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Voleibol Feminino
Em entrevista ao programa Protagonista, a líbera Beatriz Paiva passou em revista os seus 11 anos ao serviço do clube do coração. Um percurso que foi desaguar na conquista do título de campeão no voleibol feminino, 50 anos depois.
01 junho 2025, 09h30
Beatriz Paiva
Esteve no ressurgimento da equipa feminina de voleibol, andou pela 3.ª e pela 2.ª divisões, e vibrou com o quarto lugar da equipa no primeiro ano em que o Benfica regressou ao escalão maior. Dois anos depois, festejou o título de campeão, sucedendo a uma das mais icónicas equipas de modalidades do Benfica, as famosas Marias, que venceram nove títulos consecutivos. As mesmas Marias que serviram de inspiração ao atual plantel, em dois jogos da final do Campeonato e se juntaram, depois, às novas campeãs, em fotografias que a posteridade registará.
Na conversa que tive com a Beatriz Paiva, sobressaiu uma mulher firme, resoluta e com as ideias muito definidas sobre o Benfica, sobre o voleibol e sobre o futuro. Este é o resultado da entrevista no programa Protagonista e da conversa que se prolongou para lá do estúdio.
"Ganharam nove campeonatos seguidos pelo Benfica, estão na história do Clube como uma das equipas mais ganhadoras. Quem não quer ser comparado a elas?"
Beatriz Paiva
AS NOVAS MARIAS
"A presença das Marias foi inspiradora para nós. E dizer que somos as novas Marias é um motivo de orgulho para nós. Elas ganharam nove campeonatos seguidos pelo Benfica, estão na história do Clube como uma das equipas mais ganhadoras. Quem não quer ser comparado a elas? Curiosamente não temos nenhuma Maria na equipa, temos de corrigir isso, o scouting tem de estar atento a isso [risos]. Mas, falando a sério, foi muito tocante termos a presença delas em dois jogos e, principalmente, na final. E, no fim, festejar com elas foi maravilhoso. Como disse, a presença delas motivou-nos, porque estavam ali duas gerações diferentes de campeãs pelo Benfica, com 50 anos a separar-nos. Foi inesquecível."
FICAR NA HISTÓRIA
"A história constrói-se, e eu sinto que estamos a construir a nossa história no Benfica. Na época passada, fizemos história com a conquista da Taça de Portugal, 50 anos depois. Este ano, conquistámos a primeira Supertaça para o Clube e fomos campeãs 50 anos depois da última conquista. Não sei se estamos na história do Benfica, mas estamos a construir a nossa história. Mas, para isso, temos de continuar a ganhar. O mais difícil, no desporto, muitas vezes não é ganhar, é continuar a ganhar. E esse vai ser o nosso desafio nos próximos anos."
"Gosto de falar com as jogadoras mais novas, de passar boas energias às minhas colegas, mas também ajuda bastante termos um grupo espetacular. Somos muito unidas"
CAMPEONATO COMPETITIVO
"O campeonato é muito competitivo, as equipas estão a reforçar-se cada vez mais e o nível continua a subir. Há clubes a fazer grandes investimentos, é a única modalidade feminina de pavilhão que tem todos os clubes grandes em Portugal representados. O Benfica, o FC Porto, o Sporting, o SC Braga e o Vitória SC têm equipas muito competitivas e, pelo que sabe, o investimento em alguns clubes ainda vai aumentar mais. Fomos campeãs, e o Benfica nem é o clube que investe mais, ou melhor, investe de uma forma diferente, porque aposta em jogadoras da formação, com muita qualidade. Mas é um Campeonato que está a atrair espectadores e patrocinadores. O nível vai continuar a subir."
BENFIQUISTA DESDE PEQUENINA
"Não é pelo facto de ser Benfiquista desde miúda que sou melhor jogadora. Jogar a este nível exige muito sacrifício na nossa vida pessoal, e talento. Sem isso, podemos ser muito Benfiquistas, mas não chega. Mas ser Benfiquista ajuda a passar o testemunho, a passar a outras jogadoras que chegam os valores do Clube, a exigência de ganhar e de representar este grande clube. Essa é a minha felicidade, jogar no meu clube do coração e poder dar o meu contributo para as suas vitórias. E ajudar as minhas colegas a perceber melhor o clube que representam. É algo que é muito bonito e que eu faço com muito gosto."
LIDERANÇA FORA DO CAMPO
"Tenho 24 anos, venho da formação, passei pela fase da 3.ª Divisão até à liga principal, e sinto que estou numa altura em que posso passar alguma da minha experiência às mais novas. Temos várias jogadoras no plantel que exercem uma certa liderança pelo exemplo, pela experiência, e eu gosto de sentir que sou uma dessas pessoas. Gosto de falar com as jogadoras mais novas, de passar boas energias às minhas colegas, mas também ajuda bastante termos um grupo espetacular. Somos muito unidas, dentro e fora da quadra."
"Nunca quebrámos mentalmente, nunca nos permitimos desistir e muito menos perante os nossos adeptos, que quase encheram o pavilhão. Aquela força que vinha das bancadas chegou até nós e levou-nos à vitória"
OS ALTOS E BAIXOS DA FINAL
"A final do Campeonato foi uma montanha-russa. Mas o voleibol feminino é muito assim. E é isso que atrai as pessoas. Nunca nenhum jogo está verdadeiramente ganho até o estar. Perdemos os dois primeiros jogos, deram-nos como mortas, mas nós nunca sentimos isso. Até pela forma como decorreram esses primeiros jogos, em que fomos sempre buscar os jogos para a negra. Tínhamos a clara noção que o Campeonato ainda podia cair para o nosso lado. E trabalhámos para isso. O 3.º jogo seria decisivo e era na Luz. Mesmo sem a Kyra para nos ajudar, ela que foi a nossa melhor pontuadora no Campeonato, sentimos que era possível. E, apesar de termos perdido os dois primeiros jogos, percebemos que os jogos podiam começar a cair para nós. E perante os nossos adeptos, que sempre foram um apoio incrível, conseguimos ganhar o 3.º jogo e sentimos logo aí que estávamos, de novo, na luta. E esse jogo até poderia ter sido em Braga, que o ganharíamos como viemos a ganhar o jogo seguinte, no pavilhão delas. E, de repente, trazíamos a grande final para o nosso pavilhão. Era a grande oportunidade que tínhamos de ser campeãs."
O CAMPEÃO VOLTOU
"Já não houve muito tempo para preparar o jogo. Aliás, o que tínhamos a treinar, treinamos durante a época. A final é o culminar de toda uma época, e os fatores emocionais, a forma como se lida com a pressão, são mais determinantes. Claro que há sempre pormenores, detalhes que os treinadores podem introduzir, como forma de surpreender o adversário. Mas a final ia decidir-se muito pelo lado mental. E nós estávamos bem preparadas, a esse nível. Entrámos bem, muito fortes, a ganhar dois sets, e começámos a sentir que as coisas iriam acabar como desejávamos. Mas o voleibol feminino é muito incerto, é isso que o distingue do masculino, onde as coisas são resolvidas mais em força. O SC Braga ressurgiu, e no quarto set podíamos ter resolvido o jogo, mas acabámos a ceder e a ir para a negra. E, para ver como as coisas podem alterar-se, de um momento para o outro, na negra, estamos a perder 11-13 e, se calhar, muita gente pensava que íamos morrer na praia. De repente, quatro pontos seguidos e somos campeãs. Porque nunca quebrámos mentalmente, nunca nos permitimos desistir e muito menos perante os nossos adeptos, que quase encheram o pavilhão. Aquela força que vinha das bancadas chegou até nós e levou-nos à vitória. Não tenho dúvidas disso. Os adeptos ajudaram-nos a ganhar o Campeonato, no momento mais tenso e de maior pressão da final."
Artigo publicado na edição de 30 de maio do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 1 de junho de 2025