"Concentrados e motivados em vencer"

ANTEVISÃO

Na antevisão do duelo deste sábado, 17 de maio, no reduto do SC Braga, para a 34.ª e derradeira jornada da Liga Betclic, Bruno Lage adiantou que o Benfica entrará em campo focado naquilo que pode controlar: jogar bem e conquistar os 3 pontos.

Em conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, o comandante encarnado revelou que a equipa está "motivada e confiante" para suplantar o último obstáculo na competição, frisando que o coletivo vai "acreditar até ao fim" na possibilidade de se sagrar campeão, cenário que não depende exclusivamente do jogo de Braga.

O técnico também referiu que Aursnes e Amdouni são baixas para a deslocação ao Minho, afirmando que "acredita muito" na presença do médio norueguês na final da Taça de Portugal.

Sendo esta a última jornada, e com o que está em jogo, pergunto-lhe que tipo de adversário é que espera encontrar.

Um adversário muito competente. O SC Braga tem feito realmente uma 2.ª volta muito boa. Já o disse várias vezes, só um treinador como o Carlos Carvalhal e a sua equipa técnica é que se poderiam reinventar após o mercado de janeiro que tiveram. E, como tal, vai ser um desafio muito difícil. No entanto, muita confiança naquilo que é a nossa forma de jogar, naquilo que é a motivação de entrar neste jogo e termos a possibilidade de ser campeão. Estamos muito confiantes que podemos vencer, que podemos ainda ser campeões, mas com a consciência de que não dependemos apenas de nós.

O Benfica foi tendo vários lemas ao longo da temporada, expressos aqui por si: equipa, tropa e família; un día a la vez. Qual é o lema para esta jornada, tendo em conta este contexto, em que o Benfica não depende de si próprio?

É apenas isso, é termos a concentração e a motivação naquilo que nós controlamos, que é vencer o jogo com o SC Braga, é isso que nos interessa. Temos de fazer a nossa parte, que é vencer o jogo. Jogar bem, num campo difícil, e vencer os 3 pontos.

A primeira pergunta é em relação a Aursnes, e é muito curta, para perceber o que é que se passou [com o jogador], e se pode, ou não, jogar no Jamor. E a segunda pergunta é se vai, ou não, dar aos jogadores constantemente informações sobre aquilo que se vai estar a passar em Alvalade, e, tendo em conta a sua resposta – o sim ou não –, o porquê, porque é que entende que pode ser importante passar essas informações do que acontece, ou não passar essas informações.

O [que aconteceu com o] Fredrik foi um ligeiro toque, não está disponível para este jogo, e acreditamos muito, por várias razões – e a principal é pela forma como ele recupera das lesões –, que pode estar disponível para o jogo da Taça. Eu acho que a informação mais importante foi aquela que nós fomos passando ao longo da semana. Continuar a trabalhar e entender muito bem o nosso adversário, aquilo que temos de fazer, em termos de organização ofensiva e defensiva, e depois durante os 90 minutos estarmos concentrados naquilo que controlamos, que é o jogo. Por isso, nada adianta mudar no estado de espírito dos jogadores a não ser a motivação e a concentração de vencermos o jogo e conquistarmos os 3 pontos.

Quando foi apresentado, disse que voltou ao Benfica porque a sua história não podia terminar daquela maneira, referindo-se à outra vez em que tinha saído do Benfica. Não teme que a sua história no Benfica volte a ficar marcada daquela maneira? Fez alguma promessa se for campeão?

Não, não fiz promessa nenhuma. A minha promessa é sempre de trabalho. Eu, quando falei de a história terminar daquela maneira, não me estava a referir apenas a títulos, mas, sim, à capacidade de trabalho e àquilo que nós fizemos. Independentemente de no final da época termos mais títulos, eu acredito que a minha história é diferente. Porque, principalmente aqui dentro, as pessoas sabem o treinador que têm ao dia de hoje, sabem a equipa técnica que nós somos, a competência que temos. As pessoas sabem lá fora e verificam o trabalho que nós fizemos. Isso deixa-me de consciência tranquila, mas ainda vou mais longe na sua questão: tenho total noção do que conta e do que vale vencer um Campeonato, quer para dentro, assim como para os nossos adeptos.

Uma pergunta rápida em relação ao estado de espírito do grupo depois daquele empate que terá pesado certamente também na equipa. Como é que a equipa está nesta altura? E o que é que podia ter sido diferente? O que é que correu mal durante os últimos tempos para que o Benfica não chegasse a esta posição da última jornada com esta desvantagem? O que é que poderia ter sido diferente? O que é que correu mal na sua opinião para que o Benfica perdesse esta possibilidade?

Se você for a Braga amanhã [sábado], nós falamos sobre isso. Porque isto ainda não é altura para fazer qualquer tipo de balanço. Não. Chegarmos a esta situação e termos essa possibilidade... Os últimos dois jogos, e mantermos esta possibilidade de sermos campeões. Por isso, qualquer tipo de balanço será feito na devida altura. A equipa sentiu que poderia ter vencido o jogo. Já ultrapassámos isso, e agora durante a semana o pensamento de todos foi de estarmos concentrados e motivados em vencer o último jogo.

Têm sido difundidas algumas notícias contraditórias em relação à saída de Di María, se vai ser antes ou depois do Mundial de Clubes. Enquanto treinador do Benfica, quer contar com o jogador para essa competição? O que pode adiantar acerca do futuro do argentino?

Posso adiantar que o Benfica conta com o jogador para o Mundial de Clubes.

Acabou de dizer que as pessoas dentro do Benfica e fora têm conhecimento do seu trabalho. Também já disse que não será melhor ou pior treinador se conquistar o título, e que este trabalho, que desenvolveu, noutros clubes seria razoável, no Benfica é insuficiente. Como é que avalia o seu trabalho?

Amanhã [sábado] faço essa avaliação [sorrisos]. Porque ainda temos muita coisa para fazer. Não me levem a mal, e cada vez melhor vou percebendo o vosso trabalho, mas vocês também têm de perceber o meu. Há dois títulos ainda em disputa, que ainda não estão atribuídos. Então, vamos esperar que os títulos fiquem atribuídos. Depois, à medida que os títulos forem sendo conquistados, terei todo o gosto em estar aqui e fazer todo o tipo de balanço, e, com certeza, uma vez mais, responder à sua pergunta. Digo-lhe mais, a forma como fez a pergunta, até recordou dois ou três apontamentos que fui dando aqui ao longo das conferências... Por isso, se quiser fazer outro tipo de pergunta, terei todo o gosto em responder. A essa, no devido tempo, quando for oportuno fazer qualquer tipo de balanço.

Já referiu que é muito importante, para um treinador, conquistar títulos. Para a continuidade do Presidente Rui Costa nas próximas eleições também será muito importante, ou determinante, vencer este título de campeão? Amdouni estará disponível para amanhã [sábado]?

O mais importante nisto é as pessoas avaliarem o trabalho que tem vindo a fazer-se. Por isso, eu vejo para mim o que vejo para qualquer situação. Não é com mais títulos ou menos títulos que a competência da pessoa muda. O Zeki [Amdouni] está fora [do jogo com o SC Braga].

É a 4.ª vez que vai defrontar o SC Braga nesta temporada. Já jogou para a Taça da Liga, para a Taça de Portugal, na 1.ª volta do Campeonato. Como é que duas equipas que se conhecem tão bem – e o Bruno já falou várias vezes que também conhece muito bem o trabalho de Carlos Carvalhal – ainda se conseguem surpreender? E se isso poderá passar com alguma nuance no meio-campo, tendo em conta a ausência de Fredrik Aursnes?

Conhecemos bem e também a evolução que ambas as equipas tiveram ao longo da época. Por isso, nós temos a competência e a capacidade de jogar em vários sistemas, em várias dinâmicas. O SC Braga também tem tido essa capacidade. Jogava num sistema na primeira vez que jogámos contra eles para o Campeonato, depois mudou esse sistema. Nos três jogos houve muitas batalhas estratégicas, não só no meio-campo, mas na forma de pressionar, quer de uma equipa, quer de outra. Nós preparámos o jogo da melhor maneira. Escolher e identificar detalhes que, independentemente do sistema tático e da estratégia, nós podemos encontrar para tirar partido. Isso está muito bem identificado, e até acredito que do outro lado também esteja. Até vou mais longe na sua pergunta, para podermos falar um bocadinho daquilo que é o jogo. A grande capacidade do treinador é nós convencermos os nossos jogadores a jogar de acordo com as nossas ideias, de acordo com aquilo que nós gostamos que uma equipa jogue. No entanto, também é muito importante os treinadores entenderem as características dos jogadores e não os deixarem desconfortáveis naquilo que é a sua ideia. Nós temos de saber combinar isso, temo-lo feito bem, e é isso que pretendemos para amanhã, mais uma vez.

A última vez que uma equipa mudou para o 1.º posto da tabela classificativa na última jornada foi em 1954/55, e acabou com o Benfica campeão. Na altura, o Belenenses empatou com o Sporting, e o Benfica sagrou-se campeão. A equipa técnica, ao longo da semana, pegou nestes dados, nestas circunstâncias da história, para motivar a equipa? Já agora, [Álvaro] Carreras esteve muito referenciado na Imprensa espanhola como uma próxima transferência do Real Madrid. O jogador espanhol está pronto para chegar a um clube como o Real Madrid?

Ele está pronto é para jogar amanhã [sábado, 17 de maio]. Sobre o historial... Eu conheço muito bem o historial do Benfica, e aquilo que me apetece dizer neste momento é só repetir aquilo que disse. Nós temos de estar é com muita confiança, e acreditar que vamos vencer o jogo de amanhã. Isso é que é o mais importante para nós, porque, ao longo da história, você tem ene exemplos de finais de época que levaram uma equipa ou outra a vencer o Campeonato. Até lhe posso recordar, não sei exatamente em que época... O Jaime Graça falava muito sobre essa época, em que não perderam um jogo e terminaram como 2.º classificado. Por isso, até ao final, havendo essa possibilidade de nós sermos campeões, vamos acreditar nela. Temos de fazer a nossa parte, que é vencer o jogo de Braga, mas conscientes de que não dependemos apenas de nós.