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Mérito redobrado
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Uma equipa que, na 2.ª volta, consegue ganhar nos
estádios de FC Porto, Sporting, Sp. Braga, Vitória
de Guimarães, Moreirense e Rio Ave tem de ter muito
mérito.
Mais: uma equipa que no confronto direto com os seus
principais rivais (FC Porto, Sporting e Sp. Braga)
vence 5 dos 6 jogos que realizou e que cede apenas 1
empate é um líder indiscutível e que está a cumprir
um dos percursos mais brilhantes da história do
futebol português.
A proeza que está perto de ser conseguida tem
números absolutamente extraordinários desde que
Bruno Lage pegou na equipa: 17 vitórias em 18 jogos,
68 golos apontados (média de 3,7 por jornada),
aposta real e consequente nos talentos da formação e
a recuperação de jogadores de grande qualidade que,
por diferentes razões, não se estavam a conseguir
impor.
Foi desta forma, com as alterações produzidas a
partir da chegada do novo treinador, que o Benfica
se reergueu e partiu em busca da Reconquista. E foi
também assim que a equipa se tornou a tal máquina
ofensiva que está à beira do golo 100 (!) no
campeonato.
Mas este percurso tem um mérito ainda mais relevante
se nos lembrarmos que estamos perante o campeonato
mais desequilibrado por erros sucessivos de
arbitragem que permitiram a uma equipa – o FC Porto
– ter mais 10 pontos do que deveria ter.
Enquanto o FC Porto esteve na liderança ninguém
ouviu a mais suave crítica por parte daquele clube
às arbitragens que todos os comentadores e analistas
independentes reconheciam estar a ter influência
direta na classificação.
A partir da noite em que o Benfica foi vencer ao
Dragão (da forma mais limpa e justa possível!) e
passou para a liderança do campeonato assistimos, de
imediato, a uma mudança radical de estratégia.
Em todas as jornadas subsequentes inventaram-se
casos com críticas à arbitragem, voltaram as ameaças
aos árbitros e tudo veio a culminar com os mais
recentes espetáculos degradantes – em que até a
própria equipa técnica e jogadores do FC Porto foram
insultados pelas suas claques!
Como se ainda não fosse o suficiente, neste
fim de semana tivemos mais uma novidade: ameaças
sobre jogadores das equipas que defrontam o Benfica.
O que virá a seguir?
Louve-se a honestidade e a frontalidade de Sérgio
Conceição, que admitiu e reconheceu: “Houve algum
demérito nosso e o Benfica fez uma excelente 2.ª
volta.”
A ópera bufa de ontem – que apenas visa desviar as
atenções caso o FC Porto venha a perder o título –
atingiu o seu auge com o desespero (evidente) de uns
e o posicionamento (oportunista) de outros, perante
a fragilidade de uma liderança que se arrisca a mais
um desaire e à possibilidade de conquistar apenas 1
campeonato nos últimos 6 anos.
É nesse contexto que se deve ler a intervenção de
Rui Moreira: menoriza-o enquanto político,
ridiculariza-o enquanto Presidente de Câmara e
coloca-o ao nível de um líder de claques.
Como acontece desde o primeiro momento – e jamais
será de outra forma – é no campo que daremos a
resposta.
Foi fantástico ver aquele mar vermelho de apoio à
equipa em todo este fim de semana. ‘Os Incansáveis’
é, seguramente, o rótulo que melhor assenta aos
notáveis adeptos do Benfica.
E já só falta uma final. Vamos disputá-la na Luz!
Perante os nossos, na nossa casa, com a nossa
família. Temos todos a perfeita consciência de que
nada está ganho. Nada!
Humildade, foco, respeito pela excelente equipa do
Santa Clara, mas uma enorme ambição. É assim que se
define a nossa estratégia para aquele que é, em
definitivo, o verdadeiro jogo do título. Estamos
juntos. TODOS CONTAMOS!
PS: Parabéns a Bernardo Silva e Ederson pela
conquista do bicampeonato inglês, ao serviço do
Manchester City. Dois talentos do Seixal que vivem
dias de felicidade, como recentemente também foram
vividos por Nélson Semedo (bicampeão em Espanha pelo
Barcelona) e João Cancelo (campeão em Itália pela
Juventus).
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