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16 junho 2025, 01h41

Benfiquistas Portuguese American Suncoast Association, em Tampa

A paixão dos Benfiquistas em Tampa

HIGHLIGHTS

Falar de Portugal é falar do Benfica. O incontornável Glorioso sobrepõe-se e entrelaça-se com o país do qual partiu, e parte em sucessivas jornadas, para o mundo. Na cidade de São Petersburgo, na Florida, a escassos 30 quilómetros de Tampa, a Portuguese American Suncoast Association, uma importante comunidade luso-americana, mostrou-nos isso mesmo por ocasião da comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas: o 10 de junho.

Os dias da semana são de trabalho para a comunidade portuguesa que polvilha a região. As festas, essas, guardam-se para os sábados e domingos. E foi o que aconteceu. Depois, diga-se em jeito introdutório, falar de aproximadamente 2000 luso-americanos e portugueses em Tampa tem o seu significado… e, onde há portugueses, os Benfiquistas fazem-se sentir e ouvir, como prometem uma vez mais no Mundial de Clubes de 2025. Mas já lá vamos.

Benfiquistas Portuguese American Suncoast Association, em Tampa

A poucas horas da estreia das águias no certame, o presidente da associação lusa, Rui Correia, antigo militar português e veterano de guerra dos Estados Unidos com missão de mais de um ano no Afeganistão, já puxava do seu benfiquismo enquanto virava bifanas para o repasto comemorativo para cerca de 220 pessoas.

A certeza ficou logo expressa na mudança da segunda travessa de petisco. "Temos uma boa comunidade benfiquista, pronta a apoiar o Benfica! Juntamo-nos muitas vezes para ver o Benfica! Eu vou estar em Orlando. Será um bom jogo, e espero um golaço de uma certa pessoa. Quem? Só pode ser o Di María", atirou, deixando rasgados elogios a Pavlidis, também ele no topo das suas preferências: "Faz-me lembrar muitos bons avançados do Benfica, e nunca desiste!"

O dirigente máximo da associação criada em 1979, açoriano de gema, natural das Furnas, em São Miguel, e nos Estados Unidos desde os 21 anos, garante que apoio não faltará aos encarnados, mesmo se as principais comunidades lusas e de benfiquistas se encontram em Massachusetts, Rhode Island, Califórnia, Nova Jérsia ou Connecticut. Afinal, tal como ele, nem sempre se consegue saciar a vontade de ver ao vivo os seus ídolos. No seu caso, ainda está na memória a única vez que entrou no Estádio da Luz… em 1991, quando o bater de pés no 3.º anel fazia estremecer a Catedral. "Nós não estávamos acostumados a ver um estádio daqueles, lembro-me da emoção de lá estar", asseverou, agora com 51 anos.

Benfiquistas Portuguese American Suncoast Association, em Tampa

Raul Ferreira, de 66 anos, faz parte de uma "espécie" de frequentadores da associação denominada de "snowbirds", termo usado para caracterizar os portugueses que, nos meses mais quentes, migram das regiões mais frias dos Estados Unidos para Tampa.

"Há muita gente que vem de autocarro. Há autocarros alugados para trazer Benfiquistas, olhe, por exemplo, de Ludlow. Estavam a combinar ir a Miami! Não faltará apoio", afiançou Raul Ferreira, com a camisola da Casa Benfica Chicopee, Massachusetts, vestida, enquanto João Teixeira, aos 81 anos, virava frangos à moda africana, com uma "receita" que recusa partilhar com quem só pense em fazer dinheiro com ela. Não é o caso de Rui Correia.

O Benfica, intensamente presente na comunidade lusa que celebrou o 10 de junho, é a "doença" de Carlos Cortez, de 46 anos, vice-presidente da associação e gerente de uma empresa de reparação de motores. "Mais de metade dos membros da associação são Benfiquistas! Os adeptos estão a mobilizar-se! Olhe, eu vou para Miami [no domingo, 15 de junho] para ver o jogo na segunda-feira. Para Orlando também vai muita gente", anotou. "Sabe, por aqui há adeptos de outros clubes, mas os Benfiquistas gritam sempre mais alto. Sempre! O Benfica fala mais alto quando há divisões", exclamou.

Benfiquistas Portuguese American Suncoast Association, em Tampa

AKTÜRKOĞLU, O ÍDOLO

Antes da cerimónia tradicional de hastear as bandeiras dos Estados Unidos e de Portugal ao som dos respetivos hinos, no exterior da associação, resguardado numa das mesas mais próximas do bar, um adepto vestido a rigor com a camisola da Seleção Nacional surpreendeu-nos. Turco, casado com uma portuguesa há 16 anos, adepto fanático do Besiktas (fervor que apenas partilha com o Benfica), afirma que estará em Miami com o sonho de ver o seu Manto Sagrado assinado pelo compatriota Aktürkoğlu. E até promete replicar o festejo do seu ídolo.

Vendedor de souvenirs, Gurbuz Coruhhlli, de 42 anos, explicou-nos a razão de tamanha admiração. "Todos o apoiam e temos orgulho nele. Queremos que tenha sucesso no Benfica, tal como Kökcü", asseverou.

Benfiquistas Portuguese American Suncoast Association, em Tampa

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Texto: Rui Miguel Gomes
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 16 de junho de 2025

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