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Triatlo
O triatleta do Benfica Vasco Vilaça já está entre os melhores do mundo e conquistou recentemente o bronze do Campeonato Mundial. Depois do 5.º lugar nos JO de Paris 2024, já definiu como objetivo para Los Angeles 2028 a luta pelas medalhas e pela mais reluzente.
07 novembro 2025, 11h56
Vasco Vilaça
Mas a distância física, agora menor, nunca impediu um dos melhores triatletas do mundo de sentir o amparo do "melhor clube do mundo".
Sendo benfiquista desde pequeno, a sua ligação ao Clube não se define por um contrato, mas é algo sanguíneo e que o motiva a perseguir o sonho de ser o melhor do mundo e, em 2028, de vencer o ouro olímpico.
Nesta semana, reencontrei Vasco Vilaça, recebendo-o em estúdio, para uma conversa que se estendeu para lá da gravação do Protagonista. Já o conhecia, de uma anterior presença dele no programa, e agora confirmei que a sua personalidade não mudou. Humilde, bem-disposto, simpático com toda a gente que se ia cruzando com ele e à medida que era reconhecido. Um dos melhores do mundo, que compete, que sente e que vive à Benfica.
BRONZE MUNDIAL
"O Mundial é uma prova de regularidade. São 8 provas, ao longo do ano, com o mesmo sistema de pontuação nas primeiras 7 competições e depois a grande final, que vale 25% da pontuação final. Neste ano, a competição começou mais cedo, em fevereiro, o que nos obrigou a acelerar a preparação, no inverno, e a ter menos tempo para programarmos os nossos picos de forma. Durante este percurso, eu fiz três 2.os lugares, um 3.º lugar e, na etapa final, um 5.º lugar. Pelo meio, houve uma prova em que me sentia doente e fiz uma classificação que não corresponde a todo o meu percurso."
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"Neste momento, estou entre os melhores, mas isso já não me chega. Sinto que estou perto de começar a ganhar etapas e com isso estar mais perto de sair vencedor do Campeonato do Mundo"
Vasco Vilaça
ESCAPOU A PRATA
"Na grande final, disputada na Austrália, eu tanto podia perder o 3.º lugar como podia chegar ao 2.º Para perder a medalha de bronze, bastava ter ficado em 6.º ou 7.º lugar. Para chegar à medalha de prata, teria chegado trocar de lugar com o atleta que ficou à minha frente nessa etapa. Foi o Miguel Hidalgo, um atleta brasileiro, com o qual tive grandes disputas durante o circuito, e nessa grande final andámos sempre juntos, ele em 4.º, e eu em 5.º Só na parte final da prova é que ele descolou um pouco de mim. Nunca o perdi de vista, ele ganhou ali uns 500 metros, mais perto do fim ainda recuperei algum terreno, mas já não deu para o ultrapassar. Ele ficou em 4.º na Austrália, eu em 5.º, e, por isso, terminou tudo como estava à entrada para essa prova. Eu fiquei com a medalha de bronze do Campeonato Mundial, e ele com a prata. Mas foi uma disputa bonita, porque andámos sempre ali perto um do outro e alternando de lugar no ranking."
SUPERFINAL
"A superfinal foi um pouco ingrata, para mim e também para o Miguel Hidalgo, porque a prova decorreu na Austrália, em condições extremas de calor e com os efeitos do jet lag que prejudicaram a nossa capacidade, sobretudo os atletas europeus. A prova foi dominada pelo atleta australiano Matt Hauser, que foi para o seu país um mês antes da competição e, por isso, superou os efeitos da diferença horária, e porque estava mais adaptado ao calor. O percurso da corrida era no meio da selva, os dias anteriores à competição também foram um desafio, não treinei no mar, porque era uma zona de tubarões. Os australianos convivem bem com isso e diziam-me que era raro haver um ataque de tubarões, mas eu não arrisquei treinar no mar, porque não queria morrer a treinar. Todas estas coisas condicionaram um pouco a minha preparação. Sinto que não estive ao mesmo nível que nas outras provas. O Miguel Hidalgo também não."
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"A superfinal foi um pouco ingrata, para mim e para o Miguel Hidalgo, porque a prova decorreu na Austrália, em condições extremas de calor e com os efeitos do jet lag, que prejudicaram a nossa capacidade, sobretudo os atletas europeus"
NADAR COM OS TUBARÕES
"No dia da prova, tive mesmo de ir ao mar, mas, sinceramente, durante o tempo de prova no mar, não pensei nos tubarões, pensei em fazer o melhor possível e sair do mar em condições de manter a minha classificação aberta. Estava muito vento, ondulação forte e condições muito difíceis para contornar as boias que delimitam o percurso. Portanto, não havia tempo para pensar em tubarões, mas ainda bem que eles não apareceram. Não deviam ter acreditação para o dia da prova, e por isso livrámo-nos deles. [Risos] Mas foi difícil e tivemos de apelar à nossa capacidade de superação. Todo o percurso, no mar, na corrida e na bicicleta, nos colocou à prova. Foi muito desafiante. E as 10 horas de diferença horária e o jet lag. Depois, amanhecia cedo, por volta das 4:00, claridade que não me deixava dormir. Tivemos de forrar as portas e as janelas do nosso alojamento com folha de alumínio para dormirmos a noite completa."
FALTOU O CLIQUE
"Sinto que me faltou um clique para chegar mais acima. Fiz três 2.os lugares e um 3.º O Matt Hauser teve esse clique neste ano. Venceu o Campeonato Mundial, foi o vencedor de várias etapas e apareceu, neste ano, mais forte e mais completo do que antes. Foi o ano dele. Eu já o tinha vencido antes, e espero que, no futuro, eu consiga ter esse mesmo salto, que me permita ganhar provas e ser o campeão do mundo, porque, neste momento, estou entre os melhores, mas isso já não me chega. Sinto que estou perto de começar a ganhar etapas e com isso estar mais perto de sair vencedor do Campeonato do Mundo."
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"Naquelas etapas, eu ganharia a qualquer outro atleta, menos ao Matt Hauser, que apareceu, de facto, neste ano, com uma capacidade diferente. Mas estive na luta e fui aprendendo a gerir melhor a corrida"
MANO A MANO
"Nas três etapas em que fiquei em 2.º lugar, senti que poderia ter conquistado a vitória, e é isso que me está a faltar. Nessas três etapas, perdi sempre para o Matt Hauser, mas acreditava que podia ganhar, devido ao meu sprint, onde sou forte. Mas ele, neste ano, apareceu num nível incrível e perdi essas três corridas na ponta final. Na primeira, usei uma estratégia de forçar na corrida e esperar que, no sprint, eu fosse mais forte que ele. Não resultou, porque ele, apesar de estar desgastado, resistiu na ponta final e acabou por ganhar. Da segunda vez, tentei uma estratégia diferente, deixando-o assumir as despesas da corrida e tentando preservar-me para o sprint final, mas ele voltou a ser mais forte. Depois, na terceira vez em que fiquei pelo 2.º lugar, tentei uma estratégia mista, forçando por vezes, seguindo atrás dele noutras, fui alternando até chegar à parte final, mas ele voltou a ser mais forte. Eu diria que, naquelas etapas, eu ganharia a qualquer outro atleta, menos ao Matt, que apareceu, de facto, neste ano, com uma capacidade diferente. Mas estive na luta e fui aprendendo a gerir melhor a corrida e é por isso que estou muito confiante para o próximo ano."
OURO OLÍMPICO
"Começou, há alguns anos, por ser um sonho, mas agora tornou-se um objetivo. Em Paris, terminei em 5.º lugar, trouxe um diploma olímpico para Portugal e, reconhecendo alguns erros que cometi na prova, sinto agora, ao estar na elite mundial e competindo com todos os melhores atletas do mundo de igual para igual, que nos próximos Jogos Olímpicos, em 2028, em Los Angeles, irei com um objetivo de lutar pelas medalhas e até pelo ouro olímpico. Acabei de me tornar o medalha de bronze do Campeonato Mundial, embora seja uma prova de regularidade e diferente de uns Jogos Olímpicos, onde tudo se decide num só dia, e acredito que ainda melhorarei as minhas capacidades até lá. Mas é difícil prever algo, porque estão sempre a aparecer novos atletas todos os anos, mas o que sempre foi um sonho, de estar nuns Jogos Olímpicos, está cumprido. Agora, vou atrás do objetivo. Quero ser campeão do mundo, sinto que é possível, e estar em Los Angeles, a lutar por tudo."
Artigo publicado na edição de 7 de novembro do jornal O Benfica
Texto: José Marinho
Fotos: Arquivo / SL Benfica e Arquivo
Última atualização: 7 de novembro de 2025