Intensidade e garra em novo formato

Inserida no Grupo 2 do torneio World Sevens Football, a equipa feminina de futebol do Benfica estreou-se na competição diante do PSG, nesta noite de quarta-feira, 21 de maio, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril. O desfecho foi desfavorável (2-1 para as francesas).

Na 1.ª edição deste torneio internacional de futebol de 7, em que as partidas são disputadas em duas partes de 15 minutos em metade do campo tradicional, houve momentos de animação, desde logo com as entradas das formações.

Com música, os nomes das eleitas de Filipa Patão para o embate foram anunciadas pela speaker, seguindo-se uma ovação. "Benfica, Benfica", foi o grito vindo das bancadas mal principiou o desafio.

Logo no início, um corte de Catarina Amado motivou muitos aplausos! Num encontro em que a capacidade de adaptação a uma nova realidade foi determinante, Lena Pauels aplicou-se na baliza, aos 6', vendo a sua ação retribuída pelos adeptos, que a incentivaram.

Sem paragens no cronómetro e com necessidade de refrescar a equipa dada a intensidade da partida, as suplentes estiveram em aquecimento prontas para render as titulares. Aos 8', Lara Martins, mostrando toda a sua capacidade atacante, deu vantagem às Inspiradoras, com um bonito golo (0-1)!

De imediato, o PSG, vice-campeão francês, reagiu e igualou por Baby Jordi Benera (1-1, aos 9').

Pese o golo sofrido, as águias, muito incisivas na disputa de cada duelo, avançaram na busca de novo tento. Porém, ao intervalo, o marcador assinalava 1-1.

Foi neste curto período de paragem de 5 minutos que Francisca Nazareth, ex-jogadora encarnada e embaixadora do torneio, surgiu junto ao banco do Glorioso. Kika abraçou Filipa Patão, deu força às jogadoras e sentiu o carinho dos Benfiquistas, que entoaram o nome da internacional portuguesa.

No reatar deste jogo com características tão especiais, sempre ao som de música, a maior liberdade de ação foi evidente.

Mal reentrou, Cristina Prieto ouviu os adeptos apoiarem-na, dando força à melhor marcadora da Liga BPI.

Marit Lund foi uma das águias que ameaçaram com um disparo rente ao poste. Com muita garra, o Benfica procurou o golo, que não surgiu.

Do outro lado, Froya Brennskag-Dorsin conseguiu faturar e deixou o PSG na dianteira, aos 23' (2-1).

Com o tempo a avançar, e sempre com muito apoio das bancadas, as águias tentaram reverter o resultado, mas o 2-1 teimou em persistir até ao final.

Refira-se que, no outro jogo do Grupo 2, o Manchester United venceu a Roma, por 2-3. Nesta quinta-feira, 22 de maio, as Inspiradoras têm dupla jornada frente ao conjunto inglês (16h30) e ao emblema italiano (20h30).

DECLARAÇÕES

Filipa Patão (treinadora do Benfica): "Há menos tempo para pensar, para executar e também para perceber qual é o tipo de jogo que nos dá mais vantagem relativamente ao adversário. E isto é tudo feito em segundos. Depois, a intensidade do jogo. É muito, muito intenso. As jogadoras até achavam que não havia necessidade de andar sempre a trocar, mas já tinha jogadoras a pedirem precisamente a substituição, porque é um jogo muito intenso: ataque e defesa, ataque e defesa, ataque e defesa. Qualquer questão individual que nós falhemos, o adversário vai aproveitar, e o contrário também. Portanto, é um jogo que expõe muito aquilo que são as capacidades técnicas e individuais das jogadoras. Claro que também temos sempre um coletivo, mas como o jogo é tão anárquico pela mobilidade, quase parecendo futsal, os duelos individuais são muito, muito importantes, e nós conseguimos bater-nos bem. Agora é tentar melhorar, tentar perceber como é que conseguimos ferir os adversários da melhor forma e retirar o melhor potencial das nossas jogadoras dentro deste formato. Defrontámos o PSG, que não é uma equipa qualquer, e acho que nos batemos muito bem. Agora é uma questão de melhorarmos e percebermos que tipo de jogo é que também se adequa mais às nossas jogadoras, que é, sem dúvida nenhuma, a bola no chão, porque, quando nós a colocávamos no chão e quando tentávamos combinar, e também no um contra um, tínhamos muito mais sucesso do que propriamente na bola longa, até pelas capacidades físicas do PSG. [Perspetiva para os jogos de quinta-feira, 22 de maio] Seja qual for o formato, seja qual for a competição, o Benfica vai para vencer. Não correu tão bem hoje, mas felizmente nós temos ainda possibilidades de passar a fase de grupos. Vamos lutar para conseguir ganhar o torneio."

Anna Gasper (média do Benfica): "Acho que o jogo foi muito difícil, mas começámos muito bem. É um campo menor, e precisamos de nos movimentarmos mais. É mais exaustivo, mas é um evento muito bom para o futebol feminino. É rápido, muitas coisas a acontecerem. Aqui, é preciso aprender a mudar de direção com frequência e fazer bastantes movimentos para criar espaço, devido à pressão individual. [Jogos de quinta-feira, 22 de maio]. Acho que temos de rever o jogo, talvez ver onde podemos ter mais espaços, como nos podemos movimentar um pouco melhor para criar mais chances. E acho que vamos recuperar e vencer os dois próximos jogos."