Emoção e glória no regresso a casa

RESUMO DO JOGO

Neste domingo, 30 de novembro, no Pavilhão Fidelidade, a equipa feminina de basquetebol do Benfica bateu o GDESSA, por 66-65, num embate da 8.ª jornada da 1.ª fase da Liga Betclic Feminina.

Eugénio Rodrigues escalou um cinco inicial composto por Inês Faustino, Maria João Bettencourt, Emanuely de Oliveira – de volta à competição após lesão –, Zuzanna Puc e Letícia Soares para o regresso à Luz, onde as águias não competiam desde 12 de outubro.

A esmagadora maioria do 1.º período foi bastante renhida, num ritmo de parada e resposta (14-14, aos 7'). Contudo, na reta final desta etapa, as águias dispararam graças a dois lançamentos triplos de Maria João Bettencourt e outro de Marcy Gonçalves, chegando ao 2.º quarto a vencer por 23-14.

Neste, as forasteiras foram paulatinamente encurtando a margem no marcador, que chegou a ser de apenas 1 ponto (31-30, aos 7'). Apesar de a formação do Barreiro ter levado a melhor neste parcial, as visitadas conservaram a liderança. Assim, ao intervalo, o placar indicava 34-32.

O GDESSA entrou na 2.ª metade a dar a volta ao resultado (34-36, aos 3'), e, num equilibrado remanescente de 3.º período, registaram-se sucessivas alternâncias na dianteira. Consequentemente, as visitantes fecharam o parcial com uma vantagem tangencial (47-48).

As setubalenses tornaram a ter um bom arranque no 4.º quarto, igualando o maior avanço benfiquista na contenda, de 9 pontos (47-56, aos 2').

Pouco depois, numa demonstração de resiliência e de qualidade, o Benfica, que perdia por 8 pontos (50-58, aos 4'), relançou o duelo com um notável parcial de 6-0, edificado por Letícia Soares e Zuzanna Puc (56-58, aos 7').

O GDESSA dilatou a discrepância para 4 pontos em dois momentos (56-60 e 58-62, aos 8'), mas as encarnadas nunca deitaram a toalha ao chão e, com dois lançamentos livres de Inês Faustino e um triplo de Marta Martins, voltaram para a frente a menos de 40 segundos do fim (63-62).

Após falharem o ataque seguinte, as visitantes recorreram às faltas, e as águias distanciaram-se com dois lançamentos livres de Maria João Bettencourt (melhor pontuadora do duelo, com impressionantes 24 pontos) e outro de Inês Faustino (66-62). Até ao soar da buzina, as barreirenses reduziram, para 66-65, mas o score não sofreu mais alterações e o triunfo não fugiu à equipa da casa.

O Benfica compete novamente no Pavilhão Fidelidade já nesta quarta-feira, 3 de dezembro, às 21h00, frente ao Sporting, no dérbi em atraso da 6.ª jornada da 1.ª fase da Liga Betclic Feminina.

DECLARAÇÕES

Eugénio Rodrigues (treinador do Benfica): "Foi um jogo de altos e baixos no que toca à concentração, e essa concentração, ou a falta de concentração, nos baixos da equipa do Benfica, refletiu-se, sobretudo, na leitura da estratégia defensiva ao bloqueio direto. O adversário foi alterando, foi fazendo uma ou outra estratégia ligeiramente diferente daquela que estava planeada, e nós demorámos demasiado tempo a entrar nas soluções ofensivas, por um lado. Por outro lado, a focagem no tiro. É fundamental que o tiro, neste tipo de jogos – que são ponto lá, ponto cá –, esteja em índices de performance muito acima. Não nos podemos dar ao luxo de falhar 11 lances livres, porque, a dada altura do jogo – não é tanto no final, mas é durante –, podemos matar, de facto, em termos motivacionais, o adversário, com o castigar da linha de lance livre, e não o fazemos. Temos de trabalhar mais. Como é evidente, elas têm talento, esta equipa não falha 11 lances livres, falha bastante menos. Foi por aí. Em contraponto, soubemos também ir buscar o jogo. Tivemos a tal resiliência, capacidade de sacrifício, extremamente cansados como estamos. Treinámos dois treinos, um deles quase a passo, depois de virmos da Chéquia [jogo europeu a meio da semana]. Essa capacidade de resiliência esteve aqui hoje também. A unidade entre as jogadoras foi muito importante."

Maria João Bettencourt (base/extrema do Benfica): "Foi uma vitória de bastante esforço. Na verdade, custou-nos muito, mas, no fim de contas, ganhar por um é um jogo ganho, mesmo que seja a sofrer. Acho que essas vitórias, às vezes, ainda valem a dobrar, porque custa, e acho que só temos de estar orgulhosas pela vitória. Quem me conhece, sabe que eu não olho aos números. Olho a ajudar a equipa naquilo que posso, a contribuir com o que posso. Hoje, correu-me bem a mim, podia ter sido a qualquer uma, mas, para mim, o que conta mesmo é ter ganho e que a equipa esteja a crescer. Isso é o que mais me importa, na verdade."