Futebol

03 fevereiro 2025, 01h51

Estrela da Amadora-Benfica

Bruno Lage

PÓS-JOGO

Bruno Lage considerou que a vitória (2-3) do Benfica frente ao Estrela da Amadora, neste domingo, 2 de fevereiro, referente à 20.ª jornada da Liga Betclic, "foi mais do que merecida", lembrando que, no embate disputado no Estádio José Gomes, as águias mereciam mais do que o triunfo pela "margem mínima".

Na entrevista rápida, à Sport TV, o treinador do Benfica lembrou a "1.ª parte de enorme qualidade" e que poderia ter terminado com uma vantagem mais dilatada. Depois, na etapa complementar, após as águias sofrerem o 2-3, viveram-se momentos de algum equilíbrio "durante uns 10/15 minutos", mas o coletivo teve a capacidade para "voltar a crescer". "Olhamos para o jogo, e é uma vitória mais do que merecida, apenas pela margem mínima, infelizmente. Mas o que conta é a vitória, a exibição, a entrada e os três pontos", realçou.

Bruno Lage deixou igualmente elogios à forma como Manu – estreou-se a titular pelo Benfica – se apresentou no José Gomes. "O Tino [Florentino] fez um jogo fantástico com a Juventus e, hoje [domingo], o Manu fez um jogo muito bom na estreia [a titular]. Parecia que já jogava connosco há imenso tempo, e isso revela o trabalho que temos vindo a fazer. Agora, perceber onde podemos crescer em termos de equipa. Eu gosto sempre de ter dois jogadores com enorme qualidade nas diversas posições. São dois jogadores distintos, e ficamos muito felizes. Fiquei muito feliz por ver um menino [Florentino] que lancei há cinco anos fazer um jogo brilhante contra a Juventus, e, da mesma forma, vi o Manu fazer uma grande exibição na sua estreia", disse, antes de abordar outros temas na conferência de Imprensa.

Estrela da Amadora-Benfica

UMA VITÓRIA JUSTA

"Tivemos uma boa entrada no jogo. Infelizmente, sofremos o primeiro golo numa carambola, marcámos o terceiro golo e terminámos a 1.ª parte com uma oportunidade fantástica do Aktür [Aktürkoğlu], em que podíamos ter feito o 1-4. Por isso, uma 1.ª parte muito boa da nossa parte, que era aquilo que exigia. Entrámos na 2.ª parte com a infelicidade de sofrer aquele golo, um pouco, também, traídos pelo vento. A bola fica curta, e sofremos o golo. Depois, com as alterações, fomos novamente crescendo no jogo e terminámos da melhor maneira. Falhámos um penálti, há uma ou outra situação de golo... Lembro-me de uma do Fredrik [Aursnes], o guarda-redes acho que defende com a cabeça, um bom apontamento também do Arthur [Cabral], de calcanhar. Acaba por ser uma vitória justa, pena que pela margem mínima, mas aquilo que era importante era vencer. A equipa venceu, e venceu os três pontos."

Estrela da Amadora-Benfica

PONTO DE ORDEM

"Antes de responder à sua pergunta [O Benfica esteve duas vezes com vantagem de dois golos e não a conseguiu manter. O que faltou à equipa?], e até para haver também um pouco de transparência na nossa relação aqui na sala [de Imprensa], olhando um pouco para trás para aquilo que foi a última semana, depois de todas as conferências da semana passada – onde estive sempre à vossa disposição para responder sobre todos os assuntos, até inclusive fizemos uma conferência extraordinária para falar sobre os assuntos –, a minha intenção é não vos faltar ao respeito e não deixar nenhuma pergunta por responder. Contudo, aqueles assuntos da semana passada não tenho intenção de voltar a aprofundar. Para mim é passado, está fechado, é seguir em frente. O vosso trabalho [dos jornalistas] é fazer perguntas, eu entendo perfeitamente, mas eu também tenho o direito de responder àquilo que gosto, e aquilo que me dá prazer estar aqui a falar convosco – e terei todo o tempo do mundo para falar convosco – é sobre futebol. Outros assuntos não tenho nenhum prazer, no entanto, vocês são livres de fazer todas as vossas questões, e aqui estou eu para responder de acordo com aquilo que eu me sinto à vontade. Umas mais curtas, outras mais prolongadas, mas garantidamente não é a minha intenção deixar ninguém sem resposta. Sobre a pergunta... Acho que o golo da 1.ª parte, da forma como surge, é uma carambola, na primeira vez que há um remate à nossa baliza, bate no Nico [Otamendi], e a bola entra. Uma 1.ª parte fantástica, podíamos ter terminado com 1-4. Uma saída em que a bola ficou curta, pelo vento, que fica ali à mercê do avançado do Estrela da Amadora e que volta a colocar o Estrela [da Amadora] no jogo. Enfim, são golos que sofremos, não devíamos ter sofrido, mas por aquilo que foi o jogo devíamos ter feito mais golos e fechar o jogo com uma vitória mais expressiva e não pela margem mínima."

Manu

FELIZ PELOS "FANTÁSTICOS" MANU E FLORENTINO

"[Parece que estão a chegar a Lisboa o lateral-esquerdo Dahl e o avançado Belotti. São jogadores que podem acrescentar ainda mais qualidade? Fica com três pontas de lança? Arthur Cabral está de saída?] Quando for oficial alguma coisa, terei todo o gosto em responder. Aquilo que é importante falar sobre reforços são duas coisas. Primeiro, tal como o Presidente [Rui Costa] disse, nós estávamos a olhar e a preparar aquilo que entendíamos serem posições que podíamos reforçar, que podíamos melhorar, que podíamos trazer jogadores para sermos ainda mais competitivos e competentes. Temos, ainda, o dia de amanhã [segunda-feira, 3 de fevereiro] para trabalhar e, depois, olhar para o reforço que se estreou [a titular] hoje [domingo], com uma belíssima exibição. Acho que foi dinheiro bem empregado na contratação do Manu, porque vem trazer aquilo que eu gosto para aquela posição. Tenho dois jogadores fantásticos. Aquilo que disse na flash reforço aqui: deu-me um orgulho enorme ver o Florentino fazer a exibição que fez na Juventus. Um menino que lancei há cinco anos e encheu o campo, e, hoje [domingo], ver o Manu estrear-se naquela posição com uma grande exibição. É disso que eu gosto, é disso que nós gostamos. De ter dois jogadores competitivos, competentes para cada posição, e estar depois o treinador a decidir em função daquilo que acha que a cada momento deve ser o onze para jogar, para jogar com qualidade, para vencer."

Estrela da Amadora-Benfica

MELHOR DESEMPENHO DO QUE O RESULTADO

"Acredito que a exibição foi melhor do que o resultado, acho que merecíamos outro resultado. Concordo com a sua análise ['Benfica complicou aquilo que parecia fácil']. Não usava o termo 'complicar', usava, sim, o termo 'colocámo-nos a jeito'. Estamos a vencer 1-3, [lance do 2-3] é uma bola que, por várias razões que eu já expliquei, principalmente pelo vento... vimos que o Estrela, na 1.ª parte, também teve muitas dificuldades na saída longa, e a bola morria e ficava no meio-campo, e aconteceu-nos a nós, mas, pronto, são situações que acontecem. Temos de continuar sempre a trabalhar para que elas não aconteçam, mas o mais importante é olhar para a exibição, para o resultado e para os três pontos conquistados."

CALENDÁRIO INTENSO EXIGE COLETIVO FRESCO

"[Titularidades de Manu e de Aktürkoğlu, e Schjelderup no banco] É uma pergunta muito boa. Este é o nono jogo desde que começou o ano, e tivemos a oportunidade de refrescar todos os setores, por isso, entrou o Álvaro [Carreras], fresco, o Manu, fresco, e o Aktür [Aktürkoğlu], fresco. Jogadores de enorme qualidade, e nós temos de ter toda a gente disponível para jogar. Termina um mês de nove jogos e segue-se um mês terrível, também, com imensos jogos e pouco espaço entre jogos, principalmente em função do que foi o calendário da Liga dos Campeões. Por isso, temos de ter toda a gente disponível e toda a gente pronta para jogar, porque vamos entrar num mês também muito intenso."

Estrela da Amadora-Benfica

MESMAS DINÂMICAS COM POSICIONAMENTOS DIFERENTES

"[Quando chegou criou uma dinâmica muito forte à esquerda com Álvaro Carreras baixo e Aktürkoğlu a jogar de fora para dentro. Com Schjelderup no onze, o extremo joga muitas vezes mais dentro, e o lateral-esquerdo mais projetado por fora. O que pretende do extremo nessa posição? E Kökcü, com a presença de Manu, pode ter liberdade para jogar mais à frente?] Você, agora, tramou-me. Aquilo que você disse está tudo certo, e nós temos as duas possibilidades de fazer as coisas. E também jogar com tudo aquilo que você disse – para eu não repetir, porque, se calhar, pouca gente ia perceber aquilo que você disse, e aquilo que eu vou dizer... Mas é também olhar em função do adversário. Você viu como o Estrela joga, com os três homens da frente. Que tipo de pressão é que nos podem fazer? Vou baixar o Álvaro [Carreras] para a pressão estar visível à frente do avançado do Estrela? Ou vou criar uma dinâmica em que os jogadores apareçam nos sítios que você referiu, que é o Álvaro [Carreras] estar abaixo, mas outro jogador a fazer aquele posicionamento, como você percebeu? Quem é que fez hoje [domingo] esse posicionamento, de saída a três, por nós? ["Kökcü", respondeu o jornalista]. Está a ver? Pronto, é isso. Ter as mesmas dinâmicas, com posicionamentos diferentes, para que não sejamos previsíveis na nossa organização. Tem de ser isso. Você entende, porque fez uma questão muito interessante, e também vai entender quando eu digo que nós temos de ter tempo para criar estas dinâmicas. E, depois, ter uma dinâmica, ter uma segunda, uma terceira, uma quarta, porque o adversário tem sempre um sistema diferente, uma forma de pressionar diferente, uma maneira de defender diferente, e nós temos de ter estas oportunidades de variar o posicionamento inicial dos nossos jogadores para ir ao encontro da dinâmica que nós queremos. Qual é a dinâmica que nós queremos? É uma dinâmica ofensiva, uma dinâmica em que se crie imensas oportunidades de golo, uma dinâmica em que se crie o golo."

Ferro e Aktürkoğlu

RECORDAR FERRO: UM ATLETA MADE IN BENFICA CAMPUS

"[Defrontou Ferro, um jogador que lançou há cinco anos. O que acha que correu mal na carreira do jogador?] Tinha de olhar para os apontamentos que tenho de há cinco anos para perceber o que nós podíamos ajudar na evolução do Ferro, até porque eu até trago aqui as minhas notas, porque gosto de trazer notas, gosto às vezes de trazer com uma folha aquilo que são as minhas ideias, sobre aquilo que são os vossos temas e tentar perspetivar aquilo que são as vossas perguntas. Eu vou muito ao detalhe, sou muito organizado, e assim, olhe, um dia, quando fizer um livro, vou ter aqui as minhas recordações. Por isso, é de olhar cinco anos para trás, olhar para os apontamentos que eu tinha sobre o Ferro. Isto é o futebol. Nós, por vezes, temos decisões e oportunidades na carreira que não correm como nós queremos. O Ferro fez um percurso fantástico na Formação, foi um pilar muito importante na conquista do 37, e depois eu deixei de o treinar, mas acompanhei, teve uma transferência para fora do país e uma lesão. Ele tem de olhar para trás e tem de ter o orgulho daquilo que fez, porque centenas de jogadores são formados todos os anos no Sport Lisboa e Benfica e nem todos têm oportunidade de chegar à primeira equipa, ter vencido títulos, ter uma carreira internacional. Por isso, é olhar para as coisas e perceber que nem tudo foi mau, porque ele teve momentos muito bons na carreira e continua a jogar ao mais alto nível."

Texto: Redação
Fotos: Cátia Luís / SL Benfica
Última atualização: 3 de fevereiro de 2025

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