Reportagem

25 junho 2025, 01h40

Adeptos do Benfica em Charlotte, no Mundial de Clubes

Adeptos do SL Benfica em Charlotte

HIGHLIGHTS

Sempre presentes, sempre entusiastas, sempre apaixonados! Os Benfiquistas vão a todo o lado, a qualquer parte do globo, não olham a meios para alimentar o seu genuíno sentimento pelo Clube. Não há chuva, neve ou calor que os demova! E assim foi em Charlotte, no Bank of America Stadium, na terça-feira, 24 de junho, no duelo do Benfica com o Bayern Munique no Mundial de Clubes, mesmo que nas bancadas a tórrida temperatura levasse à tentação de procurar uma sombra.

Na Carolina do Norte, concretamente em Charlotte, os 27 graus às 8h00 da manhã eram prenúncio de um crescente calor que atingiria os 38 graus, mas com uma sensação térmica de 42 e um vento de 9 quilómetros por hora que pouco ou nada se notava. Os alertas de calor extremo... eram apenas isso, alertas, pensaram os apaniguados benfiquistas.

Nas ruas de Charlotte, nas imediações do Bank of America Stadium, localizado no centro da cidade, os adeptos encarnados foram-se juntando. Uns chegaram na véspera, outros durante a manhã de terça-feira. Os que se deslocaram de carro procuraram lugares para estacionar, desembolsando valores na ordem dos 30 dólares para parquear os transportadores de tamanha paixão. Quem viajou de avião, sabendo que os voos internos "até são baratos", como nos confidenciaram, encontrou maior conforto na carteira para ir a Charlotte do que a Miami, onde a comida e a estadia nos hotéis "puxam um bocadinho pela carteira".

Adeptos do Benfica em Charlotte, no Mundial de Clubes

Jesse Teodoro, de 31 anos, e a companheira, Joana Teodoro, de 33 anos, não pensaram em tal coisa no momento de marcar a viagem desde o Canadá para Charlotte. "Foram 1200 quilómetros percorridos, chegámos ontem [segunda-feira, 23 de junho] à noite! Agora estamos a encontrar os Benfiquistas. Viemos de Hamilton", atirou, explicando que na região de Ontário, entre Toronto e as Cataratas do Niágara, "vivem muitos Benfiquistas".

"Sabe, é um amor que não se explica. É mais difícil, para nós, vivermos longe o Benfica. Olhe, quando o Benfica joga na Liga dos Campeões, é difícil sair do trabalho mais cedo para poder ver o jogo. Não é fácil sair às 15h00", exclamou Jesse Teodoro, confessando o alívio por, há cerca de um ano, ter assumido o papel de empresário e iniciado um negócio no ramo da jardinagem. Agora, "vai ser mais fácil", afiançou.

Adeptos do Benfica em Charlotte, no Mundial de Clubes

Venâncio Alves, de 52 anos, com a camisola do Benfica da época 1993/94 no corpo e desejoso de lhe juntar um autógrafo do Presidente Rui Costa, então número 10 dessa equipa campeã nacional, viajou desde Nova Jérsia, e de pronto confidenciou ao que vinha, acompanhado pelo seu filho, Vítor Alves, de 21 anos. "Não há clube como o Benfica. Na nossa zona há muitos Benfiquistas, muitos estão aqui presentes", afiançou. O descendente, nascido nos Estados Unidos, também ele com o Manto Sagrado e um cachecol do SLB, definiu a sua presença na cidade, perto da equipa do seu clube do coração: "É um momento surreal!"

A presença de adeptos do Bayern nas imediações também se sentia, mas o entusiasmo dos encarnados era de coração. Luís Taboeira, de 55 anos, empresário, falou-nos de como é "viver o Benfica com muito amor", também ele oriundo de Nova Jérsia. "É uma oportunidade para encontrar a Família Benfiquista, os meus amigos do Benfica", disse-nos o filho de Luís, Tyler Taboeira, de 12 anos. "Gosto muito do Benfica, é muito bom ver aqui ao vivo", declarou o jovem guarda-redes, enquanto o pai nos exibia no telemóvel os momentos em que Trubin e Pavlidis assinavam a sua camisola na garagem do Estádio da Luz. "Já lá fui muitas vezes! É lindo", ripostou.

Adepto do Benfica

VIAGENS DE 10 HORAS ATÉ CHARLOTTE

Muitos dos Benfiquistas lançaram-se em viagens de 10 horas de carro até Charlotte. O presidente da filial Sport Newark e Benfica, Virgílio Gomes, de 45 anos, há 21 primaveras nos Estados Unidos, também mostrou as suas cores e, de charuto na boca, próprio para ocasiões festivas, deixou-nos a sua certeza. "Viver o Benfica? Vive-se da mesma maneira! É só uma diferença física. Vou muitas vezes ao Estádio da Luz", anotou, explicando a dificuldade que houve em organizar excursões de autocarro para apoiar o Benfica nos encontros no Campeonato do Mundo.

"Não organizámos, mas não foi por falta de interesse. O problema é que muitos quiseram ir de avião, outros de carro… Mas vamos organizar daqui em diante!", garantiu. "A nossa filial está bem, financeiramente também. Temos perto de 600 sócios pagantes e temos uma boa ligação a Portugal e ao Benfica", asseverou Virgílio Gomes, nas imediações do Bank of America Stadium.

Adeptos do Benfica em Charlotte, no Mundial de Clubes

No campo dos Carolina Panthers – equipa de futebol americano que joga na NFL – e dos Charlotte FC – formação de futebol que atua na MLS –, inaugurado em 1996 e com capacidade para 75 mil espectadores, os primeiros adeptos entraram às 13h00 locais (18h00 continentais), no pico do calor, e os Benfiquistas fizeram-se notar, com os seus Mantos Sagrados, acompanhados por cachecóis e adereços de Portugal, distinguindo-se das cores do campeão germânico.

E nem adeptos turcos, com a camisola do Galatasaray e a bandeira do país, faltaram no apoio os compatriotas Kökcü e Aktürkoğlu. Trubin também viu a bandeira da sua Ucrânia nas bancadas.

Adeptos do Benfica

... E O BENFICA GANHOU!

A presença de Bruno Lage no relvado, acompanhado pela equipa técnica, a pouco mais de 1h20 do início do encontro foi o tiro de partida para as saudações dos Benfiquistas, amplificadas pouco depois quando os principais intervenientes das águias se juntaram no tapete verde, enquanto os alemães recolhiam ao balneário.

Quando, a 25 minutos do início do duelo, se ouviu o Ser Benfiquista, antes do anúncio oficial da equipa, ergueram-se os cachecóis e soltaram-se as vozes lusitanas, que prestaram tributo especial a Di María e Otamendi, acompanhadas por aplausos quando os seus nomes foram referidos.

Adeptos do Benfica

Glorioso SLB! foi o cântico mais ouvido, e a explosão de alegria com o golo de Schjelderup, aos 13', foi contagiante. Mesmo perante a réplica alemã, nas bancadas, os Benfiquistas nunca se renderam e puxaram pelo Glorioso com a paixão única que os caracteriza.

No final, o triunfo histórico frente ao Bayern Munique (1-0), o 1.º lugar no Grupo C do Campeonato do Mundo de Clubes, e a consequente passagem aos oitavos de final da prova foram celebrados efusivamente… e ouviu-se nas entranhas do Bank of America Stadium o icónico E o Benfica ganhou!, alternado com um Benfica, Benfica, Benfica!, correspondido com os agradecimentos dos craques. Foi mítico e marcante!

Adeptos do Benfica

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Texto: Rui Miguel Gomes
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 25 de junho de 2025

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