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Futebol
01 janeiro 2018, 21h05
Na quarta-feira, o Estádio da Luz acolhe, pelas 21h30, o jogo mais mediático da 16.ª jornada do Campeonato, com Benfica e Sporting frente a frente no relvado. “É um jogo importante. Sabemos que não define nada, mas para nós uma vitória nesse dérbi seria um salto importante para seguirmos na senda do Penta”, declara Jonas.
JOGADOR DO ANO 2017
Para mim, individualmente, é algo que vai ficar marcado. Vou levar este troféu para um lugar que tenho na minha cidade [Taiuva, em São Paulo] no Brasil, e guardar com muito carinho e muita alegria. Agradeço a vocês todos [n'A BOLA] por ter recebido este prémio. É gratificante receber prémios individuais, isso é sinal que o trabalho está a ser bem feito e é esta a linha que tenho de seguir.
VOLTAR A SER O MELHOR MARCADOR
Esse é um dos meus objetivos. Mas sabemos que a concorrência é grande. Temos jogadores de qualidade nas outras equipas a brigar por esse prémio. Mas, volto a dizer, é objetivo meu e tomara que o possa atingir no final da época e ser o melhor artilheiro em 2017/18.
A RELAÇÃO COM O GOLO
Desde pequeno que sempre fui obcecado pelo golo. Sempre que jogava futebol olhava sempre para a baliza e durante toda a minha infância sempre joguei futebol, todos os dias. Então, fui aprimorando o pé direito, o esquerdo, o cabeceamento, passei por escolinhas da minha cidade e com 13 ou 14 anos já me sentia uma criança que poderia ser jogador profissional. Procurava destacar-me desde pequeno e isso acontecia a jogar torneios e campeonatos na minha cidade, e sempre, sempre, sempre fazia golos. Sempre! Fazia sempre golos, porque olhava muito para a baliza e gostava muito de ser objetivo. Isso também me ajudava muito e, depois, as minhas características também. Não tão forte ou tão alto, mas com explosão, e procurava sempre fazer as minhas jogadas antes da bola chegar. Tudo isso ajudou a destacar-me dentro de campo.
MELHORA COM A IDADE?
Sim, sim. Dentro de campo procuro estar no espaço certo no momento certo, e com os anos fui aprendendo muito isso, sobretudo na Europa, onde já levo sete anos. Quando fui para o Valência, cheguei em janeiro de 2011 e aprendi muito, porque como aqui, taticamente, temos de ser muito inteligentes, ter leitura diferente com e sem bola, mas mais com a bola.
Por isso fui fazendo coisas que me ajudassem a ficar mais perto do golo e a fazer mais golos, sem estar tão em choque com os adversários e aproveitando mais os espaços vazios para estar melhor posicionado para fazer os golos.
UM PRÉMIO POR TUDO O QUE PASSOU?
É verdade. Neste período no ano passado estava voltando da lesão, da infeção que tive. Foi um período difícil, mas de aprendizagem também. Tirei muitas lições dessa situação, que me deram mais força para voltar e nos últimos jogos poder ajudar os meus companheiros dentro de campo. Foi o que aconteceu e acabámos vencendo o tão sonhado Tetra. Acho que o final foi feliz, todos o esperavam, apesar das lesões superámos isso e depois no fim foi celebrar um ano difícil, mas que compensou por tudo.
A CARREIRA EM RISCO…
Sim, sim. Pensei, porque foi uma lesão muito difícil, complicada por tratar-se de uma infeção. No início tinha esse receio, se voltaria a jogar ao mais alto nível, mas graças ao departamento médico do Benfica voltei bem e estou muito grato a todos nesse departamento, que me ajudou num período tão difícil. Para mim foi o período mais difícil da minha carreira. Já tinha tido uma lesão grave num joelho, mas não se compara com a que tive no pé, porque foi para mim a mais difícil de superar.
O LADO MAIS DIFÍCIL DA LESÃO?
Foi o início. Estava a tomar muitos antibióticos, era uma sequência que me implodia... tomava muitos medicamentos, então foi algo que me foi desgastando psicologicamente e acabei pensando em muitas coisas que poderiam afetar a minha carreira. Mas com tranquilidade, com calma, e, volto a dizer, com a qualidade que temos aqui no departamento médico, todos me foram tranquilizando para que eu pudesse estar só focado na recuperação, pois com o tempo voltaria a jogar e ao mais alto nível. E foi isso que aconteceu, por isso estou grato a eles.
ULTRAPASSAR OS 36 GOLOS
Sim, seria importante para mim também. É marca individual e ultrapassar o número de golos a cada temporada seria gratificante. Confesso que é um objetivo meu também e vamos em busca disso. Vou trabalhar para isso. Faltam 19 jogos, dois da primeira volta e os 17 da segunda. Tomara que possa fazer muitos golos nessas 19 jornadas e ultrapassar essa marca de 36 golos, que é o meu recorde ao serviço do Benfica.
UM LUGAR NA HISTÓRIA DO CLUBE
Confesso que não imaginava. Tudo o que estou a viver aqui, tudo o que estou a conquistar aqui... não imaginava que pudesse passar por esses momentos todos, até porque vim de um clube [Valência] onde não estava com tanta confiança e estava até para voltar para o futebol brasileiro, pensava em voltar para o Grémio naquele momento e depois surgiu a oportunidade do Benfica, de continuar na Europa e aí isso despertou o meu interesse em ficar na Europa, de continuar a jogar a alto nível. Por isso estou muito feliz pelo que estou a viver no Benfica e que não vivi em nenhum outro clube. Quero desfrutar disso, aproveitar estes momentos por mais alguns anos para ficar cada vez mais na história do Benfica, não só em termos individuais, mas coletivos também.
ESPERAVA SER UMA REFERÊNCIA DO CLUBE?
Não esperava. O primeiro ano aqui foi um ano que já não esperava. Estava a chegar aqui, joguei e marquei com frequência, sagrei-me campeão, estive quase na briga para ser o melhor artilheiro. O primeiro ano já foi referência muito interessante para que nos outros eu pudesse estar a ultrapassar os meus números. Foi o que aconteceu, estou muito feliz e confesso que é aqui que me sinto em casa e acho que se nota isso dentro de campo.
VOTOS PARA 2018
Saúde para toda a gente. Depois continuar a conquistar títulos no Benfica para entrar ainda mais na história do clube. Estes anos estão a ser tão bonitos, prolongar isto seria importante para todos. Quem sabe se, daqui a 20, 30 anos, voltamos aqui e ainda somos reconhecidos pelo que fizemos neste período. Está na cabeça de todo o mundo no balneário. Vamos trabalhar para seguir neste caminho de conquistas.
TERMINAR A CARREIRA NO BENFICA
Sim, está mais perto. Já pensei nisso. Dificilmente vou passar dos 36 anos. Gostaria de acabar a carreira aqui. De verdade. Se não for, posso jogar quatro meses no Brasil, perto da família, num estadual. Mas o meu pensamento é terminar aqui.
ADAPTAÇÃO AO 4X3x3
Acho que independentemente da função [dentro de campo] temos de adaptar-nos e eu estou a adaptar-me. Acho que a cada jogo posso crescer ainda mais. Fiz poucos jogos nessa função na minha carreira, alguns no Valência, mas poucos, e aqui, agora numa sequência maior. Mas independentemente do sistema o importante é ter entrosamento, fazer triangulações, estar próximo dos companheiros, isso facilita em termos de condução do jogo e para fazer golos.
Aqui também jogo com jogadores que já conheço há muito tempo. Apanhas o Pizzi, o Salvio, André Almeida, Grimaldo, o Krovinovic chegou agora e estamos a conhecê-lo mais, Cervi… jogadores na frente como Raúl Jiménez, então, a maioria dos jogadores já conheço e eles a minha forma de jogar e isso facilita bastante. Facilita no momento em que você troca de posição ou de sistema, esse conhecimento de cada um facilita à equipa continuar o seu crescimento.
A PRIMEIRA METADE DA TEMPORADA
Esse ano tivemos algumas dificuldades em termos de resultados, isso está claro, toda a gente sabe. É difícil explicar esses momentos. Diria que na Champions o primeiro jogo condiciona sempre. O primeiro jogo em casa tem de ser ganho. Nos outros anos foi assim. Não ganhando o primeiro jogo, depois vamos jogar fora e há outra mentalidade e outra dinâmica. Tomámos goleada com o Basileia e fomos somando erros. No primeiro jogo em casa fizemos grande jogo e acabámos por não vencer, deixou-nos tristes para o segundo jogo e estivemos muito abaixo do nosso rendimento. Todos.
Claro que um jogo pode condicionar, mas temos possibilidades nos outros cinco de recuperar esses pontos, mas acho que não tivemos o mesmo nível de foco e concentração nessas competições em que saímos. Na Taça de Portugal não, porque foi um jogo muito atípico. Fizemos grande jogo com o Rio Ave, grande primeira parte, podíamos ter ido para o intervalo a vencer 2-0, depois voltámos, sofremos dois golos, eu acabei por falhar uma grande penalidade, empatámos, depois o Luisão lesionou-se e fomos para o prolongamento com um a menos e o Rio Ave tem uma boa equipa.
Acho que nessa competição foi mérito mesmo do adversário, com um pouco de sorte também, coma lesão do Luisão, porque acho que se o Luisão estivesse em campo o final seria outro. Agora, na Taça da Liga e na Champions não estivemos à altura. Com a nossa qualidade temos grandes possibilidades de vencer, na Champions poderíamos chegar mais longe, mas estivemos muito abaixo por isso fomos eliminados dessas competições.
A REFLEXÃO
Somos terceiros no Campeonato, mas temos feito bons jogos e exibições. Na Champions e Taça da Liga é que não me lembro de uma grande exibição nossa. Estivemos muito abaixo, temos de assumir esses erros e não nos esconder desse momento.
A LIGAÇÃO COM PIZZI
Gostamos de jogar próximos um do outro, procuramos estar sempre a olhar um para o outro. O Pizzi para mim, hoje, é o melhor jogador daqui. Gosto muito de jogar com ele e entendemo-nos bem dentro de campo. Nos últimos anos tem sido assim e tomara que seja por muitos anos ainda, porque é um jogador que tem características semelhantes às minhas. Gosta de jogar com a bola no pé, de fazer triangulações e tabelas, movimentos rápidos, e coloca muito bem a bola para podermos fazer golos. É um jogador diferenciado.
O RUÍDO EXTERIOR
Internamente, isso não mexe com os jogadores. De verdade, mesmo. Estamos focados em jogar futebol, nos nossos objetivos traçados no início da temporada. Isso não mexe. Mas vemos as notícias. Mas para nós nunca vai estar em causa. Trabalhamos todos os dias, sabemos o que passamos. Esse jogo com o Rio Ave foi de muita tensão até ao fim, foi difícil para mim. Até achei que íamos sair de lá com um empate e que isso nos ia custar o campeonato. Ganhámos com o golo no final do Raúl. Internamente, isso não coloca em causa o nosso trabalho. Vencemos com mérito.
QUANDO NÃO MARCA…
Um jogo e já fico… A minha mulher é que devia estar aqui. Só falo com a minha filha. Às vezes os meus pais estão aqui, a minha mãe pede-me para ter calma. A cobrança é comigo mesmo. Quero ser artilheiro e campeão. Mas ser campeão e não ser artilheiro... Já ganhei os dois, fico triste por não conseguir esse objetivo.
O DÉRBI
É um jogo importante. Sabemos que não define nada, mas para nós uma vitória nesse clássico daria para um salto importante para seguirmos na senda do Penta. Olhando para a tabela estamos a três pontos dos dois rivais e será importante nós vencermos. Mas é um clássico. O Sporting está bem, confiante, tem jogado futebol envolvente, está a crescer, agora, jogando em nossa casa temos esse fator importante e vamos entrar forte para vencer, porque vencendo damos salto importante e encostamos nos adversários. Pode ser que essa jornada nos ajude.
MARCAR AO SPORTING
Estou atrás disso! É facto que só fiz um golo ao FC Porto e estou à procura de fazer um golo na quarta-feira. Primeiro quero que a equipa vença. Mas nestes jogos preocupo-me muito taticamente, com a forma como a equipa defende.
Nestes jogos grandes há muitos duelos, muita luta a meio-campo. Eles precisam de ajuda dos avançados e dos extremos. Acabo por me desgastar muito, mas essa não é a minha função. Tenho de marcar golos. Tomara que possa fazer um golo na quarta-feira e vencer.