Reportagem

29 junho 2025, 04h55

Adeptos do Benfica em Charlotte

SL Benfica fans meeting point em Charlotte

A paixão e o fervor benfiquista voltaram a sentir-se na calorosa cidade de Charlotte, na Carolina do Norte. Os cidadãos locais em nada foram indiferentes à passagem do Benfica, brindando os adeptos com sorrisos de simpatia acompanhados por votos de felicidades e incentivos. Uma força extra amplificada pelos incansáveis apoiantes do Glorioso, que, horas antes de a bola rolar no Bank of America Stadium, começaram a fazer a festa encarnada no fans meeting point do Clube.

No Clutch Kitchen & Pour House, em Charlotte (601 S Cedar St., Charlotte, NC 28202), viveu-se Benfica desde as primeiras horas do dia, assim que abriu o estabelecimento situado a cerca de 800 metros do recinto onde as águias enfrentariam o Chelsea nos oitavos de final do Mundial de Clubes. As camisolas, de épocas diferentes e com nomes inscritos no dorso de preferências distintas, começaram a chegar perto das 11h00 da manhã, já a tarde ia a meio em Portugal Continental.

O ponto de encontro dos Benfiquistas em Charlotte tornou-se paulatinamente num imenso ponto de apoio à equipa, mas, sobretudo, de partilha de vivências e paixões. Encontrámos várias, sempre com o Benfica e o sentimento por ele subjacente a cada palavra transmissora de emoções.

Adeptos do Benfica em Charlotte

Os amigos Justin Portela e Anthony Pereira, ambos de 21 anos, norte-americanos de nascença provenientes de Connecticut, tinham chegado na véspera de avião – tiveram mais sorte do que outro grupo amigo, que perdeu o avião e fez 10 horas de estrada até Charlotte – e foram ter com mais Benfiquistas após terem visto nas redes sociais o local e a oportunidade de viver mais Benfica. "Nasci aqui, o meu pai é um grande Benfiquista, e fiz questão de vir. Viemos por causa da paixão. Sigo o Benfica em todo o lado que posso, na Internet, na televisão e nos jornais, sou um grande apaixonado", atirou Justin Portela, ainda de volta dos seus estudos académicos. "Sempre apoiei, também pela influência do meu pai. Estar aqui é emocionante", acrescentou Anthony Pereira.

Nuno Lopes, de 57 anos, trabalhador da indústria militar, vive há meio século nos Estados Unidos e, praticamente, acompanhou a equipa desde Tampa, na Florida. "Por estarmos mais longe, talvez se viva o Benfica de outra forma. Não é todos os dias que temos o Benfica a jogar aqui!", enalteceu, exibindo as tatuagens com os símbolos do Benfica. Pedro Jorge, de 57 anos, revelou a sua emoção por estar "junto de tantos Benfiquistas", ele que nos 41 anos de vida nos Estados Unidos já residiu em Nova Jérsia, e agora refugia-se com o seu amor ao Benfica em Palm Coast, na Florida. "Vi que iam estar muitos Benfiquistas aqui através da rede social X e vim! Sabe, tenho o Benfica a correr nas veias! Tenho acompanhado o Benfica neste Mundial, mas o jogo com o Chelsea será o primeiro que vou ver no estádio. É uma enorme alegria poder confraternizar com tantos Benfiquistas", disse.

Adeptos do Benfica em Charlotte

A nosso lado, entretanto, surgiu Cristiano Lopes, de 30 anos, filho de Nuno Lopes e norte-americano de berço. "Acompanhei e acompanho sempre o Benfica! Já fui ao Estádio da Luz umas cinco ou seis vezes! É diferente viver o Benfica aqui, mas temos sempre a mesma paixão e orgulho. É difícil ver os jogos por causa dos horários, mas, sabe, aqui nos Estados Unidos, tenho muitos amigos Benfiquistas e falamos muito sobre o Clube", afiançou, lembrando a dificuldade que muitas vezes teve em explicar o sentimento aos colegas de escola, mais familiarizados com o basquetebol, o futebol americano, o hóquei no gelo ou o basebol. "Não vivem como nós, mas eu também não ligo às equipas deles. Vejo, mas… só o Benfica", reforçou, mostrando-se feliz por viver um "momento muito bonito". "É um sentimento que nos move, e estar aqui, ver tantos Benfiquistas... Sei que encontro Benfiquistas em todo o lado, e ainda bem que é ao pé do estádio", referiu.

Adeptos do Benfica em Charlotte

Célio Almeida, de 45 anos, natural de Maputo, Moçambique, viajou de Maryland, Washington DC, e foi atrás dos Benfiquistas. "Como cheguei aqui? Olhe, assim que cheguei à cidade nesta manhã vi três Benfiquistas com as camisolas, resolvi ir atrás deles… e aqui estou", revelou, devidamente equipado com camisola e cachecol do Glorioso. A trabalhar há nove anos nos Estados Unidos, o moçambicano ripostou: "Os Benfiquistas estão em qualquer sítio. O Benfica é maior que o Chelsea, em termos de grandeza de clube. Ser Benfiquista no estrangeiro é um sentimento diferente."

Entretanto, um Corvette vermelho descapotável aproximou-se. As duas camisolas – uma com o nome de Di María, no corpo da italiana Maria Madalena, adepta da Juventus, nascida em Bari – saltavam igualmente à vista. A matrícula denunciava a proveniência e o proprietário. "Cnunes22" de Ontário, Toronto, no Canadá. Carlos Nunes, de 54 anos, dono de uma imobiliária, decidiu fazer uma… road trip pelas cidades onde o Benfica jogou até então no Mundial de Clubes.

Adeptos do Benfica em Charlotte

No seu Corvette, e com um cachecol de dimensões assinaláveis, Carlos Nunes e Maria Madalena iniciaram um período de férias em 13 de junho, e daí em diante já gritaram pelo Benfica em Miami, Orlando e, em duas ocasiões, em Charlotte. "Sinto mais paixão cá. É muito bom estar aqui, encontrar tantos Benfiquistas, e ainda bem que é um jogo a sério. É uma grande emoção poder estar perto do Benfica", frisou o Benfiquista, que vive no Canadá desde 2004.

Os adeptos e os sócios do Benfica não têm idade, só paixão. Bernardo Pereira, de 2 anos, puxava os calções do pai, Valter Pereira, de 39 anos, que trabalha na área financeira no Canadá, em Toronto. Habituado a trabalhar fora do país desde há nove anos a esta parte, com Helena Veloso, de 40 anos, a seu lado, já viveu o Benfica em diversas latitudes. Com Mondim de Basto nas origens, a família juntou-se aos Benfiquistas encontrando companhia para sentir o que, a solo, experienciaram em Amesterdão, nos Países Baixos, em Barcelona, Espanha, no Panamá ou no Brasil. "O Benfica é uma paixão. O meu filho vai ver um jogo do Benfica pela 1.ª vez! Eu vejo o Benfica a qualquer hora. Sinto mais a falta do Benfica agora, porque em Portugal ia sempre ver os jogos na Liga dos Campeões", atirou.

A festa dos adeptos encarnados continuou, e os cânticos a puxar pelo Benfica ganharam gargantas, todas regadas a preceito, porque o calor era uma ameaça presente, apesar das previsões de chuva e de trovoada para a tarde de sábado, 28 de junho, em Charlotte.

José Pereira da Costa oferece camisola do SL Benfica

José Pereira da Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, esteve no local e entregou o Manto Sagrado a Neel Ghandi, proprietário do Clutch Kitchen & Pour House, em Charlotte, para que o ponto de encontro dos adeptos do Glorioso ficasse decorado também com a camisola do Clube, ao lado de figuras míticas de outras modalidades, como Michael Jordan, Steph Curry ou Kobe Bryant, do basquetebol, ou de clubes como os Buccaneers, do futebol americano.

Os Benfiquistas levaram a festa e os cânticos Glorioso, SLB!, Benfica, Allez e Ninguém pára o Benfica para o interior do Bank of America Stadium e, desde o momento em que os comandados de Bruno Lage se exibiram no período de aquecimento até ao apito inicial, demonstraram a sua emoção e apoio entusiástico.

Adeptos do Benfica em Charlotte

Durante o encontro, sempre animados e positivos perante as adversidades, nunca se renderam, empurrando a equipa como só eles sabem. Já depois da interrupção do desafio em cerca de 2h00 devido às condições climatéricas, ocorrida a pouco mais de quatro minutos para o final da contenda, a sua força foi contagiante para que os encarnados conseguissem igualar. Aconteceu! O prolongamento trouxe também mais esperança e entusiasmo, mas o resultado não foi o desejado. Ainda assim, despediram-se da equipa com aplausos, encerrando desta forma mais uma jornada de apoio fantástico!

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Texto: Rui MIguel Gomes
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 29 de junho de 2025

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