Desacerto nas etapas críticas

RESUMO DO JOGO

No embate decisivo da final do play-off do Campeonato Nacional de voleibol, disputado na noite desta quarta-feira, 7 de maio, no Pavilhão n.º 2 da Luz, o Benfica perdeu frente ao Sporting, por 1-3.

A primeira grande intervenção dos Benfiquistas verificou-se quando os voleibolistas do Glorioso se alinharam para a típica fotografia inicial. "Benfica, Benfica, Benfica", bradavam os adeptos, aplaudindo ruidosamente os protagonistas da quadra, que puxavam pelas bancadas.

Seguiu-se o sempre arrepiante entoar do Ser Benfiquista – também por parte de Eduardo Brito e Diogo Fernandes, presentes na bancada, evidenciando a união do coletivo encarnado – com os cachecóis ao alto, abafando a tentativa de resposta dos adeptos visitantes.

Antes do arranque da contenda, mais dois enormes aplausos aos comandados de Marcel Matz, nos tradicionais momentos da vénia e da apresentação da formação inicial. Com as bancadas preenchidas – muitos atletas benfiquistas de outras equipas estiveram presentes, assim como o Presidente Rui Costa, que expressou o seu apoio de perto, na quadra, antes do apito inicial –, o ambiente era bonito e as emoções estavam ao rubro.

Graças a um inspirado Felipe Banderó no ataque, bem como a alguns deslizes adversários, as águias conseguiram distanciar-se no começo do duelo (5-2), ao som de Vamos cantar pelo Benfica, que é o maior de Portugal. Posteriormente, a contenda entrou numa fase mais balanceada, onde Nivaldo Gómez se destacou, tendo o próprio anotado o 9-5.

Embora o Sporting tenha ripostado (9-7), era a formação vermelha e branca que continuava a levar a melhor, atingindo o 13-8, momento em que os forasteiros pediram um timeout. No regresso, os leões reagiram (13-11), impulsionados pelo serviço de Edson Valencia. Assim, foi Marcel Matz quem solicitou um desconto de tempo.

A paragem surtiu efeito, já que o voleibolista oponente errou um serviço e Nivaldo Gómez executou um ás, averbando uma preciosa vantagem de 4 pontos (15-11). Na sequência de um período equilibrado (18-14), os visitantes tornaram a aproximar-se (18-17), mas um novo remate certeiro de Nivaldo Gómez impediu o empate (19-17).

Pouco depois, um ás de Tiago Violas (21-18), confirmado pelo video check, incendiou as bancadas da Luz, motivando um timeout opositor. Os sportinguistas pontuaram (21-19), e Marcel Matz mandou parar o jogo.

A estratégia do treinador voltou a ser bem-sucedida, uma vez que, na reta final do set, as águias superiorizaram-se, com Pearson Eshenko a selar o 1-0, por 25-21.

No início do 2.º set, o Benfica acumulou alguns erros e, paulatinamente, o Sporting distanciou-se ligeiramente (4-7). Ainda assim, mantendo-se na perseguição, os encarnados nunca permitiram que a diferença fosse superior a 3 pontos (9-12).

Foi neste contexto que, empurrados pelos Benfiquistas, que se faziam ouvir, Felipe Banderó nivelou o placar, com um tiro desviado no bloco para fora (12-12), que antecedeu um desconto de tempo oponente.

O equilíbrio voltou a ser a nota dominante, até que Felipe Banderó consumou a reviravolta com um espetacular ás, festejando efusivamente com os adeptos. Com o Inferno da Luz bem aceso, os atletas benfiquistas expandiram o desnível (18-15).

Todavia, mais eficazes na rede, os verdes e brancos regressaram à dianteira numa fase crítica (20-21) – tendo, desta feita, o desconto de tempo das águias, aos 20-19, sido impotente. Aos 21-23, novo timeout dos encarnados, que ainda forçaram as vantagens com mais um ás de Felipe Banderó (24-24).

Porém, na resposta, Edson Valencia fez o 1-1 com um remate resvalado no bloco e um serviço que desviou caprichosamente na rede e caiu a pique no campo da equipa da casa (24-26).

O 3.º set foi inaugurado com equilíbrio (4-4), mas dois blocos bem-sucedidos dos visitados abriram uma pequena margem no marcador (6-4), os quais foram amplamente celebrados. Depois de um longo período de parada e resposta (13-12), Japa converteu um disparo e um serviço (15-12), e João Coelho, treinador sportinguista, pediu um timeout.

Este não teve as consequências seguramente desejadas, dado que, com um bloco, Felipe Banderó aumentou o fosso (18-14). Gritava-se Allez, Benfica quando o Sporting solicitou nova paragem. No reatar, o ponto caiu para os forasteiros (18-15), e Marcel Matz também interrompeu o embate.

O jogo reentrou numa tónica bem disputada (20-17), mas 3 pontos seguidos para os visitantes reestabeleceram a igualdade (20-20), antes de novo timeout encarnado.

Felipe Banderó ainda pontuou (21-20), contudo, 3 falhas no serviço das águias impossibilitaram a manutenção da liderança, com os leões a chegarem à frente aos 21-22 e a venceram por 23-25 (1-2).

Num começo de 4.º set bastante nivelado (8-8), os verdes e brancos foram os primeiros a conseguir uma folga de dois pontos (8-10), que levou a um desconto de tempo da equipa da casa. Um erro na receção benfiquista expandiu a discrepância (8-11).

Mais tarde (11-13), o Sporting registou um parcial de 0-4 – que resistiu a um timeout adversário –, distanciando-se consideravelmente (11-17), fruto de uma receção e bloco eficientes.

A partida retomou um ritmo balanceado (15-21), até que, impulsionados por Japa, os encarnados registaram 3 pontos sem resposta (18-21). Sou vermelho e branco, clamavam os Benfiquistas, enquanto os forasteiros pediam um desconto de tempo.

No entanto, dois tiros certeiros no regresso (18-22) encaminharam a vitória sportinguista no set – e, consequentemente, no jogo (1-3) e na final (2-3) –, que se confirmou, por 20-25.

Numa demonstração de apreço pelo esforço na quadra e nas bancadas, Benfiquistas e atletas aplaudiram-se mutuamente. Com fair play, os voleibolistas das águias fizeram a guarda de honra aos adversários e assistiram à cerimónia de entrega do troféu, cumprimentando ainda os adeptos antes de abandonarem o campo.

DECLARAÇÕES

Marcel Matz (treinador do Benfica): "Foi extremamente disputado nos três primeiros sets, o Sporting foi forte aí, conseguiu ir buscar nos momentos em que estava mais para o nosso lado. Mereceram a vitória. Acho que este jogo foi dos mais apertados, mais firmes, mais intensos. Parabéns para eles. Terminamos a temporada de uma maneira que eu ainda não tinha terminado aqui, triste. É do desporto, neste ano foram melhores do que nós. Estou extremamente chateado, sei da frustração de todos os Benfiquistas, é a mesma que a nossa, queríamos muito ganhar o Campeonato. Desta vez não deu. Vamos sentar agora para ver o que fazemos para vencer os próximos. Vamos trabalhar para isso, com certeza."