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Equipa B
22 agosto 2025, 17h30
João Fonseca, 19 anos, um dos capitães do Benfica B
Essa sempre foi uma das marcas que tornaram possível a estreia na equipa principal do Benfica de jogadores como Renato Sanches, João Félix, António Silva ou João Neves. Talentos provenientes do inesgotável filão do Benfica Campus, que, apesar de muito novos, tiveram impacto imediato na equipa e na forma como, todos eles, ajudaram o Benfica a conquistar títulos de campeão.
Todos exemplos de um talento maior, de uma maturidade precoce e de uma estratégia que o Benfica iniciou em Portugal e tornou paradigma na formação de jovens talentos. Em Portugal e crescentemente na Europa, onde mesmo os clubes mais endinheirados se empenham no crescimento acelerado de algumas das suas joias da formação ou de jogadores contratados ainda em idade formativa.
MADE IN BENFICA COMO ESTRATÉGIA
O onze inicial do Benfica B na jornada inaugural da Segunda Liga, há poucos meses, poderia ser a equipa titular de uma equipa do Benfica que disputasse a Liga Revelação. Com o brilhante 4.º lugar da época passada, terminou um ciclo, com a escalada de alguns desses jogadores ao plantel principal e, outros, procurando uma evolução noutros clubes, em Portugal e no estrangeiro.
Foi um ano notável nos resultados, nas exibições e na evolução dos jogadores.
O mais fácil seria manter a base – no seu segundo ano de sénior – e tentar repetir ou melhorar a classificação. Mas, no Benfica Campus, o mais fácil não é a forma mais rápida de fazer o jogador evoluir. E num modelo formativo todo ele centrado no jogador e na sua evolução, a direção do Benfica Campus e a direção técnica – agora liderada por Joaquim Milheiro, que o Benfica contratou ao Al Hilal – decidiram ir mais longe.
Nesse sentido, foi decidido enfrentar o primeiro patamar de profissionalismo com jogadores, maioritariamente, de 17, 18 e 19 anos. É o que sucede com a equipa B, "com uma média de idades de 19 anos e uns pozinhos", como declarou Guilherme Müller, diretor do Benfica Campus, e também a equipa de Sub-23, com uma presença muito significativa de jogadores que foram, recentemente, campeões europeus de Sub-17.
A FONTE DA JUVENTUDE
Do plantel da época passada da equipa B que brilhantemente conquistou o 4.º lugar da Segunda Liga restam apenas seis jogadores. São os casos de Ricardo Ribeiro, João Fonseca, Tiago Parente, Francisco Neto, Ivan Lima e José Melro. De todos eles, apenas José Melro foi utilizado com alguma regularidade na época passada.
Como habitualmente, em cada final de ciclo das equipas houve mudança geracional. Mas, desta vez, o Benfica levou o objetivo de acelerar o crescimento dos seus jovens talentos um pouco mais longe. A média de idades do plantel desceu de tal forma que, na 1.ª jornada do Campeonato, defrontou um adversário, o Chaves – um dos candidatos à subida de divisão –, cuja média de idades é 10 anos superior à do Benfica.
"Essa será a realidade com que se vão confrontar os nossos rapazes. Defrontar equipas que têm uma média de 10 anos superior à deles. É um desafio muito grande para os nossos jogadores, mas que surge da nossa crença de que se trata de um estímulo competitivo inigualável para eles e que lhes permitirá estarem expostos, durante mais tempo, a um ambiente mais intenso e mais competitivo", disse Guilherme Müller.
Apesar da diferença de idades ter aumentado e, com isso, se incrementarem as dificuldades que os jogadores terão de enfrentar, o diretor do Benfica Campus mantém otimismo no resultado. E envolve os adeptos no processo: "Venham ter connosco, venham conhecer mais cedo os jogadores, os nossos talentos, e venham ao Benfica Campus ajudar estes jogadores, empurrando-os para bons jogos, vitórias e para o objetivo final de formar jogadores para a equipa principal."
SEMEAR MAIS CEDO
Esta estratégia de lançar mais cedo as sementes do aproveitamento do talento formado no Benfica Campus vai permitir colher frutos também mais precocemente. Por outro lado, pretende-se aumentar a identificação dos jogadores com o Clube e a sua cultura.
"Nos últimos quatro anos, a Formação do Benfica conseguiu ter 24 estreias na equipa principal do Clube. Isto representa cerca de 35 por cento dos jogadores formados no Benfica e que se estrearam na equipa principal desde que existe o Benfica Campus. Mas, além de se estrearem na equipa, o que nos interessa é que se consigam fixar e tenham rendimento na equipa principal. Nos últimos quatro anos tivemos, em média, 10 jogadores de jogadores formados no Benfica Campus no plantel principal do Clube. E ainda mais importante, esses 10 jogadores representam, em média, 30 por cento de utilização total de minutos de jogadores durante a época. Ou seja, o jogador formado no Benfica Campus tem muito impacto naquilo que é a dinâmica da equipa principal", adiantou, em declarações exclusivas aos meios de comunicação do Clube, Guilherme Müller, responsável máximo da academia do Benfica.
Recentemente chegado ao Clube, depois de uma experiência de vários anos nas seleções mais jovens de Portugal e de coordenação do futebol de formação do Al Hilal, na Arábia, Joaquim Milheiro rapidamente se identificou com o projeto do Benfica.
"Há uma exposição maior a uma exigência significativamente elevada, pela experiência dos adversários, pela própria dinâmica da competição e pela exigência de jogar pelo Benfica. Isto cria uma adversidade que os nossos jogadores têm de superar para se tornarem mais competentes e mais preparados para o futuro", afiançou o diretor técnico.
Joaquim Milheiro recorre aos traços identitários da mística benfiquista para recuperar uma das principais consequências de queimar etapas no crescimento dos jogadores. "É tirar os jogadores da sua zona de conforto. É nessa adversidade que os jogadores crescem, sobretudo num clube que tem uma mística que apela muito à superação. É isso que os fará crescer e atingir os mais elevados patamares de rendimento, porque jogar no Benfica é jogar num dos melhores clubes do mundo e jogar perante uma exigência altíssima", esclareceu o diretor técnico do Benfica Campus.
UMA APOSTA SEM RISCO
As consequências que as apostas do Benfica podem ter nos resultados que a equipa irá obter não são encaradas como risco, mas como um desafio. É um facto que a classificação obtida na época passada pode criar expetativas nos adeptos, mas acima disso estão os benefícios que o Clube obterá se conseguir preparar para a sua equipa principal mais e melhores jogadores formados no Clube e, quem sabe, mais precocemente.
"Não olhamos para os riscos desta aposta, olhamos para o desafio que todos temos pela frente. Desde logo, acreditamos no talento dos jogadores e na competência das equipas técnicas e de toda a estrutura de apoio às equipas. Vamos ter diferenças de idade muito acentuadas, sobretudo na equipa B, que defrontará equipas com jogadores bem acima da idade média da nossa equipa, mas o nosso projeto não olha a idades, olha ao talento. E quando falamos da nossa equipa de Sub-23, temos um gap de três, quatro anos em relação às outras equipas. Nos Sub-19, apontamos para uma diferença de dois anos, e, num contexto pré-profissionalismo e profissionalismo, temos aqui um efeito dominó, em que as equipas acabam por se influenciar, umas às outras", ressaltou Joaquim Milheiro.
Em toda a Europa, nos principais clubes europeus, mesmo aqueles que se movimentam com grande à-vontade financeiro, cresce uma tendência de formar e desenvolver talento, criando oportunidades para jovens jogadores, cada vez mais precocemente. Fora do olhar intenso e mediático que assombra jogadores como Lamine Yamal ou Cubarsí, existe toda uma extensa legião de jovens prodígios, dos 16 aos 19 anos, que transpõem o preconceito contra jogadores que ainda mal conseguem escanhoar a barba. No Benfica, também sempre foi historicamente assim.
"Podemos agarrar num exemplo de um António Simões, de um Chalana, exemplos históricos e marcantes de jogadores muito jovens, afirmando-se na equipa principal com 17, 18 anos de idade. É algo que tem sido trabalhado pelo Benfica, ao longo da sua história, e que pretendemos reforçar, cada vez mais", relembrou Joaquim Milheiro.
HINO AO NACIONAL
Entre os efeitos secundários da aposta do Benfica esteve a decisão de não contratar jogadores no mercado, mais desenvolvidos na carreira e na idade, que se mesclassem com os mais novos. Há um racional por detrás dessa decisão e é puramente desportivo. Colocar mais jovens jogadores da academia nos andaimes da promoção à equipa B.
João Fonseca é um desses exemplos que combinam uma rara maturidade com uma evidência competitiva, apenas com 19 anos. Desde os seus 16 anos que anda a queimar etapas, primeiro, integrando a equipa de Sub-23 e, agora, na equipa B. É já um dos capitães da equipa.
"Vamos enfrentar uma liga muito competitiva, um ambiente muito competitivo, com equipas mais experientes e onde encontramos espaço para evoluir. Na equipa B, sente-se uma diferença muito grande para os escalões mais abaixo, e a pré-temporada foi muito boa para nos começarmos a preparar melhor para o que enfrentamos no Campeonato. A intensidade é diferente, aqui não podemos cometer um erro, e isso prepara-nos para os próximos patamares. É um grande orgulho ser um dos capitães da equipa, e aquilo que espero desta temporada é que, no final, sejamos todos melhores do que quando aqui chegámos", revelou o promissor defesa-central.
Acabado de sair do ninho da Formação, Gonçalo Moreira é outro dos jovens talentos que emergem na equipa B. Trata-se de um médio-ofensivo, de 19 anos, que na época passada, ao serviço dos Sub-23 e da equipa que disputou a Youth League, apontou 19 golos e completou 7 passes para golo. Nesta temporada, na Segunda Liga, em dois jogos, já marcou um golo.
"Estamos a disputar os jogos contra homens. É grande diferença. Temos uma equipa muito jovem, mas o espírito mantém-se o mesmo, que é entrar sempre para ganhar. Está a ser um bom desafio, os primeiros dois jogos correram bem e estamos a entrar no ritmo. Estamos num patamar completamente diferente, muda o tempo que temos para pensar, em cada jogada, mas com tempo de jogo, e com a aprendizagem que vem com esse tempo de jogo, vamos entrar no ritmo e conquistar os objetivos do Clube. Temos menos tempo para pensar, temos de decidir mais rápido, e enfrentamos jogos muito competitivos, não há vitórias certas, são sempre jogos muito complicados. O nosso plantel é constituído por jogadores jovens, mas, como estão no Benfica, todos têm qualidade, e sabemos que, se conseguirmos meter toda essa qualidade nos jogos, vamos atingir os nossos objetivos, individuais e coletivos", asseverou Gonçalo Moreira, um dos jogadores mais criativos do plantel.
Um dos atletas que já começaram a sentir o efeito da aposta do Benfica, num plantel que é o mais jovem dos últimos cinco anos, é o médio Miguel Figueiredo. Há poucos meses disputou e ajudou a vencer o Campeonato de Sub-17, e já foi suplente utilizado e titular nos dois jogos disputados pela equipa B na Segunda Liga.
"É tudo muito diferente do que estava habituado. Jogos mais intensos, a velocidade de execução e de pensamento são diferentes, temos menos tempo para jogar e para decidir, é tudo mais complicado. É um futebol mais adulto, mais pensado, sem tantas correrias como eu estava habituado nos Sub-17. Como jogo a médio, sinto essa diferença, tenho de decidir mais rapidamente numa zona em que tenho pouco espaço para o fazer. Sinto que este salto que estou a dar é uma aposta do Clube em mim, e isso é bom para a minha evolução como jogador", definiu Miguel Figueiredo.
Esta é a nova realidade com que os jovens talentos do Benfica Campus se veem confrontados, com o objetivo de antecipar os prazos de crescimento no patamar profissional. Crescer mais, de maneira ambiciosa e acelerada, com a marca do Formar à Benfica.