Reportagem

30 maio 2025, 09h30

Pelas Casas do Benfica

Casa Benfica Guarda

REPORTAGEM BTV

No coração da cidade mais alta de Portugal, a chama benfiquista reacendeu-se com intensidade renovada. A reabertura da Casa Benfica Guarda foi mais do que um evento, foi um verdadeiro hino ao amor pelo Clube, à dedicação da comunidade e à força das Casas do Benfica como pilares do benfiquismo espalhado pelo país.

Com nova imagem, novas ambições e o espírito de sempre, a embaixada encarnada n.º 42 voltou a abrir portas ao público, desta vez mais forte, mais bonita, e mais preparada para o futuro. O programa da BTV Pelas Casas do Benfica marcou presença e registou cada detalhe de um dia carregado de emoção, simbolismo e de afirmações marcantes.

Pelas Casas do Benfica

De olhos postos no futuro, mas com a tradição sempre presente, quem melhor do que o responsável máximo pelas Casas Benfica para lançar as bases do significado desta renovação? Jorge Jacinto, diretor do departamento das Casas Benfica, destacou o valor simbólico e estratégico desta reabertura.

"Esta Casa Benfica Guarda, como é público e notório, é uma casa que representa um distrito de muito benfiquismo, de enorme chama do Benfica. Esta renovação que foi feita é, mesmo numa primeira fase, para responder à procura que existe na Guarda, permitindo criar um modelo comercial muito dinâmico, para que a sustentabilidade económica da Casa Benfica seja, desde já, conquistada. E, em segundo lugar, para que muitos sócios do Benfica se aproximem ainda mais da Casa Benfica, porque este espaço ficou muito agradável. Agora, a segunda fase é encontrarmos, de forma criteriosa, alguém que vá fazer a gestão do espaço em termos comerciais", apontou.

Mas como se restaura, de facto, uma Casa Benfica? O desafio não é apenas físico, é também humano e emocional.

"Primeiro, não é difícil porque já existe uma base. O Benfica, em 2009, fruto de um congresso que houve com todas as Casas Benfica nos Açores, onde uma das premissas que todas pediram, e essa é a força das Casas Benfica quando estão unidas em desígnios alcançáveis. Hoje, o que se faz é implementar aquilo a que chamámos o Tratado da Terceira. Tudo isto nasce aí. O Sport Lisboa e Benfica, na altura, e bem, disse que sim, que era uma ideia interessante, pegou nela e concretizou-a. Este projeto acaba por ter uma matriz única, mas, mais do que isso, pretende facilitar a vida às pessoas. Aqui na Guarda, por exemplo, tudo foi feito com a mão de obra das próprias pessoas. Eu próprio gosto de estar presente, e a Casa Benfica da Guarda é também isso: construída com o empenho e dedicação dos sócios, por amor à camisola", relembrou.

Com orgulho no trabalho feito por mãos benfiquistas, o dirigente deixou clara a dimensão emocional e comunitária da obra.

"Sabe melhor perceber que há muita vontade em acreditar naquilo que é hoje. O Benfica esteve, mais uma vez, ao lado desta Casa Benfica: ajudou, protagonizou, pensou, executou, e agora sabemos qual é o caminho a seguir. Quem se quiser juntar a este modelo das Casas Benfica vai encontrar aqui algo muito interessante, até como um espaço onde possa crescer na cidade, e que, financeiramente, é muito atrativo", salientou Jorge Jacinto.

Pelas Casas do Benfica

Para Armando Gomes, presidente da Casa Benfica Guarda, este foi o culminar de um sonho antigo e de uma luta contínua.

"Muito feliz. É um trabalho pelo qual temos lutado desde que estamos à frente da Casa Benfica. Eu já tinha estado anteriormente, estive um ano e meio afastado, e depois surgiu novamente o desafio de pegar no projeto. É o concretizar de um sonho que já tínhamos idealizado. Com a ajuda do Departamento das Casas do Sport Lisboa e Benfica, conseguimos cumprir o objetivo – e foi hoje", confessou, com simplicidade e emoção.

E como será o futuro imediato deste espaço renovado, agora mais funcional e acolhedor? Armando Gomes não deixou dúvidas: "Vamos passar a servir refeições – almoços e jantares. Temos o espaço a concurso, estamos à espera de que alguém se mostre interessado. Penso que, com a renovação que fizemos, não será difícil arranjar alguém. E deixo aqui um apelo aos Benfiquistas da Guarda: que venham à casa e que se façam sócios da Casa Benfica."

Pelas Casas do Benfica

O novo rosto da Casa Benfica Guarda representa também uma viragem institucional. Domingos Almeida Lima, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, valorizou o que foi alcançado e apontou para o essencial.

"Significa muito, na medida em que, para já, é uma modernização de uma Casa que não estava a funcionar tão bem quanto desejávamos, e que a população benfiquista da Guarda merecia. Significa muito. A Casa ficou, efetivamente, muito bem ordenada e reorganizada. Espero que agora tenha todas as condições para, no futuro próximo, continuar a trabalhar em prol da mística benfiquista, dos objetivos de uma verdadeira Casa Benfica. Estamos numa capital de distrito, por isso, esta Casa tem importância não só para a cidade da Guarda, mas para todo o distrito. Lamentávamos que as coisas não estivessem a funcionar bem e que houvesse problemas. Agradecemos a colaboração de todos os Benfiquistas que contribuíram para ultrapassar as dificuldades, financeiras e outras. Hoje, a Casa aparece com uma nova cara, mais forte, com dirigentes mais animados, mais conscientes, e, sobretudo, com um espírito de missão renovado, que é o que pretendemos", sublinhou.

Pelas Casas do Benfica

O sentimento de pertença foi também ecoado por José Pereira da Costa, presidente da Assembleia Geral do SL Benfica, que trouxe à tona as suas próprias raízes.

"Como disse na minha intervenção, a minha família materna é toda da Guarda. Relembrei a minha mãe, os meus tios, a minha querida avó… Relembrei-me da infância, de passar aqui férias e do que era ser benfiquista na Guarda nos anos 80. A dificuldade de ouvir os relatos, de não ter acesso aos jornais. Hoje, esta dinâmica que as Casas Benfica trazem é outra, e trazem-na também nos tempos da alta tecnologia, da era digital, para que os Benfiquistas façam o que eu, em criança, não podia fazer", partilhou.

E se há algo que une todos os intervenientes, é a certeza de que viver uma Casa Benfica é viver o Benfica com intensidade.

"O Benfica e o benfiquismo andam de mãos dadas. Não há Benfica sem os seus sócios, sem os seus adeptos – que são o maior ativo do Clube. As Casas Benfica são parte integrante deste universo, representam o ser benfiquista, a nossa imagem. Representam o Benfica localmente. Participar neste modelo associativo é também participar nas Casas Benfica. E sim, temos de vivê-lo com intensidade, com força, com dinâmica, criatividade, e convidar mesmo quem não é do Benfica a participar no benfiquismo das Casas Benfica. Elas são representação dos valores do Benfica na sociedade civil portuguesa e internacional. A projeção futura do Benfica será feita, também, com a projeção das Casas Benfica", afirmou José Pereira da Costa.

Pelas Casas do Benfica

Por fim, Frederico Dias, vice-presidente da Casa Benfica da Guarda, deu a perspetiva de quem vive por dentro cada decisão, cada conquista, cada passo dado nesta reativação.

"A ambição, o projeto, a ligação – tudo se mantém! Estou nesta função desde o início, desde que começámos o processo de reativação da Casa Benfica da Guarda. Sempre estive presente, e a nossa ideia é fazer desta uma das Casas com mais movimento, com mais ambição, com mais partilha de amor pelo Benfica. Agora, com a renovação, temos melhores condições. Os adeptos e os sócios têm agora um espaço mais adequado para estarem presentes. Vamos ver… Agora também depende dos sócios, da gente da Guarda, não depende só de nós", concluiu.

Texto: Redação
Fotos: SL Benfica
Última atualização: 30 de maio de 2025