola no nosso meio-campo defensivo, perceber muito bem quando temos a bola no meio-campo ofensivo, e como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida"
Bruno Lage
Pegando na sua expressão: o soldado Di María está pronto para o jogo de amanhã [terça-feira]? Está em condições de jogar os 90 minutos?
Ainda temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas, como vocês [jornalistas] tiveram a oportunidade de ver. Ele é um jogador experiente, amanhã [terça-feira] vou falar com ele para perceber o estado dele. Ele está pronto. Vai estar tão pronto como esteve para jogar com o Atlético de Madrid, com o FC Porto. Enfim, na final [da Taça da Liga] com o Sporting. Ele gosta de jogar estes jogos, mas nós temos de perceber aquilo que é o melhor para a equipa e para o momento atual do jogador.
Imagino que tenha boas dores de cabeça para este jogo, pelo regresso de Di María, e por Schjelderup, que tem estado em grande forma. A estes dois nomes, junta-se Aktürkoğlu. Será amanhã [terça-feira] que poderemos ver a dupla Schjelderup e Di María, ou o Benfica irá beneficiar mais da dupla Aktürkoğlu e Di María?
Dos sete [incluindo ainda Rollheiser, Prestianni e João Rego...] vão sair dois para jogar. Já vimos o Di María e o Schjelderup. Tudo pode acontecer. Agora, o que é importante? É aquilo que o Barreiro acabou de dizer. Independentemente do estatuto, da idade, é eles estarem prontos para jogar, e eu, enquanto treinador, ter a capacidade de olhar para o momento de cada um e para a estratégia e perceber qual o melhor onze. Estão todos preparados para jogar, incluindo o [João] Rego. Todos os jovens estão preparados, todos os mais velhos estão preparados. O desafio nesta casa é de preparar pessoas, e preparar pessoas não é apenas colocar lá dentro. Preparar pessoas – vou aproveitar a sua pergunta, você já fez duas perguntas interessantes, uma para o Leandro [Barreiro] e espero aproveitar a sua pergunta para uma vez mais afirmar isto... O desafio é nós "provocarmos" o jogador. Olhar para o jogador e perceber como é que eu vou perspetivar a evolução de cada um deles. Recentemente, falei eu e falou também o selecionador do Andreas [Schjelderup], e ele apontou duas ou três coisas que ele tem de melhorar. Por isso, há talento em qualquer jogador que nós temos no Benfica, porque todos eles têm qualidade. Há um plano para cada um deles para evoluir. Há uma forma de jogar que toda a gente tem de entender. E depois tem de haver a capacidade de eles trabalharem, de receberem confiança da nossa parte, tudo aquilo que ele disse na sua pergunta para eu não estar a repetir, e corresponder. Quando for dada uma oportunidade, corresponder. Hoje tivemos no treino 26 jogadores, todos eles de enorme qualidade. A partir do momento em que têm uma oportunidade, têm de corresponder.
"O que temos de fazer é olhar para o jogo, jogar bem, criar as nossas oportunidades de golo, vencer o jogo, lutar por isso"
Na sua cabeça, o objetivo ainda é o apuramento direto, já que está a três pontos desses lugares? Ainda faz contas a esse apuramento direto?
O nosso objetivo tem de ser, primeiro, olhar para o jogo e tentar vencer o jogo. Foi dessa maneira que nós nos preparámos. O segundo é olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que eventualmente 15 pontos podem chegar para o apuramento direto. Nós ainda estamos com a possibilidade de conquistar esses 15 pontos, mas o que temos de fazer é o foco no jogo de amanhã [terça-feira], jogar bem, criar as nossas oportunidades de golo, vencer o jogo, lutar por isso e depois veremos se conseguimos chegar a essa meta.
Perante aquilo que o Barcelona está a fazer, com uma linha defensiva muito subida, pondera do ponto de vista estratégico mudar alguma coisa para aproveitar essa mesma linha defensiva, como também para travar a posse que o adversário gosta de ter?
Estrategicamente nós temos de mudar, porque são jogos diferentes. Aquilo que nós não podemos mudar é aquilo que temos vindo a construir, que é a nossa forma de jogar, a nossa forma de defender, e a nossa forma de atacar. E depois, estrategicamente, é perceber três coisas muito importantes. Principalmente em termos ofensivos, como jogar com bola no nosso meio-campo, quando tivermos a bola no nosso meio-campo. Como jogar quando estivermos com a bola no meio-campo ofensivo. E, fundamental, perceber como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida; como nós podemos criar problemas e criar as nossas oportunidades. Foi isso que fizemos hoje. Preparámos a equipa nesse sentido, sentimos os jogadores muito confortáveis na nossa ideia. Por isso, amanhã [terça-feira] é ali, na hora do jogo, que nós temos de colocar a qualidade individual, a nossa dinâmica de jogo e também o lado estratégico.
"Vai ser um jogo muito interessante, e é para isto que vivemos, para estas grandes noites. O que queremos é contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós próprios e esperar um apoio fantástico dos nossos adeptos"
É um clássico europeu devido ao peso transcendente do Benfica e do Barcelona. Como é para o treinador Bruno Lage enfrentar pela primeira vez o Barcelona?
Eu acho que são estes jogos que nós queremos jogar. Você [jornalista] não estava cá, mas eu já disse isto duas ou três vezes. Vou dizer, porque a pergunta é para si. Há uns meses, eu vi os meus filhos a ver o João Félix a jogar um Barcelona-Paris Saint-Germain. Estava na bancada e hoje vou estar a jogar contra o Barcelona. Aquilo que sinto é que também eu tenho a felicidade de estar num grande clube. Do outro lado, o Barcelona também vai olhar para o Benfica e vai achar o desafio muito interessante, porque o Benfica é um grande clube, como você falou, é um clássico europeu. Vai ser um jogo muito interessante, e é para isto que vivemos, para estas grandes noites. O que queremos é amanhã [terça-feira] contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós próprios e esperar um apoio fantástico dos nossos adeptos.
Depois de muitos anos em que não teve bons resultados na Europa, neste ano [2024/25], pela forma como está a jogar, pensa que o Barcelona é um candidato a voltar a ganhar a Liga dos Campeões?
Claro que sim, pelo que estão a fazer atualmente e pelo histórico. É uma equipa com enorme qualidade, quer em termos individuais, com jogadores fantásticos, assim como nós, e depois em termos coletivos... é um misto daquilo que é a cultura do Barcelona, do ADN do Barcelona, uma equipa que gosta de ter posse, mas também já se nota, e muito, o cunho do treinador – um jogo também mais vertical, mais forte na pressão, mais forte nas transições ofensivas, a explorar muito os corredores laterais, e a capacidade dos jogadores que jogam nas alas no um contra um. Por isso, é um adversário muito competente e nós temos de encarar este desafio com enorme ambição.
"É o que eu quero dos meus jogadores, estarem sempre prontos e disponíveis para jogar, sentirem sempre uma confiança muito grande, e essa confiança de treinador para jogador e de jogador para treinador vem daquilo que eles vão mostrando a cada momento, quer nos jogos, quer nos treinos, nas oportunidades que vão tendo"
Certamente não irá confirmar a chegada de Manu, mas gostava de perguntar-lhe sobre as opções que tem para a posição 6 no plantel, neste caso Florentino Luís, vai rodando também por vezes Kökcü, por exemplo, contra o Sporting, jogou nessa posição. Tem confiança nas opções que tem neste momento? E, ao mesmo tempo, recordando que Florentino, na sua primeira passagem, acabou por perder o lugar em janeiro para Julian Weigl.
Eu tenho uma enorme confiança nos nossos jogadores. Não vou comentar nenhuma situação de mercado. Eu acho que é importante as pessoas perceberem que aquilo que eu quero não são titulares nem suplentes. É isto que acabou [de dizer] o Leandro [Barreiro]. A resposta que ele deu à pergunta da CMTV é muito boa. Os jogadores têm de estar prontos para jogar. Você teve o cuidado de perceber que o Tino [Florentino] perdeu o espaço em janeiro. E diga-me, ele jogou em outubro, novembro e dezembro? Mas ele esteve lesionado, esteve muito tempo lesionado. Ele lesiona-se à 3.ª ou à 4.ª quarta jornada em Braga e teve um problema no joelho. Mas o que eu quero é isto: os jogadores têm de estar sempre prontos para jogar de três em três dias. Neste ano, o Tino [Florentino] tem jogado, não tem jogado. É outro soldado. Está sempre pronto para jogar. É isso que eu quero dos meus jogadores, estarem sempre prontos e disponíveis para jogar, sentirem sempre uma confiança muito grande, e essa confiança de treinador para jogador e de jogador para treinador vem daquilo que eles vão mostrando a cada momento, quer nos jogos, quer nos treinos, nas oportunidades que vão tendo.
Desde o início da temporada, já 12 clubes do Campeonato português mudaram de treinadores, incluindo o Benfica. O último foi ontem [domingo, 19 de janeiro], o FC Porto, com o despedimento de Vítor Bruno. Enquanto treinador, como é que lida com esta conjuntura do futebol português? O próprio Bruno também já foi algo contestado. É difícil manter a confiança enquanto treinador, olhando para estes números?
Eu acho que não. Olhe, primeiro é lamentar a saída de um treinador. É sempre de lamentar, mas a nossa confiança tem de ser sempre nossa. Temos de olhar para aquilo que controlamos e ter coragem de fazer as coisas da forma como pensamos. Porque se assim fosse, por exemplo, o Leandro [Barreiro] nunca tinha jogado com o Florentino. Nós é que estamos a trabalhar com os jogadores, nós é que vamos vendo o filme diário dos treinos, dos jogadores, perceber aquilo que eles vão fazendo no momento ofensivo, no momento defensivo, perceber muito bem aquilo que controlamos, acreditar muito nas nossas ideias, na nossa forma de trabalhar, e depois passar sempre uma energia muito positiva para os nossos jogadores. E, para nós, é isso mesmo, sabendo que quando estamos num bom momento temos de o prolongar, e sabendo também que quando estamos num momento menos bom nós temos de fazer o clique. Há 15 dias, nós saímos do Estádio da Luz com uma derrota perante o Sporting de Braga, 15 dias depois o capitão de equipa estava a mostrar o troféu da Taça da Liga. Por isso, é nós a cada momento, também nós a cada momento – e o nosso momento é cada vez mais curto, é de três em três dias –, darmos sempre uma boa resposta, e a grandeza do Benfica assim exige, a responsabilidade de ser treinador assim exige. Para as pessoas olharem para nós e sentirem: temos ali um treinador que consegue resolver problemas, tem um plano, tem um caminho a fazer e faz-nos acreditar que podemos conquistar títulos.