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Basquetebol
Norberto Alves, treinador tetracampeão de basquetebol, não tem dúvidas: é na Luz que mora a melhor equipa portuguesa, apesar da qualidade individual da formação portista. Os 4 títulos seguidos comprovam-no.
27 junho 2025, 10h40
Norberto Alves
Impôs uma forma de jogar e chamou os jogadores que serviam essa tendência de jogo. Criou um grupo estável, deu-lhe continuidade e resultados. Festejou o tetracampeonato há poucas semanas e, no programa Protagonista, da BTV, explicou-nos alguns dos segredos mais bem guardados do sucesso.
O PRIMEIRO JOGO DA FINAL
"Não há nenhuma poção mágica. Eu acredito muito no trabalho e no conhecer a competição. E a competição do basquetebol, como acontece na maior parte das competições das mais diversas modalidades, é disputada numa fase regular, onde é decisivo ficar no 1.º lugar, para termos 2 jogos seguidos em casa, na final e, depois, o playoff. Para nós, foi muito importante disputar esses 2 primeiros jogos em casa, ganhámos o primeiro por 1 ponto, e o segundo já foi mais tranquilo. O playoff tem estas características, ganhar o primeiro jogo é muito importante, e ganhar, de novo, logo a seguir, cria uma vantagem anímica sobre o adversário. Normalmente, a equipa da casa está sempre mais tranquila."
O PERFIL DO ADVERSÁRIO
"O FC Porto tem uma característica, tem jogadores de uma enorme qualidade individual e que rapidamente mudam o jogo. Foi o que aconteceu no jogo 1, quando tínhamos uma diferença de 11 pontos, a pouco tempo do fim, e acabámos a ganhar por 1 ponto. O basquetebol está muito diferente do que era há 10/20 anos. Aquilo que eram vantagens de 10/12 pontos, agora, rapidamente se anulam. Independentemente do adversário, acreditamos em nós e agarramos naquilo que é o histórico desta equipa nos últimos anos. Nos últimos 4 anos, no playoff, temos 32 vitórias e apenas 3 derrotas. Ou seja, esta equipa sabe estar nestes momentos."
RESSALTO ALTO
"Fomos para o Dragão com a vantagem de 2 vitórias nos 2 primeiros jogos e temos de reconhecer que começámos muito mal nesse jogo, a falhar muitos lançamentos, enquanto no FC Porto entrava tudo. Foi uma coisa surpreendente, porque nós, no 1.º quarto, quase não marcámos pontos. Tentámos ir para o intervalo mais perto do adversário, mas isso não aconteceu. Então, para o 3.º período, pedimos aos rapazes para acelerar o ritmo do jogo. A nossa equipa gosta de jogar em ritmos altos, gosta de ter muitas posses de bola. Acreditamos em algo que há algum tempo se dizia que não era bom, que é: na transição defensiva, não deixamos dois/três jogadores atrás, porque metemos muitos jogadores nos ressaltos ofensivos. Quando lançamos ao cesto, acreditamos que os cinco jogadores podem disputar e ganhar ressaltos. E esse fator, do ressalto ofensivo, foi determinante no desfecho desta final, porque tive[1]mos muitos mais ressaltos e mais posses de bola que o FC Porto, o que sempre nos permitiu, mesmo que não fôssemos tão eficazes, irmos ganhar os jogos. Nesse jogo 3, o que decidimos é que iríamos acelerar, iríamos fazer ataques de 6/7 segundos, seguidos de lançamento. A intenção era tornar o jogo caótico e obrigar o FC Porto a uma sobrecarga dos seus jogadores, que teria peso no jogo seguinte, como teve."
FC PORTO CANSADO
"No final do jogo 3, sentimos que o ritmo que tínhamos imprimido na 2.ª parte nos iria dar uma vantagem no jogo seguinte, que era 2 dias depois. Portanto, a estratégia passou por entrar bem no jogo 4, nunca os deixar fugir, porque, depois, o aspeto mental e o físico fariam a diferença. E o 2.º período foi-lhes fatal, porque fomos para o intervalo com uma diferença de quase 20 pontos. Aí, o objetivo passou a ser manter a vantagem, ela nunca desceu dos 16 pontos, não olhar para o resultado até aos minutos finais, onde sentimos que, de facto, o Campeonato estava ganho. E ganhámos."
JOGAR COMO SE TREINA
"A nossa forma de jogar tem muito que ver como treinamos. Nós temos uma forma de jogar como treinamos, e não digo que é melhor ou pior do que as outras. Mas é a nossa. E o que a estatística avançada nos diz é uma coisa muito interessante. Com esta filosofia do ressalto ofensivo, podemos sofrer um ou outro cesto fácil na transição. Mas a quantidade de ressaltos ofensivos, de ganhos de posse de bola, compensa largamente isso. Isto não é uma opinião, são factos. Quando pedimos aos nossos bases que vão ao ressalto, é com a intenção de ganhar ressaltos longos e de empurrar o adversário para perto do cesto, porque, mesmo que ganhem o ressalto, estão longe do nosso cesto e não conseguem correr contra nós. E acabamos a ganhar aquelas bolas divididas que andam por ali. Há um jogo, que foi uma coisa impressionante, porque ganhámos 50% dos ressaltos disponíveis na tabela do FC Porto. Isso permitiu-nos ganhar o jogo 2, num jogo em que o FC Porto marca 30 lances livres e o Landis faz mais de 30 pontos."
OS LANCES LIVRES
"As pessoas passam por mim e dizem-me para os pôr a lançar mais lances livres. Nós lançamos a quantidade normal de lances livres no treino. O lance livre é um lançamento mental, a não ser que se trate de um jogador com muitas deficiências técnicas, o que não é o nosso caso. É a única tarefa fechada do jogo de basquetebol, sou eu e o cesto. Tentamos ter rotinas de treino, em que, no processo de focalização do aro, os jogadores tenham uma imagem positiva, fixar primeiro antes de lançar. E os nossos jogadores fazem isso, esse exercício mental de imaginar a bola a entrar, antes de lançar. Muitas vezes, os jogadores falham porque têm receio de falhar, porque o lance livre é o lançamento mais eficaz do jogo. Nós queremos ir muitas vezes para o lance livre, isso também significa que os adversários fazem muitas faltas. Esses são os lançamentos que queremos, ou os lançamentos spot shot, que são lançamentos sem drible, recebendo a bola e lançando logo, e menos lançamentos vindos do drible, porque são menos eficazes."
VELHOS SÃO OS TRAPOS
"Sei que dizem que o Benfica tem jogadores com muita idade, mas os jogos desmentem a teoria de que são velhos. São jogadores incríveis, que jogam nos ritmos de que a equipa necessita e que, alguns deles, estão no Clube há tempo suficiente para entender o que queremos deles. É um grupo de campeões, e esse também tem sido o perfil de jogadores que procuramos trazer para a equipa, jogadores que já tenham sido campeões. O Carvacho já tinha sido campeão, na Bulgária, o Rorie também foi campeão. O único que ainda não tinha sido campeão era o Tyler Stone, mas era um jogador com um perfil de que precisávamos, para substituir o Ivan. Mas essa cultura de vitória é algo que procuramos nos jogadores que contratamos, porque vêm para um plantel de campeões, e assim será mais fácil a sua adaptação. Ter jogadores como o Betinho, o Ben Romdhane, o José Barbosa ou o Broussard é crítico para ter sucesso. São jogadores que nos ajudaram a criar uma identidade nesta equipa e também a evoluir. Porque, hoje, não jogamos como jogávamos há 4 anos, e os jogadores é que nos obrigam a evoluir."
Artigo publicado na edição de 27 de junho do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica
Última atualização: 28 de junho de 2025